The Waves

Publicado pela primeira vez em 1931, este romance é considerado como o mais complexo da autora, Virginia Woolf (1882-1941). De feição autobiográfica, segue, em solilóquios, as vidas de seis pessoas, cuja amizade entre si é inabalável, da infância até à velhice. Pensa-se que as personagens seriam inspiradas nos membros do dito Bloomsbury Group, uma tertúlia literária que contestava o regime vitoriano e o imperialismo britânico, e do qual a autora fez parte. Teria sido escrito em parte pela necessidade que a autora sentiu em exorcizar a morte do seu irmão Thoby, vítima, com a idade de vinte e seis anos, de febre tifoide contraída quando veraneava na Grécia com as irmãs Vanessa e Virginia, e que na obra é identificado com Percival, a personagem principal que, no fim de contas, nunca chega a aparecer.

O grupo encontra-se várias vezes, e em diferentes etapas da vida. Assim, por volta dos vinte anos de idade juntam-se para um jantar de despedida em honra de Percival, de partida para a Índia, onde acabará por encontrar a morte através da queda de um cavalo. A sua morte será o tema do encontro seguinte.

Em The Waves também transparecem outras preocupações da escritora. Rhoda, a mulher distante, sonhadora e obcecada pela ideia da mortalidade. Passa grande parte da sua vida a evitar os outros, é órfã de pai e apaixona-se por raparigas da sua escola. Tenta, em Espanha, o suicídio, que acabaria por ser, mais tarde, a causa da sua morte. Bernard, o ser sociável e atento, terá um período de recuperação de uma depressão em Roma. Esta personagem terá,segundo alguns, ajudado a autora a proceder à catarse do mesmo mal que a afligia.

Inicialmente intitulado por Virginia Woolf como "The Moths", The Waves apresenta técnicas narrativas originais. Os seus capítulos foram divididos como interlúdios, secções em itálico relacionadas com um momento do dia, sugerindo a energia física e emocional que, da alvorada até à noite, o Sol é capaz de incutir, simbolizando também por isso a trajetória humana durante a vida.