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Língua Portuguesa
D. Francisco de Portugal, conde de Vimioso
Poeta palaciano presente no Cancioneiro Geral, era filho de D. Afonso de Portugal, bispo de Évora, e foi feito conde em 1514, por D. Manuel. Casou com D. Beatriz de Vilhena, e em segundas núpcias com D. Joana de Vilhena. Exerceu as funções de camareiro-mor dos príncipes D. Manuel e D. João e de vedor da Fazenda; serviu em Arzila e Azamor. É autor de uma coleção de Sentenças, mandada imprimir, em 1605, pelo seu neto, D. Henrique de Portugal. A sua intervenção no Cancioneiro, nomeadamente pela colaboração em certames poéticos coletivos, aproxima-o dos poetas Aires Teles, João da Silveira, Simão de Sousa, Simão de Miranda, Luís da Silveira, Manuel de Góis e João Roiz de Sá. Além de motejador impiedoso em conjuntos poéticos satíricos de iniciativa alheia ou própria, D. Francisco de Portugal, é acima de tudo, um modelo de poeta cortesão que explora com a máxima agudeza a expressão poética do amor cortês. Na tenção com Aires Teles sobre o querer e o desejar, sustenta que o melhor amador deve renunciar à vontade de consumar o amor, sob pena de o perder, anunciando por momentos a retórica camoniana:
"Amor é conformidade / em toda cousas igual, / ûa gostosa amizade, / amor é ûa vontade / que nam pode querer al. / Amor nam sabe o que quer, / como pode desejar? / Amor nam pode querer / outra cousa senam ser / e em si mesmo estar." Assumindo a vocação lúdica da poesia, e colocando à prova o investimento no labor poético da expressão amorosa, mesmo quando o propósito são situações prosaicas do quotidiano da corte, o corpus poético do conde de Vimioso oferece uma qualidade variável, que vai desde cantigas, que sintetizam lapidarmente a tensão sentimental ("Por vós é meu mal sem fim, / e sem vós viver nam posso, / nem tenho mais part'em mim / que aquilo que é vosso."), a composições que se apresentam como mero exercício de virtuosismo.
"Amor é conformidade / em toda cousas igual, / ûa gostosa amizade, / amor é ûa vontade / que nam pode querer al. / Amor nam sabe o que quer, / como pode desejar? / Amor nam pode querer / outra cousa senam ser / e em si mesmo estar." Assumindo a vocação lúdica da poesia, e colocando à prova o investimento no labor poético da expressão amorosa, mesmo quando o propósito são situações prosaicas do quotidiano da corte, o corpus poético do conde de Vimioso oferece uma qualidade variável, que vai desde cantigas, que sintetizam lapidarmente a tensão sentimental ("Por vós é meu mal sem fim, / e sem vós viver nam posso, / nem tenho mais part'em mim / que aquilo que é vosso."), a composições que se apresentam como mero exercício de virtuosismo.
Como referenciar:
D. Francisco de Portugal, conde de Vimioso in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2021. [consult. 2021-03-01 22:43:39]. Disponível na Internet: