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Vila Franca do Campo
Aspetos Geográficos
Vila e sede do concelho, Vila Franca do Campo está integrada na Região Autónoma dos Açores (NUT II e NUT III) e localiza-se na ilha São Miguel, ilha pertencente ao grupo oriental do arquipélago dos Açores. O concelho é limitado a oeste pelo concelho de Lagoa, a este por Povoação, a sul pelo oceano Atlântico e a noroeste por Ribeira Grande, ocupando uma superfície de 78 km2, distribuída por cinco freguesias: Água de Alto; Ponta Garça; São Miguel; São Pedro; Ribeira das Tainhas.
Em 2021, o concelho apresentava 10 326 habitantes.
O clima nesta região é ameno e húmido, com temperaturas médias que oscilam entre os 14 ºC e os 22 ºC, e com uma precipitação regular ao longo do ano, responsável pela fertilidade dos solos e pela existência de alguns recursos hídricos, de que são exemplo as ribeiras das Três Voltas, da Praia e da Mãe d'Água. O relevo é integrado na ilha de São Miguel, sendo caracterizado por materiais de projeção e basaltos. É possível encontrar as seguintes formações geológicas: ilhéu de Vila Franca, Pico d'El-Rei (674 m), Monte Escuro (890 m), Lomba dos Pisões (258 m), Miradouro (685 m), Lagoa do Fogo (cratera vulcânica) e Ponta da Pirâmide.
História e Monumentos
Vila Franca do Campo foi assim chamada por se situar num campo plano, extenso, e ser "franca de direitos". Gonçalo Vaz Botelho foi o fundador da vila no século XV. Rapidamente prosperou com o cultivo de cana-de-açúcar e tornou-se na primeira capital da ilha. Contudo, o terramoto de 1522 praticamente soterrou a vila e Ponta Delgada assumiu então o papel de capital. Vila Franca do Campo assistiu em 1582 a uma das maiores batalhas navais no mar dos Açores, com as forças leais ao príncipe português D. António Prior do Crato e as forças de D. Filipe II de Espanha a disputarem o trono de Portugal.
A fertilidade dos solos e a localização estratégica nas rotas entre a Europa e a América justificam o acentuado crescimento económico desta região. A exportação maciça de laranja durante o século XVIII permitiu que a vila recuperasse a prosperidade perdida com o terramoto.
Em finais do século XIX, contudo, os laranjais foram destruídos por uma doença, sendo substituídos pelo cultivo de ananás.
O património arquitetónico existente no concelho é essencialmente de cariz religioso, destacando-se: a Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo (século XV), com fachada gótica e torre sineira com influência renascentista; a Igreja de São Pedro, do século XVIII, que foi edificada sobre uma ermida gótica e possui uma fachada barroca, com uma imagem do padroeiro em pedra que data de século XVI; a Igreja e Hospital da Misericórdia (século XV) que foi o primeiro hospital dos Açores; o Convento de Santo André (séculos XVI-XVII), parcialmente destruído, do qual restam a igreja e o palratório, onde funciona uma escola de artesanato de bordados, rendas e flores artificiais; o Convento de São Francisco (século XVI), restaurado e ampliado no século XVIII, e que desempenhou uma importante função educativa junto da população; a Ermida S. João Batista (século XVI), que sobreviveu intacta ao sismo de 1522, facto considerado um milagre. O último forte existente, Forte de Tagarete, e os miradouros do Pico da Barrosa e da Capela de Nossa Senhora da Paz são também pontos de interesse turístico do concelho.
Tradições, Lendas e Curiosidades
A atividade cultural no concelho é marcada pelas festas do Espírito Santo, celebradas praticamente em todas as ilhas. Estas festas remontam aos primeiros colonos, que assim pediam proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa. Para além do culto ao Espírito Santo, celebra-se também a festa do Bom Jesus da Pedra, no último fim de semana de agosto, em que a imagem do Bom Jesus é levada da Igreja da Misericórdia durante a noite de sábado para a Igreja de São Miguel (a Igreja Matriz) e regressa no dia seguinte, numa procissão. De destacar também uma tradição de raiz medieval, a procissão de São Miguel, no domingo seguinte a 8 de maio, que consiste num cortejo de artesãos de diferentes profissões identificadas por cores diversas, em que todos se reúnem em torno de São Miguel, o patrono da vila.
No artesanato, destacam-se: a louça da vila, constituída por peças de barro vermelho não vidrado; miniaturas em madeira; flores de escamas de peixe, de papel, de penas ou de pano; capachos de folhas de milho e espadana; trabalhos de vime, rendas e bordados de linho; bonecos de folhelho de milho com trajes tradicionais e colchas coloridas tecidas manualmente.
Bento Góis, natural do concelho, distinguiu-se na Companhia de Jesus por ser um dos primeiros europeus a chegarem à China.
Ainda no aspeto cultural, de referir o museu etnográfico, que expõe objetos da vida do dia a dia na ilha, feitos no tradicional barro vermelho.
Economia
Em Vila Franca do Campo, a agricultura é a principal atividade económica, com cerca de 52% da área do concelho. O cultivo é praticado em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, as culturas permanentes de vinha, batata, citrinos e frutos subtropicais, prados e pastagens permanentes e prados temporários.
No que respeita à pecuária, os bovinos, os suínos e as aves constituem as principais espécies de criação de gado. A pesca é também uma atividade económica importante no concelho.
A região apresenta uma fraca densidade florestal - 19,4% - que corresponde a uma área de 370 ha, salientando-se as espécies cedros, zimbros e loureiros.
No setor terciário, o concelho começa a despertar para as potencialidades do turismo. As principais atividades e atrações turísticas que se podem encontrar no concelho e por toda a ilha consistem em golfe, ténis, prática de vela, windsurf, remo, escaladas, passeios, mergulho, observação e fotografia submarinas e pesca.
Vila e sede do concelho, Vila Franca do Campo está integrada na Região Autónoma dos Açores (NUT II e NUT III) e localiza-se na ilha São Miguel, ilha pertencente ao grupo oriental do arquipélago dos Açores. O concelho é limitado a oeste pelo concelho de Lagoa, a este por Povoação, a sul pelo oceano Atlântico e a noroeste por Ribeira Grande, ocupando uma superfície de 78 km2, distribuída por cinco freguesias: Água de Alto; Ponta Garça; São Miguel; São Pedro; Ribeira das Tainhas.
Em 2021, o concelho apresentava 10 326 habitantes.
O clima nesta região é ameno e húmido, com temperaturas médias que oscilam entre os 14 ºC e os 22 ºC, e com uma precipitação regular ao longo do ano, responsável pela fertilidade dos solos e pela existência de alguns recursos hídricos, de que são exemplo as ribeiras das Três Voltas, da Praia e da Mãe d'Água. O relevo é integrado na ilha de São Miguel, sendo caracterizado por materiais de projeção e basaltos. É possível encontrar as seguintes formações geológicas: ilhéu de Vila Franca, Pico d'El-Rei (674 m), Monte Escuro (890 m), Lomba dos Pisões (258 m), Miradouro (685 m), Lagoa do Fogo (cratera vulcânica) e Ponta da Pirâmide.
História e Monumentos
Vila Franca do Campo foi assim chamada por se situar num campo plano, extenso, e ser "franca de direitos". Gonçalo Vaz Botelho foi o fundador da vila no século XV. Rapidamente prosperou com o cultivo de cana-de-açúcar e tornou-se na primeira capital da ilha. Contudo, o terramoto de 1522 praticamente soterrou a vila e Ponta Delgada assumiu então o papel de capital. Vila Franca do Campo assistiu em 1582 a uma das maiores batalhas navais no mar dos Açores, com as forças leais ao príncipe português D. António Prior do Crato e as forças de D. Filipe II de Espanha a disputarem o trono de Portugal.
A fertilidade dos solos e a localização estratégica nas rotas entre a Europa e a América justificam o acentuado crescimento económico desta região. A exportação maciça de laranja durante o século XVIII permitiu que a vila recuperasse a prosperidade perdida com o terramoto.
Em finais do século XIX, contudo, os laranjais foram destruídos por uma doença, sendo substituídos pelo cultivo de ananás.
O património arquitetónico existente no concelho é essencialmente de cariz religioso, destacando-se: a Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo (século XV), com fachada gótica e torre sineira com influência renascentista; a Igreja de São Pedro, do século XVIII, que foi edificada sobre uma ermida gótica e possui uma fachada barroca, com uma imagem do padroeiro em pedra que data de século XVI; a Igreja e Hospital da Misericórdia (século XV) que foi o primeiro hospital dos Açores; o Convento de Santo André (séculos XVI-XVII), parcialmente destruído, do qual restam a igreja e o palratório, onde funciona uma escola de artesanato de bordados, rendas e flores artificiais; o Convento de São Francisco (século XVI), restaurado e ampliado no século XVIII, e que desempenhou uma importante função educativa junto da população; a Ermida S. João Batista (século XVI), que sobreviveu intacta ao sismo de 1522, facto considerado um milagre. O último forte existente, Forte de Tagarete, e os miradouros do Pico da Barrosa e da Capela de Nossa Senhora da Paz são também pontos de interesse turístico do concelho.
A atividade cultural no concelho é marcada pelas festas do Espírito Santo, celebradas praticamente em todas as ilhas. Estas festas remontam aos primeiros colonos, que assim pediam proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa. Para além do culto ao Espírito Santo, celebra-se também a festa do Bom Jesus da Pedra, no último fim de semana de agosto, em que a imagem do Bom Jesus é levada da Igreja da Misericórdia durante a noite de sábado para a Igreja de São Miguel (a Igreja Matriz) e regressa no dia seguinte, numa procissão. De destacar também uma tradição de raiz medieval, a procissão de São Miguel, no domingo seguinte a 8 de maio, que consiste num cortejo de artesãos de diferentes profissões identificadas por cores diversas, em que todos se reúnem em torno de São Miguel, o patrono da vila.
No artesanato, destacam-se: a louça da vila, constituída por peças de barro vermelho não vidrado; miniaturas em madeira; flores de escamas de peixe, de papel, de penas ou de pano; capachos de folhas de milho e espadana; trabalhos de vime, rendas e bordados de linho; bonecos de folhelho de milho com trajes tradicionais e colchas coloridas tecidas manualmente.
Bento Góis, natural do concelho, distinguiu-se na Companhia de Jesus por ser um dos primeiros europeus a chegarem à China.
Ainda no aspeto cultural, de referir o museu etnográfico, que expõe objetos da vida do dia a dia na ilha, feitos no tradicional barro vermelho.
Economia
Em Vila Franca do Campo, a agricultura é a principal atividade económica, com cerca de 52% da área do concelho. O cultivo é praticado em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, as culturas permanentes de vinha, batata, citrinos e frutos subtropicais, prados e pastagens permanentes e prados temporários.
No que respeita à pecuária, os bovinos, os suínos e as aves constituem as principais espécies de criação de gado. A pesca é também uma atividade económica importante no concelho.
A região apresenta uma fraca densidade florestal - 19,4% - que corresponde a uma área de 370 ha, salientando-se as espécies cedros, zimbros e loureiros.
No setor terciário, o concelho começa a despertar para as potencialidades do turismo. As principais atividades e atrações turísticas que se podem encontrar no concelho e por toda a ilha consistem em golfe, ténis, prática de vela, windsurf, remo, escaladas, passeios, mergulho, observação e fotografia submarinas e pesca.
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Como referenciar
Porto Editora – Vila Franca do Campo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-12 17:55:10]. Disponível em
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