2 min
Vilarinho das Furnas
A aldeia de Vilarinho das Furnas, situada na freguesia de São João do Campo, no concelho de Terras de Bouro, no Minho, deixou de existir em 1970 devido à subida das águas do Rio Homem provocada pela construção de uma barragem no local.
As origens de Vilarinho das Furnas poderão remontar, segundo algumas versões, a perto do ano 75, quando foi construída a estrada Geira, um caminho romano que unia Braga a Astorga, de onde havia ligação para Roma. Segundo uma das lendas, sete trabalhadores fixaram-se em Portela do Campo. No entanto, quatro desses homens mudaram-se para um local junto à margem direita do Rio Homem. Terá assim nascido a povoação de Vilarinho das Furnas.
Embora não seja possível confirmar a origem romana, há pelo menos provas da passagem e instalação de romanos no local. Nas imediações há três pontes de origem romana, assim como duas vias calcetadas que, pelo lado sul, davam acesso ao local.
Em tempos mais recentes Vilarinho das Furnas era composta por um conjunto de casas graníticas entre as quais desfilavam ruas sinuosas. A casa-tipo de Vilarinho das Furnas tinha dois pisos independentes. O piso térreo servia para acolher o gado e para guardar as alfaias e produtos agrícolas. No primeiro andar servia de habitação, com cozinha e quartos.
A iluminação pública era feita através de candeias e candeeiros a petróleo ou, em época de crise, com gordura animal ou azeite.
Em Vilarinho das Furnas, paralelamente às leis nacionais, havia leis internas, já que imperava um regime comunitário. Quem as fazia respeitar era uma junta de seis elementos dirigida por um zelador. Para integrar a junta eram eleitos chefes de família. As mulheres só podiam aceder à junta se fossem viúvas ou se o marido estivesse emigrado. Apenas os homens podiam desempenhar as funções de zelador. Este tinha de ser casado e era escolhido por ordem cronológica do casamento. De seis em seis meses havia uma reunião para escolher os seis e substituir o zelador.
A junta reunia às quintas-feiras e era convocada ao nascer do Sol pelo zelador, que para o efeito tocava um búzio (trombeta) ou um corno de boi. Nas reuniões ficavam estabelecidos os trabalhos a realizar e as multas a pagar. As decisões eram tomadas por maioria e o zelador tinha voto de qualidade.
A história de Vilarinho das Furnas terminou em 1970 devido à construção de uma barragem no Rio Homem, junto à aldeia, que a iria submergir. Entre setembro de 1969 e outubro de 1970 as cerca de 250 pessoas das 57 famílias que na altura habitavam em Vilarinho das Furnas tiveram de deixar a povoação.
Para manter a memória da povoação foi erigido, com pedras da aldeia, o Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas, inaugurado em 1989.
Ocasionalmente as águas do Rio Homem baixam a um nível que permitem ver e percorrer as casas que ainda permanecem de pé onde antes ficava a aldeia.
As origens de Vilarinho das Furnas poderão remontar, segundo algumas versões, a perto do ano 75, quando foi construída a estrada Geira, um caminho romano que unia Braga a Astorga, de onde havia ligação para Roma. Segundo uma das lendas, sete trabalhadores fixaram-se em Portela do Campo. No entanto, quatro desses homens mudaram-se para um local junto à margem direita do Rio Homem. Terá assim nascido a povoação de Vilarinho das Furnas.
Embora não seja possível confirmar a origem romana, há pelo menos provas da passagem e instalação de romanos no local. Nas imediações há três pontes de origem romana, assim como duas vias calcetadas que, pelo lado sul, davam acesso ao local.
Em tempos mais recentes Vilarinho das Furnas era composta por um conjunto de casas graníticas entre as quais desfilavam ruas sinuosas. A casa-tipo de Vilarinho das Furnas tinha dois pisos independentes. O piso térreo servia para acolher o gado e para guardar as alfaias e produtos agrícolas. No primeiro andar servia de habitação, com cozinha e quartos.
A iluminação pública era feita através de candeias e candeeiros a petróleo ou, em época de crise, com gordura animal ou azeite.
Em Vilarinho das Furnas, paralelamente às leis nacionais, havia leis internas, já que imperava um regime comunitário. Quem as fazia respeitar era uma junta de seis elementos dirigida por um zelador. Para integrar a junta eram eleitos chefes de família. As mulheres só podiam aceder à junta se fossem viúvas ou se o marido estivesse emigrado. Apenas os homens podiam desempenhar as funções de zelador. Este tinha de ser casado e era escolhido por ordem cronológica do casamento. De seis em seis meses havia uma reunião para escolher os seis e substituir o zelador.
A junta reunia às quintas-feiras e era convocada ao nascer do Sol pelo zelador, que para o efeito tocava um búzio (trombeta) ou um corno de boi. Nas reuniões ficavam estabelecidos os trabalhos a realizar e as multas a pagar. As decisões eram tomadas por maioria e o zelador tinha voto de qualidade.
A história de Vilarinho das Furnas terminou em 1970 devido à construção de uma barragem no Rio Homem, junto à aldeia, que a iria submergir. Entre setembro de 1969 e outubro de 1970 as cerca de 250 pessoas das 57 famílias que na altura habitavam em Vilarinho das Furnas tiveram de deixar a povoação.
Para manter a memória da povoação foi erigido, com pedras da aldeia, o Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas, inaugurado em 1989.
Ocasionalmente as águas do Rio Homem baixam a um nível que permitem ver e percorrer as casas que ainda permanecem de pé onde antes ficava a aldeia.
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Como referenciar
Porto Editora – Vilarinho das Furnas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-12 19:53:19]. Disponível em
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Porto Editora – Vilarinho das Furnas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-12 19:53:19]. Disponível em