A Noite e o Riso
Romance de Nuno Bragança inteiramente novo no momento em que foi publicado, em 1969, divide-se em três grandes momentos narrativos: um em primeira pessoa, que releva do género autobiográfico, mas cuja confessionalidade foi subvertida por um narrador, que se serve do processo irónico para encenar "a perversa inocência com a qual, já então, no passado se (des)conhecia o que depois será sabido, processo irónico que não é defesa pela distância, ou discurso didático, mas sim forma de desregramento interno da Ordem, pela qual as suas contradições são ato, ou seja, pedagogia implícita da aprendizagem" (cf. GUSMÃO, Manuel - prefácio à 4.ª ed. de A Noite e o Riso, Lisboa, Dom Quixote, 1995, p. 16); um segundo espaço, centrado nas personagens Zana e Luísa, "formado por um conjunto de textos mais ou menos fragmentários, internamente mais vezes heteróclitos, desenhando um percurso narrativo nem linear nem circular." (id. ibi., p. 20); e, por fim, uma última parte, ainda mais fragmentária, que colige pequenas narrativas, descrições, experiências, em que se condensa uma forma de sabedoria. De permeio, são desenvolvidas partes intercalares de "notas", onde o narrador reflete sobre o ato da escrita.
"Romance (moderno) de crescimento e aprendizagem. / de duplo crescimento e dupla aprendizagem [...] - do narrador enquanto sujeito agente da narração e da personagem enquanto sujeito da ação narrada" (id. ibi, p. 33), a grande força de A Noite e o Riso reside na utilização da "lucidez do riso" enquanto última arma possível "face ao absurdo" (A Noite e o Riso, p. 300), no recurso à ironia como "princípio construtor" que opera "através dos fragmentos; não pois como atitude ou pose, mas como processo pelo qual, perdida a inocência do corpo e da cultura, se reconhece no trabalho de escrita o instrumento e o corpo de realização da experiência de vida" (GUSMÃO, Manuel - prefácio à 4.ª ed. de A Noite e o Riso, Lisboa, Dom Quixote, 1995, p. 34).
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