Respeitamos a sua privacidade
Este site utiliza cookies (próprios e de terceiros) com o objetivo de melhorar a experiência de utilização durante a sua visita. Conseguimos, deste modo, melhorar o nosso site apresentando-lhe conteúdos e anúncios relevantes, permitindo a integração de funcionalidades de redes sociais e promovendo a análise de trafego no site. Tendo em consideração as suas preferências na utilização de cookies, poderemos partilhar informações com os nossos parceiros de redes sociais, de análise publicitária e de navegação. Ao selecionar o botão “Aceitar” está a consentir a utilização de todos os cookies. Para mais esclarecimentos sobre o tratamento dos seus dados pessoais, consulte a nossa Política de Cookies. Através da opção configuração de cookies poderá definir as suas preferências, bem como obter mais informações sobre os cookies utilizados.
Língua Portuguesa
capital cultural
O capital não é, portanto, uma coisa, uma substância, mas uma relação (de poder) correspondente a um determinado estado de forças na luta de classes. Mudando este, altera-se também o valor das propriedades e dos atributos ditos culturais. A dita cultura dominante é um arbítrio cultural que, desconhecido na sua relatividade, passa por uma realidade absoluta. A família e a escola destacam-se como as principais instituições de transmissão e inculcação do capital cultural. No ambiente familiar adquirem-se competência linguística, esquemas de pensamento e eventual familiarização com os conteúdos e, sobretudo, as formas da cultura legítima. Consoante a distância ou a sintonia entre as culturas de classe (das famílias) e a cultura legítima, assim tenderá a ser mais ou menos bem sucedida a trajetória escolar e socioprofissional dos agentes. O funcionamento da escola e a sua articulação com a sociedade global confluem para que estes percursos não sejam percebidos como produtos dos efeitos conjugados de condições sociais discriminantes, mas como destinos pessoais ou fatalidades de índole diversa. Nesta lógica, a escola não se limita a inculcar um determinado saber, promove também uma visão do mundo. Para além de participar na distribuição dos agentes pelas várias posições sociais, a escola concorre ainda para conformar cada um com a sorte que lhe cabe. Na ótica de Bourdieu, a reprodução cultural é indissociável da reprodução social.
Dimensão crucial na configuração do espaço social, o capital cultural influi consideravelmente num amplo leque de práticas e representações sociais, papel este, aliás, cada vez mais reconhecido pelos sociólogos. Bourdieu releva-o, sobremaneira, no que se refere aos usos sociais da fotografia, ao apreço pela arte e aos gostos.