Paulo Rocha

Cineasta português, Paulo Rocha nasceu a 22 de dezembro de 1935, no Porto. Estudou Direito na Universidade de Lisboa, para finalmente se interessar por cinema, diplomando-se em Realização pelo IDHEC e vindo a ser assistente-estagiário de Jean Renoir em 1962. No ano seguinte realizou Os Verdes Anos, filme estreado comercialmente no Japão e que recebeu o Prémio Opera Prima no festival de Locarno e o Palenque de Ouro no Festival de Acapulco. Mudar de Vida, estreado em 1967, participou no Festival de Veneza. De 1973 a 1975, Paulo Rocha presidiu ao Centro Português de Cinema, depois de ser membro da Comissão Instaladora da Escola de Cinema. Durante a sua estadia no Japão enquanto adido cultural, realizou A Ilha dos Amores (1982), uma coprodução luso-nipónica premiada em Portugal e no estrangeiro, e A Ilha de Moraes (1983), sobre a vida de Wenceslau de Moraes. Seguiram-se O Desejado ou As Montanhas da Lua (1986), que obteve o Prémio para Melhor Banda Sonora da Sociedade Francesa de Autores, Máscara de Ferro Contra Abismo Azul (1989), Oliveira, o Arquiteto (1992), O Senhor Wenceslau de Moraes em Tokushima (1993), Imamura, o Livre Pensador (1995), O Rio do Ouro (1998), A Raiz do Coração (2000) e Vanitas (2004), tendo este último filme recebido o prémio Bastoni Bianco, no Festival Internacional de Cinema de Turim.
Além de realizador, Paulo Rocha produziu a maioria dos seus filmes. Como ator, participou em Passagem (Jorge Silva Melo - 1980), Francisca e Le Soulier de Satin (Manoel de Oliveira - 1981 e 1985, respetivamente). Assumiu o cargo de Presidente da Associação Portuguesa de Realizadores de Filmes (APRF) em 1993. A totalidade da obra do cineasta esteve em retrospetiva em numerosos festivais, cinematecas e universidades europeias. Em novembro de 1996 foi lançado no Porto um livro de homenagem, editado pela Cinemateca de Lisboa. Em 2000 recebeu o Prémio (de consagração) Manuel de Oliveira instituído pelo Ministério da Cultura e atribuído pelo Instituto de Cinema, Audiovisual e Multimédia.