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Damião de Góis
Damião de Góis entrou na corte aos 10 anos, graças à influência de seu pai, fidalgo da casa do Duque de Viseu D. Fernando. Aí foi educado até 1521, exercendo o cargo de "moço de câmara" e beneficiando de uma pensão. Em 1523, foi nomeado para a feitoria de Flandres, em Antuérpia, onde ocupou os cargos de escrivão e secretário. Esse mesmo valimento fez que lhe fossem atribuídas importantes missões na Holanda e nos países bálticos, com as quais passou a cumprir um destino de grande itinerante por mais de vinte anos. Nestas viagens teve a oportunidade de conviver com os maiores humanistas do seu tempo como Lutero, Alberto Dürer, que lhe pintou o retrato, Erasmo e Melanchthon, e de frequentar a Universidade de Pádua durante quatro anos. Nesta estadia em Itália tratou intimamente com os cardeais Bembo e Sadoletto, dele esperando este último que a sua influência particular junto dos chefes protestantes promovesse uma reconciliação com o catolicismo.
Apesar de ter recusado o lugar de tesoureiro da Casa da Índia que o rei D. João III lhe ofereceu, viu-se obrigado, em 1545, perante as insistências do rei, a regressar a Portugal e ocupar o cargo de guarda-mor da Torre do Tombo em 1548. Foi então incumbido, em 1558, de escrever a Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel, que faltava no conjunto dedicado aos reis de Portugal. Anos antes tinha escrito a Crónica do Príncipe D. João.
As críticas que teceu na sua historiografia erudita e ensaística a questões como a expulsão dos judeus, a matança dos cristãos-novos e a expansão portuguesa e as referências desfavoráveis que fez a tantos protagonistas do drama, que foi o reinado do Príncipe Perfeito, acabaram por ferir suscetibilidades e instaurar-lhe um processo inquisitorial pelo Santo Ofício. Acabou por morrer em circunstâncias indefinidas. Além das crónicas já referidas, Damião de Góis escreveu ainda várias obras em latim, compiladas no volume Opuscula, impressos em Lovaina e reimpressos em Coimbra, em 1791, na Coleção das obras de autores clássicos portugueses que escreveram em latim, sobre temas históricos e geográficos, incluindo descrições da vida dos povos da Lapónia ou da Abissínia, por exemplo. Foi ainda músico e tradutor.
Colecionador de espécies greco-romanas, musicólogo, diplomata e historiógrafo, Damião de Góis é uma das figuras mais proeminentes do Humanismo português pelo contacto que proporcionou entre Portugal e os grandes nomes da época.
Apesar de ter recusado o lugar de tesoureiro da Casa da Índia que o rei D. João III lhe ofereceu, viu-se obrigado, em 1545, perante as insistências do rei, a regressar a Portugal e ocupar o cargo de guarda-mor da Torre do Tombo em 1548. Foi então incumbido, em 1558, de escrever a Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel, que faltava no conjunto dedicado aos reis de Portugal. Anos antes tinha escrito a Crónica do Príncipe D. João.
As críticas que teceu na sua historiografia erudita e ensaística a questões como a expulsão dos judeus, a matança dos cristãos-novos e a expansão portuguesa e as referências desfavoráveis que fez a tantos protagonistas do drama, que foi o reinado do Príncipe Perfeito, acabaram por ferir suscetibilidades e instaurar-lhe um processo inquisitorial pelo Santo Ofício. Acabou por morrer em circunstâncias indefinidas. Além das crónicas já referidas, Damião de Góis escreveu ainda várias obras em latim, compiladas no volume Opuscula, impressos em Lovaina e reimpressos em Coimbra, em 1791, na Coleção das obras de autores clássicos portugueses que escreveram em latim, sobre temas históricos e geográficos, incluindo descrições da vida dos povos da Lapónia ou da Abissínia, por exemplo. Foi ainda músico e tradutor.
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Como referenciar
Porto Editora – Damião de Góis na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-02-03 00:08:02]. Disponível em
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