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Língua Portuguesa
Retrato (Alexandre O'Neill)
O soneto Retrato oferece-nos o seu autorretrato, a imagem que tem de si próprio como típico homem português: moreno, de cabelo negro, de "olho triste".
Lembrando uma certa angústia, que se reflete no rosto, onde sobressai o nariz e uma cicatriz, O'Neill retrata, também, o lado moral com "os seus quês", onde sobressai a vida de amores e desamores (desde a atração por Bertilde, aos 11 anos, que lhe ia custar uma expulsão do colégio, ao amor dorido por Nora Mitrani, a quem dedica "Um Adeus Português", ou dos casamentos com a Noémia Delgado e com Teresa Gouveia à paixão por Laurinda Bom). Ao lado do sofrimento "de ternura", onde se incluem os seus amores e os seus amigos, reconhece que "bebe de mais", o que pode ter acelerado a doença cardíaca de que morre.
No soneto, como afirma no final, ri-se de si e da própria vida, muitas vezes triste e angustiada, mas sempre aventurosa "ou não fosse ele O'Neill!" (o poeta e publicitário contava que, de acordo com a lenda, ao longo de um milénio, nenhum O'Neill morreu de morte natural).