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Mosteiro de Santa Marinha da Costa
No cimo do Monte da Penha, nos arredores da cidade de Guimarães, situa-se a imensa mole que constitui o Mosteiro de Santa Marinha da Costa, sobressaindo da grande beleza florestal que o envolve.
A sua igreja aparece já referenciada no século XI, levantando-se a hipótese de que um templo anterior do século IX tivesse sido aí edificado por iniciativa da condessa Mumadona.
Seja como for, a fundação do cenóbio ocorrerá no século XII, possivelmente em 1154, sob o patrocínio da rainha D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques. Este mosteiro agostiniano seria obra do românico do século XII, de que não subsistem vestígios materiais significativos.
Em 1528, os monges Agostinhos seriam substituídos pelos frades da Ordem de São Jerónimo, criando estes no reinado de D. João III um importante colégio de estudos superiores nas áreas da Teologia e das Ciências que chegou a rivalizar com a Universidade de Coimbra. Obras no século XVIII remodelaram profundamente a igreja e as diversas dependências conventuais.
Após o abandono compulsivo ordenado pelo decreto de 1834, o Mosteiro de Santa Marinha da Costa sofreu uma prolongada e desgastante agonia, de que o incêndio de 1959 foi só um dos tristes episódios, invertida nos anos 80 deste século. Nessa altura realizaram-se importantes obras de reintegração e de pesquisa arqueológica, terminadas em 1985, no sentido de converter as instalações deste cenóbio dos arredores de Guimarães numa das mais encantadoras pousadas de Portugal. O mosteiro vimaranense está classificado como Imóvel de Interesse Público (I.I.P.).
A igreja monástica é antecedida por uma elegante escadaria setecentista do Barroco Joanino em granito, constituída por vários lances e sucessivos patamares, protegidos por gracioso corrimão de balaústres com pirâmides decorativas. Transpostas estas escadarias abre-se um largo terreiro para a fachada da igreja. De linhas rocaille, a igreja é imponente e apresenta movimentada volumetria arquitetónica, jogo dinâmico reforçado pelos elementos escultóricos nela inseridos. O portal nobre é uma aparatosa composição arquitetónica de linhas recortadas e ondeadas, volumetria que se estende ao andar superior e ao remate da empena, ladeado por balaustrada com urnas. No meio da profusa decoração rocaille da fachada, destacam-se as esculturas de vulto em granito, representando a titular, Sta. Marinha, S. Jerónimo e Sta. Paula. O desenho da fachada é realçado pela elevação das torres sineiras laterais, marcadas por ventanas e fogaréus, e ainda por sinuosa cobertura bolbosa.
O amplo e equilibrado interior da igreja é enriquecido por um conjunto soberbo de imagens sagradas - nomeadamente as de Sta. Marinha, S. Francisco, N. Sra. do Carmo, S. Tiago e S. Jerónimo - enriquecendo os setecentistas retábulos e altares de talha dourada. O rocaille tem a sua maior expressão no coro da igreja e nas volumosas esculturas de madeira que o sustentam, bem assim como no soberbo e silencioso órgão.
A capela-mor é coberta por uma fabulosa e harmoniosa abóbada de berço dividida em caixotões, onde se inscrevem belas cartelas relevadas, obra maior da Renascença do Norte de Portugal. Ainda do século XVI era um retábulo de pintura saído da oficina do monge hieronimita frei Carlos, expondo-se presentemente um dos volantes - com a figuração de S. Vicente, S. Martinho e S. Sebastião - no museu vimaranense de Alberto Sampaio.
A sacristia é ornamentada por esbeltas talhas douradas setecentistas, realçando-se ainda um arcaz e dois contadores em pau-santo, elegantes obras enriquecidas com aplicação de ferragens em bronze e cobre.
As dependências conventuais foram adaptadas a pousada da ENATUR, estando algumas das suas salas mobiladas e decoradas com obras provenientes do acervo dos palácios nacionais da Ajuda e de Mafra. A sua longa fachada é equilibrada e de linhas classicizantes.
O claustro é uma bela quadra dividida em dois andares, marcando as galerias inferiores uma clássica arcada de volta perfeita assente em robustas colunas, enquanto a parte superior é rasgada por varandas com resguardos em ferro. Ao centro, os canteiros e a fonte central introduzem uma nota de natureza e de repouso no invólucro pétreo.
Nas traseiras conventuais sobressai a magnífica varanda de S. Jerónimo, composta por cobertura de madeira sustentada por poderosos pilares quadrangulares. As paredes são revestidas por elegantes painéis de azulejos historiados setecentistas, sob os quais correm compridos bancos de pedra. No centro desta varanda, uma bela e refrescante fonte setecentista apresenta tanque de linhas ondeadas e taça superior esculpida.
Na cerca antiga do cenóbio estendem-se os jardins desenhados a buxo, uma floresta de carvalhos e de outras espécies arbóreas, assim como os tanques de água fresca e uma zona agrícola de horta e laranjal, introduzindo uma nota de forte apelo ao convívio com a natureza.
A sua igreja aparece já referenciada no século XI, levantando-se a hipótese de que um templo anterior do século IX tivesse sido aí edificado por iniciativa da condessa Mumadona.
Seja como for, a fundação do cenóbio ocorrerá no século XII, possivelmente em 1154, sob o patrocínio da rainha D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques. Este mosteiro agostiniano seria obra do românico do século XII, de que não subsistem vestígios materiais significativos.
Em 1528, os monges Agostinhos seriam substituídos pelos frades da Ordem de São Jerónimo, criando estes no reinado de D. João III um importante colégio de estudos superiores nas áreas da Teologia e das Ciências que chegou a rivalizar com a Universidade de Coimbra. Obras no século XVIII remodelaram profundamente a igreja e as diversas dependências conventuais.
Após o abandono compulsivo ordenado pelo decreto de 1834, o Mosteiro de Santa Marinha da Costa sofreu uma prolongada e desgastante agonia, de que o incêndio de 1959 foi só um dos tristes episódios, invertida nos anos 80 deste século. Nessa altura realizaram-se importantes obras de reintegração e de pesquisa arqueológica, terminadas em 1985, no sentido de converter as instalações deste cenóbio dos arredores de Guimarães numa das mais encantadoras pousadas de Portugal. O mosteiro vimaranense está classificado como Imóvel de Interesse Público (I.I.P.).
A igreja monástica é antecedida por uma elegante escadaria setecentista do Barroco Joanino em granito, constituída por vários lances e sucessivos patamares, protegidos por gracioso corrimão de balaústres com pirâmides decorativas. Transpostas estas escadarias abre-se um largo terreiro para a fachada da igreja. De linhas rocaille, a igreja é imponente e apresenta movimentada volumetria arquitetónica, jogo dinâmico reforçado pelos elementos escultóricos nela inseridos. O portal nobre é uma aparatosa composição arquitetónica de linhas recortadas e ondeadas, volumetria que se estende ao andar superior e ao remate da empena, ladeado por balaustrada com urnas. No meio da profusa decoração rocaille da fachada, destacam-se as esculturas de vulto em granito, representando a titular, Sta. Marinha, S. Jerónimo e Sta. Paula. O desenho da fachada é realçado pela elevação das torres sineiras laterais, marcadas por ventanas e fogaréus, e ainda por sinuosa cobertura bolbosa.
O amplo e equilibrado interior da igreja é enriquecido por um conjunto soberbo de imagens sagradas - nomeadamente as de Sta. Marinha, S. Francisco, N. Sra. do Carmo, S. Tiago e S. Jerónimo - enriquecendo os setecentistas retábulos e altares de talha dourada. O rocaille tem a sua maior expressão no coro da igreja e nas volumosas esculturas de madeira que o sustentam, bem assim como no soberbo e silencioso órgão.
A capela-mor é coberta por uma fabulosa e harmoniosa abóbada de berço dividida em caixotões, onde se inscrevem belas cartelas relevadas, obra maior da Renascença do Norte de Portugal. Ainda do século XVI era um retábulo de pintura saído da oficina do monge hieronimita frei Carlos, expondo-se presentemente um dos volantes - com a figuração de S. Vicente, S. Martinho e S. Sebastião - no museu vimaranense de Alberto Sampaio.
A sacristia é ornamentada por esbeltas talhas douradas setecentistas, realçando-se ainda um arcaz e dois contadores em pau-santo, elegantes obras enriquecidas com aplicação de ferragens em bronze e cobre.
As dependências conventuais foram adaptadas a pousada da ENATUR, estando algumas das suas salas mobiladas e decoradas com obras provenientes do acervo dos palácios nacionais da Ajuda e de Mafra. A sua longa fachada é equilibrada e de linhas classicizantes.
O claustro é uma bela quadra dividida em dois andares, marcando as galerias inferiores uma clássica arcada de volta perfeita assente em robustas colunas, enquanto a parte superior é rasgada por varandas com resguardos em ferro. Ao centro, os canteiros e a fonte central introduzem uma nota de natureza e de repouso no invólucro pétreo.
Nas traseiras conventuais sobressai a magnífica varanda de S. Jerónimo, composta por cobertura de madeira sustentada por poderosos pilares quadrangulares. As paredes são revestidas por elegantes painéis de azulejos historiados setecentistas, sob os quais correm compridos bancos de pedra. No centro desta varanda, uma bela e refrescante fonte setecentista apresenta tanque de linhas ondeadas e taça superior esculpida.
Na cerca antiga do cenóbio estendem-se os jardins desenhados a buxo, uma floresta de carvalhos e de outras espécies arbóreas, assim como os tanques de água fresca e uma zona agrícola de horta e laranjal, introduzindo uma nota de forte apelo ao convívio com a natureza.
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Como referenciar
Porto Editora – Mosteiro de Santa Marinha da Costa na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-22 01:52:50]. Disponível em
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