Português
Inglês
Francês
Espanhol
Alemão
Italiano
Neerlandês
Chinês
Tétum
Grego
PESQUISAR
Língua Portuguesa
Francisco José Tenreiro
Poeta são-tomense, Francisco José Tenreiro nasceu em 1921, em São Tomé e Príncipe, e faleceu em 1963, numa altura em que se intensificava a Guerra Colonial. Geógrafo por formação, usou a poesia para exprimir a nova África, já não a dos postais ilustrados e dos povos, plantas e animais exóticos, mas a de um novo tempo, marcado pela fusão de culturas nativas.
Veio para Lisboa ainda bastante novo, numa altura em que nos Estados Unidos e na França se ouviam as novas vozes dos intelectuais negros a reclamarem os direitos e a proclamarem a identidade dos povos africanos. Tenreiro enquadra-se nesta corrente. Também ele viveu para exaltar a cultura da sua terra natal, se bem que não renegando certos valores adquiridos com a colonização. Por isso, mais do que o poeta da negritude, assume uma postura de defesa de todas as minorias étnicas, como é visível no poema Negro de Todo o Mundo. A sua poesia exalta o homem africano na sua globalidade, ou seja, a diáspora africana que se propagou por todos os cantos do mundo.
Publicou a sua primeira obra - Ilha do Nome Santo - na coleção coimbrã Novo Cancioneiro, integrando-se na corrente neorrealista que então surgia em Portugal. Poeta da mestiçagem, do cruzamento de culturas e de vozes, escreve, na Canção do Mestiço, «nasci do negro e do branco / e quem olhar para mim / é como se olhasse / para um tabuleiro de xadrez», continuando «E tenho no peito uma alma grande, / uma alma feita de adição». É nessa adição que reside a diferença. Tenreiro não apela a um retorno às origens africanas mas ao respeito das pessoas de todas as cores, de todas as tradições. A sua voz é verdadeiramente a voz do exílio, por um lado, e do entrecruzamento das culturas e das raças, por outro.
Em 1953, juntamente com o angolano Mário de Andrade, publica, em Lisboa, Poesia Negra de Expressão Portuguesa, uma antologia de textos de novos intelectuais africanos. O próprio nome era já provocação: a africanidade implicava a desestruturação da portugalidade, o que, numa época de ditadura, era no mínimo arriscado fazer. É a busca de uma nova consciência africana.
Em 1962, Tenreiro concluiu o seu segundo livro de poesia, Coração em África, que já não viu publicado, por ter falecido no ano seguinte.
Veio para Lisboa ainda bastante novo, numa altura em que nos Estados Unidos e na França se ouviam as novas vozes dos intelectuais negros a reclamarem os direitos e a proclamarem a identidade dos povos africanos. Tenreiro enquadra-se nesta corrente. Também ele viveu para exaltar a cultura da sua terra natal, se bem que não renegando certos valores adquiridos com a colonização. Por isso, mais do que o poeta da negritude, assume uma postura de defesa de todas as minorias étnicas, como é visível no poema Negro de Todo o Mundo. A sua poesia exalta o homem africano na sua globalidade, ou seja, a diáspora africana que se propagou por todos os cantos do mundo.
Publicou a sua primeira obra - Ilha do Nome Santo - na coleção coimbrã Novo Cancioneiro, integrando-se na corrente neorrealista que então surgia em Portugal. Poeta da mestiçagem, do cruzamento de culturas e de vozes, escreve, na Canção do Mestiço, «nasci do negro e do branco / e quem olhar para mim / é como se olhasse / para um tabuleiro de xadrez», continuando «E tenho no peito uma alma grande, / uma alma feita de adição». É nessa adição que reside a diferença. Tenreiro não apela a um retorno às origens africanas mas ao respeito das pessoas de todas as cores, de todas as tradições. A sua voz é verdadeiramente a voz do exílio, por um lado, e do entrecruzamento das culturas e das raças, por outro.
Em 1953, juntamente com o angolano Mário de Andrade, publica, em Lisboa, Poesia Negra de Expressão Portuguesa, uma antologia de textos de novos intelectuais africanos. O próprio nome era já provocação: a africanidade implicava a desestruturação da portugalidade, o que, numa época de ditadura, era no mínimo arriscado fazer. É a busca de uma nova consciência africana.
Em 1962, Tenreiro concluiu o seu segundo livro de poesia, Coração em África, que já não viu publicado, por ter falecido no ano seguinte.
Como referenciar:
Francisco José Tenreiro in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2021. [consult. 2021-01-21 09:18:14]. Disponível na Internet: