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Terramoto de 1755 e Reconstrução Pombalina
Na manhã de 1 de novembro, dia de Todos os Santos, ocorreu um violento terramoto em Lisboa, Setúbal e no Algarve.
Na capital, onde se fez sentir mais intensamente - estudos posteriores levaram os geólogos a concluir que teria atingido uma intensidade de cerca de 9 graus na escala de Richter - foi acompanhado por um maremoto que varreu o Terreiro do Paço e por um gigantesco incêndio que, durante 6 dias, completou o cenário de destruição de toda a Baixa de Lisboa.
Este trágico acontecimento foi tema de uma vasta literatura, que se desenvolveu um pouco por toda a Europa e de que é exemplo o poema de Voltaire Le Désastre de Lisbonne (1756
).Lisboa já havia sentido alguns terramotos, como o de 1724 e o de 1750, este último precisamente no dia da morte de D. João V, mas ambos de consequências menores. Em 1755, ruíram importantes edifícios, como o Teatro da Ópera, o palácio do duque de Cadaval, o palácio real e o Arquivo da Torre do Tombo, cujos documentos foram salvos, o mesmo não acontecendo com as bibliotecas dos Dominicanos e dos Franciscanos. Ao todo, terão sido destruídos cerca de 10 000 edifícios e terão morrido entre 12 000 a 15 000 pessoas.
Foi neste contexto de tragédia e confusão que Sebastião José de Carvalho e Melo, então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, revelou as suas grandes capacidades de chefia e organização ao encarregar-se da restituição da ordem; enquanto as pessoas influentes e a própria família real se afastavam de Lisboa, Sebastião José de Carvalho e Melo (o Marquês de Pombal) passou à prática a política de enterrar os mortos e cuidar dos vivos. Impediu a fuga da população ao providenciar socorros e distribuir alimentos. Puniu severamente os que se dedicavam ao roubo de habitações e de imediato começou a pensar na reconstrução de Lisboa.
Nesse mesmo ano, Manuel da Maia, engenheiro-mor do reino, já se encontrava a estudar o problema da reconstrução e levantava a questão de construir uma nova cidade sobre os escombros da antiga ou construir uma nova cidade em Belém, zona menos sujeita a abalos sísmicos. Escolhida a primeira das soluções, foi adotado um modelo em que eram proibidas as obras de iniciativa particular; os proprietários dos terrenos foram obrigados a reconstruir segundo o plano geral num espaço de 5 anos, sob pena de serem obrigados a vender os terrenos.
De um total de 6 plantas traçadas pelos colaboradores de Manuel da Maia, a escolhida foi a de Eugénio dos Santos, arquiteto do Senado da cidade, que chefiou os trabalhos até 1760, altura em que faleceu e foi substituído por Carlos Mardel, arquiteto húngaro imigrado em Portugal.
A cidade medieval de ruas estreitas deu lugar a um traçado racional de linhas retilíneas em que os prédios têm todos a mesma altura. De toda a cidade pombalina, assim designada por ter resultado da iniciativa do marquês de Pombal, destaca-se a praça do Comércio, majestosa "sala de entrada" na cidade, com a estátua equestre de D. José I, monarca da altura, da autoria do escultor Machado de Castro.
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Como referenciar
Porto Editora – Terramoto de 1755 e Reconstrução Pombalina na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 19:44:09]. Disponível em
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