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A Cruzada do Ocidente
Durante o século VIII, a partir de 711, a Hispânia é conquistada pelos árabes, que aí se fixam, aproveitando a estrutura da monarquia visigótica. As montanhas asturianas permanecem sob domínio cristão e é a partir daí que se inicia o processo da Reconquista Cristã da Península Ibérica.
O reino das Astúrias nasce em 718, com Pelágio, que entre 721 e 724 consegue defender Covadonga do assédio árabe. Esta pequena vitória acaba por ter grandes consequências na formação e fortalecimento da resistência cristã da península.
Durante a Reconquista, e com origens na monarquia das Astúrias, vão nascendo os Estados cristãos da Península, cujos exércitos, unidos na religião e nos objetivos, lutam contra os infiéis, muitas vezes fragmentados por questões territoriais e políticas. Os reinos de Leão, Castela, e mais tarde de Portucale têm as suas origens neste longo processo de expulsão do domínio sarraceno da península.
O processo da Reconquista dá-se numa fase de profunda agitação religiosa em toda a Europa. Assistimos ao retomar das Cruzadas do Oriente e da importância para os fiéis dos lugares santos da Palestina. Neste espírito, os monarcas cristãos da península vão procurar o apoio da Igreja obtendo dos papas em Roma as chamadas bulas de Cruzada, passando a Reconquista a ser considerada como uma Guerra Santa contra os infiéis. Assim, consegue-se a concessão de numerosas graças e todo o tipo de privilégios espirituais para os participantes, bem como se canaliza para a guerra uma boa parte dos rendimentos eclesiásticos, com o objetivo de equipar e abastecer os exércitos.
A Bula de 14 de outubro de 1100, a Bula Miramur de Vobis de 1111 e a Bula Sciatis Omnes de 1109-1112, entre outras, vêm dar à Reconquista e à luta contra os mouros um carácter sagrado e a absolvição dos pecados para os soldados cristãos.
D. Afonso Henriques chega a prestar vassalagem à Santa Sé pela Clavis Regnum Celarum que envia ao Papa Inocêncio II em dezembro de 1143.
Muitos são os cruzados que participam na guerra peninsular contra os árabes: na primeira metade do século XII, as frotas cristãs a caminho da Terra Santa fundeavam nos portos do Porto e de Lisboa, fazendo escala e procurando mantimentos. Desde cedo os monarcas ibéricos procuraram obter a ajuda destes exércitos para a sua própria cruzada.
Em junho de 1147, entra na barra do Porto uma frota com cerca de 200 velas, trazendo a bordo uma multidão de 13 mil homens, cruzados de várias nacionalidades. D. Afonso Henriques, por intermédio do bispo do Porto, D. Pedro, negoceia o auxílio desta frota e poucas semanas depois ela entra na barra de Lisboa. A conquista de Lisboa, em outubro de 1147, torna-se assim possível e houve mesmo muitos cruzados que por cá ficaram, não continuando a sua viagem rumo ao Oriente.
A Reconquista Cristã é, assim, não só beneficiada pelo fator das Cruzadas do Oriente, mas também e decisivamente marcada pelo facto de assumir, ela própria, o título de cruzada.
O reino das Astúrias nasce em 718, com Pelágio, que entre 721 e 724 consegue defender Covadonga do assédio árabe. Esta pequena vitória acaba por ter grandes consequências na formação e fortalecimento da resistência cristã da península.
Durante a Reconquista, e com origens na monarquia das Astúrias, vão nascendo os Estados cristãos da Península, cujos exércitos, unidos na religião e nos objetivos, lutam contra os infiéis, muitas vezes fragmentados por questões territoriais e políticas. Os reinos de Leão, Castela, e mais tarde de Portucale têm as suas origens neste longo processo de expulsão do domínio sarraceno da península.
O processo da Reconquista dá-se numa fase de profunda agitação religiosa em toda a Europa. Assistimos ao retomar das Cruzadas do Oriente e da importância para os fiéis dos lugares santos da Palestina. Neste espírito, os monarcas cristãos da península vão procurar o apoio da Igreja obtendo dos papas em Roma as chamadas bulas de Cruzada, passando a Reconquista a ser considerada como uma Guerra Santa contra os infiéis. Assim, consegue-se a concessão de numerosas graças e todo o tipo de privilégios espirituais para os participantes, bem como se canaliza para a guerra uma boa parte dos rendimentos eclesiásticos, com o objetivo de equipar e abastecer os exércitos.
A Bula de 14 de outubro de 1100, a Bula Miramur de Vobis de 1111 e a Bula Sciatis Omnes de 1109-1112, entre outras, vêm dar à Reconquista e à luta contra os mouros um carácter sagrado e a absolvição dos pecados para os soldados cristãos.
D. Afonso Henriques chega a prestar vassalagem à Santa Sé pela Clavis Regnum Celarum que envia ao Papa Inocêncio II em dezembro de 1143.
Muitos são os cruzados que participam na guerra peninsular contra os árabes: na primeira metade do século XII, as frotas cristãs a caminho da Terra Santa fundeavam nos portos do Porto e de Lisboa, fazendo escala e procurando mantimentos. Desde cedo os monarcas ibéricos procuraram obter a ajuda destes exércitos para a sua própria cruzada.
Em junho de 1147, entra na barra do Porto uma frota com cerca de 200 velas, trazendo a bordo uma multidão de 13 mil homens, cruzados de várias nacionalidades. D. Afonso Henriques, por intermédio do bispo do Porto, D. Pedro, negoceia o auxílio desta frota e poucas semanas depois ela entra na barra de Lisboa. A conquista de Lisboa, em outubro de 1147, torna-se assim possível e houve mesmo muitos cruzados que por cá ficaram, não continuando a sua viagem rumo ao Oriente.
A Reconquista Cristã é, assim, não só beneficiada pelo fator das Cruzadas do Oriente, mas também e decisivamente marcada pelo facto de assumir, ela própria, o título de cruzada.
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Como referenciar
Porto Editora – A Cruzada do Ocidente na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-03-19 02:01:49]. Disponível em
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