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trólei
O trólei surgiu em Berlim, em 1881, por iniciativa da empresa alemã Siemens & Halske, embora na altura a denominação deste meio de transporte fosse electrobus. A experiência, contudo, não teve grande sucesso por não haver sincronização entre o movimento do veículo, que tinha a vantagem sobre o elétrico de não necessitar de carris para rodar, e a catenária que o alimentava de energia. A ligação era feita por cabo e não por vara. Foi preciso esperar até 1899 para que decorresse uma nova experiência, desta feita pela firma francesa Lombard et Gérin, em Issy-les-Moulineaux, onde foi possível estabelecer uma ligação consistente entre o cabo elétrico e o corpo da viatura. O carreto, na junção com o cabo, rodava de forma a acompanhar o movimento da viatura. França serviu, assim, de palco à primeira viagem deste novo meio de transporte, que tinha a vantagem de poder utilizar as redes que já haviam sido instaladas para o elétrico. Em 1900, a Exposição Universal de Paris, que teve lugar no Bosque de Vincennes, serviu de palco à primeira experiência comercial do trólei. Os franceses estavam na vanguarda no desenvolvimento do trólei e, em 1904, nos arredores de Lyon, começou a circular uma composição em que a ligação ao cabo elétrico era feita por intermédio de uma vara. No entanto, a morte por eletrocussão de um cantoneiro deixou para mais tarde novas experiências. Foi preciso esperar até 1922 para que nos arredores de Paris, em Vitry, funcionasse uma linha de tróleis já muito semelhantes aos que ainda hoje se podem ver. Um pouco por todo o Mundo, o trólei vinha conhecendo um período de grande crescimento, em parte ajudado pelas limitações impostas à importação de petróleo, que era encaminhado prioritariamente para os automóveis, na época a conhecerem um período de grande expansão. A Segunda Guerra Mundial obrigou a uma limitação ainda maior do uso de combustíveis provenientes do petróleo, o que levou a nova expansão dos tróleis, nomeadamente em países como Espanha, Inglaterra, Suíça, União Soviética e Hungria. Mas, o fim da guerra contribuiu também para o início do declínio e só a crise dos combustíveis, em 1973, trouxe novas esperanças de um renascimento deste meio de transporte, mas que durou pouco tempo. O preço de novas viaturas, aliado a uma manutenção dispendiosa, levou a que voltassem a cair no esquecimento.
Em Portugal, Coimbra foi a primeira cidade a recorrer ao trólei para tentar melhorar a sua rede de transportes, tendo sido inaugurada uma carreira a 16 de agosto de 1947. O trólei apareceu na cidade universitária para servir de complemento à rede dos carros elétricos, pois estes não atravessavam a ponte sobre o rio Mondego em direção à zona sul. A ponte não tinha capacidade para aguentar os trilhos e o município optou pelos tróleis. Tiveram tanto sucesso que ainda hoje há alguns a circular em Coimbra, que assim detém o título de única cidade portuguesa a dispor de tal meio de transporte. O Porto pôs a circular nas ruas cerca de vinte tróleis no primeiro dia do ano de 1959, mas a 27 de dezembro de 1997 disse definitivamente adeus aos "pantufas", como eram apelidados pela população por serem silenciosos. Tal como em Coimbra, também no Porto os primeiros tróleis serviram para passar o rio, neste caso, o Douro, em substituição dos elétricos. As primeiras linhas tinham Gaia como destino, mais concretamente Santo Ovídio e Coimbrões, e recorriam aos dois tabuleiros da ponte D. Luís. Em 1958, chegaram ao Porto, provenientes de Itália, 50 veículos de dois andares com duas escadas interiores. Fizeram tanto sucesso que quando foram retirados em 1995 eram já os últimos tróleis de dois andares em serviço no Mundo. Em 1982 tinham começado a rodar no Porto viaturas de fabrico nacional, da marca Efacec, que se revelaram grandes consumidoras de eletricidade, mas com a vantagem de disporem de um motor auxiliar a diesel a que recorriam quando havia quebras de energia ou quando a catenária tinha de ser desligada do cabo. Braga foi a outra cidade portuguesa a experimentar os tróleis, tendo inaugurado o serviço em 28 de maio de 1963 e desativado a 10 de setembro de 1979.
Em Portugal, Coimbra foi a primeira cidade a recorrer ao trólei para tentar melhorar a sua rede de transportes, tendo sido inaugurada uma carreira a 16 de agosto de 1947. O trólei apareceu na cidade universitária para servir de complemento à rede dos carros elétricos, pois estes não atravessavam a ponte sobre o rio Mondego em direção à zona sul. A ponte não tinha capacidade para aguentar os trilhos e o município optou pelos tróleis. Tiveram tanto sucesso que ainda hoje há alguns a circular em Coimbra, que assim detém o título de única cidade portuguesa a dispor de tal meio de transporte. O Porto pôs a circular nas ruas cerca de vinte tróleis no primeiro dia do ano de 1959, mas a 27 de dezembro de 1997 disse definitivamente adeus aos "pantufas", como eram apelidados pela população por serem silenciosos. Tal como em Coimbra, também no Porto os primeiros tróleis serviram para passar o rio, neste caso, o Douro, em substituição dos elétricos. As primeiras linhas tinham Gaia como destino, mais concretamente Santo Ovídio e Coimbrões, e recorriam aos dois tabuleiros da ponte D. Luís. Em 1958, chegaram ao Porto, provenientes de Itália, 50 veículos de dois andares com duas escadas interiores. Fizeram tanto sucesso que quando foram retirados em 1995 eram já os últimos tróleis de dois andares em serviço no Mundo. Em 1982 tinham começado a rodar no Porto viaturas de fabrico nacional, da marca Efacec, que se revelaram grandes consumidoras de eletricidade, mas com a vantagem de disporem de um motor auxiliar a diesel a que recorriam quando havia quebras de energia ou quando a catenária tinha de ser desligada do cabo. Braga foi a outra cidade portuguesa a experimentar os tróleis, tendo inaugurado o serviço em 28 de maio de 1963 e desativado a 10 de setembro de 1979.
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Como referenciar
Porto Editora – trólei na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-10 00:41:17]. Disponível em
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