Ilhas de Bruma
"Numa casa que está rezando ao Mar, / e tem Camões coroado / não de loiro celebrado / mas de espinhos a sangrar, / aí vivi, sonhei eu / ao som do mar, que tangia; / os sonhos, êle m'os deu, / ditava, e eu escrevia. [...] Revivei na minha alma, ó velhos temas, / penumbras da claridade. / E misterioso cante nestes poemas / meu amor português - beijo e saudade...". Este excerto da composição que abre o volume adquire, com conexão evidente com a estética saudosista, um carácter proemial relativamente a todo o volume, num poeta que afirmará, em nota, que "se, porventura, houver neste livro um verso único que ajude a exprimir a Alma Portuguesa, o autor considerará este pequeno poema [...] como sendo mais uma afirmação do supremo carácter da Raça - o Lirismo". O volume encontra-se dividido entre um "Romanceiro", onde evoca mitos da cultura nacional, como o Encoberto, Santa Iria, as Saudades Trágico-Marítimas ou o mito de Pedro e Inês; e um "Cancioneiro", onde a filiação num lirismo tradicional português é conseguida sobretudo ao nível da forma.
Como referenciar:
Ilhas de Bruma in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-12-13 16:38:55]. Disponível na Internet:
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