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Língua Portuguesa
Ana Paula Tavares
Licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, aí fez o mestrado em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa.
Entre 1983 e 1985, coordenou o Gabinete de Investigação do Centro Nacional de Documentação Histórica, em Luanda.
Membro da União de Escritores Angolanos, fez parte do júri do Prémio Nacional de Literatura de Angola entre 1988 e 1990.
Do seu currículo profissinal constam vários cargos, que passam pelo Ensino, a Museologia, o Património, a Animação Cultural, a Arqueologia e a Etnologia, sendo frequentemente convidada para participar em simpósios e congressos nacionais e internacionais. É também responsável pela elaboração de diversos projetos culturais e membro de diversas organizações, a saber: Associação Angolana do Ambiente (AAA); Comité Angolano do Conselho Internacional de Museus (ICOM); Comité Angolano do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e Comissão Angolana para a Unesco.
Ao lado de outros investigadores, deu corpo ao levantamento e estudo de documentação relevante para a História de Angola, tombada nos arquivos portugueses. Integra também o projeto "A apropriação da escrita pelos Africanos" do Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga (CEHCA).
Como colaboradora da RDP África, apresenta uma crónica semanal sobre História, Literatura e Cultura.
Ana Paula Tavares vive em Lisboa e é docente na Universidade Católica.
Integrando a geração de 80 - a "novíssima geração" -, Ana Paula Tavares é uma das vozes femininas angolanas que tem, desde sempre, manifestado uma grande preocupação com a condição da mulher no seu país. A autora usa a palavra poética através de um "sujeito poético" feminino, como veículo de denúncia e de libertação da carga tradicional, enquanto jugo opressor da mulher africana. Situado espacial e temporalmente, este "eu" feminino vai enformando, como diz a própria autora, as preocupações que se prendem com o "ser mulher numa sociedade africana" como a angolana: "Cresce comigo o boi com que me vão trocar/Amarraram-me já às costas, a tábua Eylekessa/ Filha de Tembo/organizo o milho/Trago nas pernas as pulseiras pesadas/dos dias que passaram?"
Assumidamente feminina, mas não feminista, a poesia de Paula Tavares estrutura-se em redor do núcleo temático da Mulher, através da simbologia das cores, da metaforização de frutos e de ornamentos, de clichés que assentam numa mistura da religiosidade cristã com a realidade africana, de que é exemplo o seu poema Manga :"Fruta do paraíso/companheira dos deuses/as mãos/tiram-lhe a pele/dúctil/como, se de mantos/ se tratasse/surge a carne chegadinha/fio a fio", cuja visão erótica se prende, no entender da autora para quem "a mulher africana tem uma relação natural com o seu próprio corpo", apenas com uma focalização exterior à realidade africana.
Com três livros de poesia publicados, a autora figura em vários jornais e revistas de Angola, Galiza, Brasil, Cabo Verde e Portugal. O seu nome foi um dos escolhidos para integrar as antologias de Lopito Feijoó Poesia Angolana de Amor dos Anos 80, editada em 1991, e Meditando. Textos de Reflexão Geral Sobre Literatura, de 1994.
Historiadora reconhecida, publicou em 1999 na revista luandense "Fontes e Estudos", vários ensaios sobre a História de Angola.
Escreveu os seguintes livros: Ritos de Passagem, 1985 (poesia); O Sangue da Buganvília, 1998 (crónicas); O lago da Lua, 1999 (poesia) e Dizes-me Coisas Amargas Como Os Frutos, 2001(poesia).