Pedro Costa
Realizador português internacionalmente distinguido, destaca-se pela coerência e rigor da sua obra, socialmente comprometida e questionadora da própria estrutura industrial da produção cinematográfica contemporânea, seja através dos protagonistas que escolhe, da escassez de meios com que filma ou das opções estéticas que assume.
Nascido em 1959, em Lisboa, Pedro Costa frequentou o curso de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que abandona para se dedicar ao cinema. Após concluir o curso da Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional, inicia a atividade no meio cinematográfico como assistente de realização, em filmes de Jorge Silva Melo, João Botelho entre outros.
Assina a primeira longa-metragem, O sangue, em 1989, um drama em que dois irmãos partilham um segredo sobre o desaparecimento do pai. Segue-se Casa de lava (1994), filmado em Cabo Verde com atores profissionais e não profissionais. Terminada a rodagem do filme, membros cabo-verdianos do elenco pedem a Pedro Costa que entregue algumas cartas e encomendas a familiares emigrados em Portugal e é no cumprimento dessa tarefa que o realizador se confronta pela primeira vez com uma realidade que marcará o resto da sua obra: o Bairro das Fontainhas, nos arredores de Lisboa.
É aí, nesse subúrbio habitado maioritariamente por imigrantes de origem africana, que encontrará a matéria e os protagonistas dos seus três filmes seguintes: Ossos (1997), que se centra na história de um bebé de poucos dias e dos seus pais, jovens afligidos pela miséria e pela exclusão; No quarto da Vanda (2000), em que prescindiu do aparato logístico associado às convencionais produções cinematográficas para documentar, com uma câmara digital portátil, o dia a dia da protagonista, Vanda Duarte, toxicodependente e habitante do bairro que participara em Ossos; finalmente, Juventude em marcha (2006), em que retrata a demolição das Fontainhas e o realojamento dos habitantes num novo bairro social.
Nos três casos, Pedro Costa socorre-se da experiência das pessoas que filma para desenvolver os enredos narrativos, ao mesmo tempo que apura as especificidades formais (planos longos e fixos, utilização mínima de iluminação artificial, etc.) que caracterizam os seus filmes.
Métodos e particularidades que transportou para outros filmes, longe dessa comunidade que encontrou nas Fontainhas, como Onde jaz o teu sorriso? (2002), em que acompanhou o trabalho dos cineastas Danièle Huillet e Jean-Marie Straub ou Ne change rien (2009), com a atriz Jeanne Balibar.
É, no entanto, junto do grupo de figuras e personagens que se tornaram nucleares da sua filmografia que continua a desenvolver o seu percurso, como são exemplo Cavalo dinheiro (2014) ou Vitalina Varela (2019), obras que que lhe valeram numerosas distinções internacionais.
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