Winnie Mandela
Enfermeira, ativista e política sul-africana, Nomzamo Winifred Zanyiwe Madikizela, conhecida mais tarde simplesmente por Winnie Mandela, nasceu a 26 de setembro de 1936 numa pequena aldeia de Transkei e faleceu a 2 de abril de 2018. Filha de um professor de História de raça xhosa, veio a frequentar o ensino superior no seu país, acabando por se formar em Assistência Social Infantil, em 1953, já na Universidade de Joanesburgo, cidade sul-africana para onde se tinha entretanto mudado.<
div>Três anos depois conheceu Nelson Mandela, político de que se tornou uma abnegada colaboradora. Acabou por se casar com Mandela em 1958, sendo o segundo casamento daquele político negro. Todavia, Mandela foi preso em 1962, iniciando um longo cativeiro nas prisões do apartheid que duraria até 1990, quando abandona a prisão de Robbie Island. Pouco tempo depois de ser preso, Winnie foi banida pelo estado sul-africano, tendo durante vários anos sofrido uma perseguição e hostilização quase contínuas pelo governo e forças de segurança do regime racista de Pretória.
Passou cerca de 17 meses na prisão, em 1969-1970, sendo ainda obrigada a um exílio interno entre 1977 e 1985. Durante estes anos todos, porém, não deixou de prestar serviços na área da educação e assistência social, convertendo-se numa heroína da luta anti-apartheid na África do Sul. A sua reputação acabou, no entanto, por ser grave e irreversivelmente afetada no final da década de 80, devido ao facto de Winnie e os seus "seguranças" privados terem sido relacionados com torturas e sequestros de jovens negros, um dos quais foi mesmo assassinado pelo chefe dos guarda-costas.
Nos primeiros tempos a seguir à libertação de Nelson Mandela em 1990, Winnie, apesar de envolta em sucessivos escândalos, ainda participou em inúmeras atividades políticas junto do marido, acompanhando-o também em viagens ao estrangeiro. Em maio de 1991 o seu "estado de graça" acabou, não usufruindo mais do estatuto de mulher de Mandela e do uso do seu nome. Assim, foi condenada a seis meses de prisão, acusada de sequestro. A sentença acabaria, contudo, por ser reduzida a uma multa pecuniária.
Ainda regressou à vida política em 1993, como presidente da Liga das Mulheres do Congresso Nacional Africano, sendo designada, no ano seguinte, ministra das artes, cultura, ciência e tecnologia do primeiro governo multirracial da "nova" África do Sul, já sem apartheid e sob a batuta de Mandela e do ANC. Mas Winnie não era mais a heroína antirracista dos negros sul-africanos, aos olhos dos quais era cada vez mais uma desilusão política e humana. Continuava a causar sucessivas polémicas e constantes diatribes com o governo liderado por Mandela, incitando mesmo à violência e luta política aos seus seguidores, essencialmente jovens ativistas radicais. Em 1995, todavia, Mandela expulsá-la-ia do seu governo.
Separados desde 1992, Nelson e Winnie divorciaram-se oficialmente em 1996. Winnie mantém-se ainda debaixo de fortes acusações e investigações judiciais ao seu passado político e às suas controversas atividades dentro do movimento anti-apartheid e ao longo da última década, revelando-se uma personalidade que em nada encaixa no antigo papel de "mãe" da nação negra da África do Sul.
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Porto Editora – Winnie Mandela na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-24 02:35:53]. Disponível em
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