Albufeira
Aspetos Geográficos
O concelho de Albufeira do distrito de Faro situa-se na região do Algarve (NUT II) e no Algarve (NUT III). É limitado pelos seguintes concelhos: a oeste Silves, a este e norte Loulé, a sul o oceano Atlântico, ocupando uma superfície de 140,7 km2, distribuída por cinco freguesias: Albufeira, Guia, Paderne, Olhos de Água e Ferreiras.
Em 2021, o concelho apresentava 44 158 habitantes.
O natural ou habitante de Albufeira denomina-se albufeirense.
Apresenta um clima marcadamente mediterrânico: verões quentes e secos e invernos amenos, com uma pluviosidade reduzida, sobretudo entre os meses de outubro e março, e com uma temperatura média anual a rondar os 17,5 °C.
Existem alguns recursos hídricos, nomeadamente a ribeira de Quarteira e a ribeira de Alcantarilha.
O relevo é pouco acidentado e a costa, de arriba, é recortada por praias, destacando-se a Ponta do Castelo, a Ponta Grande, a Ponta Pequena e a Ponta da Baleeira.
História e Monumentos
Albufeira, designada de "Al-buhera" pelos Árabes, é de origem desconhecida. No entanto, pensa-se que remonta ao período neolítico face às inúmeras grutas que foram encontradas. A localização do povoado efetuou-se, inicialmente, numa colina anteriormente ocupada por uma fortificação romana responsável pelo seu nome - Baltum -, pelo desenvolvimento da atividade agrícola e de algumas infraestruturas, como aquedutos, estradas e pontes.
Mais tarde, foi invadida pelos Árabes que a designaram de "Al-buhera", o que originou Albufeira. Este povo fortificou a região e desenvolveu a agricultura com a introdução de novas técnicas e culturas. Os Árabes usavam a charrua e o adubo, as noras e outros sistemas de irrigação, como os açudes e levadas.
No reinado de D. Afonso III, Albufeira foi conquistada aos Mouros e doada à Ordem de Avis. A 20 de agosto de 1504, D. Manuel I concedeu-lhe foral.
Aquando do terramoto de 1755, Albufeira ficou bastante danificada.
Em 1833, durante a guerra civil entre absolutistas e liberais, Albufeira foi cercada e atacada pelos soldados do Remexido, um chefe popular absolutista que destruiu a vila, executando grande número dos seus habitantes.
Entre 1930 e 1960, Albufeira atravessou tempos de decadência: as armações de pesca arruinaram-se, as fábricas faliram, as embarcações desapareceram e muitas casas foram abandonadas. A população ficou reduzida a metade e a pesca tornou-se uma atividade de subsistência.
A partir de 1960, o turismo começou a desenvolver-se. Hoje em dia, esta atividade desempenha um papel económico muito importante no concelho.
Do património arquitetónico do concelho de Albufeira destacam-se:
- a Capela da Misericórdia de Albufeira, inicialmente uma mesquita árabe transformada em capela em 1499. Ficou danificada após o terramoto de 1755 e, posteriormente, sofreu trabalhos de restauro, embora conserve a edificação gótica (século XV), o portal, o arco triunfal e a abside;
- a Capela da Nossa Senhora da Orada, típica ermida rural, que acolhe no adro dois túmulos de vítimas das lutas constitucionais (século XIX);
- o Castelo de Paderne, do qual ainda subsistem partes da muralha, o torreão da entrada e, no seu interior, ruínas de uma igreja com vestígios gótico e manuelino;
- a Igreja de Sant'Ana, com formas arquitetónicas de inspiração popular (século XVIII), o altar-mor e o púlpito de talha no estilo "rocaille" (século XVIII); a Porta de Sant'Ana, que constitui uma das três portas do castelo, assim designada por dar acesso à capela do mesmo nome, desaparecida no terramoto de 1755. A partir dos finais do século XVIII, o culto a Sant'Ana passou a realizar-se na atual capela;
- a Igreja de S. Sebastião, um edifício do século XVIII, de feição popular, com o portal principal em decoração barroca e o portal lateral manuelino;
- a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída nos finais do século XVIII.
- o Santuário de Nossa Senhora da Orada, de cuja construção, embora se desconheça a data precisa da ermida, apenas se sabe que é anterior ao século XV e que o retábulo da capela-mor pertence ao século XVIII.
- a Torre da Medronheira, que data do século XVII, implantada na antiga cadeia comarcã e que se destaca pela decoração em ferro forjado para suportar o sino e a torre do relógio.
- a estátua de S. Vicente de Albufeira, monumento ao Frei Vicente de Sto. António, situada no Largo Jacinto d'Ayet.
Tradições, Lendas e Curiosidades
Neste concelho realizam-se várias festas, destacando-se a festa dos Passos (no terceiro domingo de Quaresma), os festejos de verão (em julho e agosto), as comemorações do Dia do Município (a 20 de agosto) e a festa do Beato Vicente (no dia 3 de setembro).
Albufeira é também palco de inúmeras feiras, nomeadamente o Mercado de São Pedro (a 29 de junho), a Feira de Artesanato de Albufeira (durante 9 dias, em julho), a Feira de Santiago em Paderne (a 25 de julho), a Feira da Nossa Senhora da Orada (no dia 15 de agosto) e a Feira Anual na Quarteira (a 24 de setembro).
Do artesanato da região, destacam-se os trabalhos em cerâmica e olaria, cestos em palma, cestos e capachos de esparto, capachos em carapetas de milho, ferro forjado, trabalhos em madeira, albardas e carroças, cabedais, sapatos de ourelo, pintura em gessos, porcelanas, tecidos e madeiras, rendas, bonecas de serapilheira e ourivesaria primitiva.
Ao concelho está associado o nome de Vicente de Carvalho, que nasceu em 1590, na Vila de Albufeira. Aquando do seu batismo, a mãe ofereceu-o a Nossa Senhora da Orada. Mais tarde, tornou-se sacerdote e, em seguida, partiu para o México, onde ingressou na Ordem de Santo Agostinho. Depois de muitas dificuldades, conseguiu realizar o sonho de pregar a Fé de Cristo no Japão. Foi martirizado em 1632, está beatificado e é o padroeiro de Albufeira.
Em Albufeira, entre várias lendas, conta-se a das mouras do Castelo de Paderne:
Certo dia, enquanto as mouras se banhavam nas proximidades do castelo de Paderne, os seus filhos, que brincavam nas redondezas, avisaram as mães de que os montes estavam a correr na sua direção. As mouras, apercebendo-se que se tratava de um ataque dos cristãos que corriam disfarçados com a vegetação, correram para se esconderem no subterrâneo do castelo. Diz-se que, desde esse dia, as mouras e os seus filhos permanecem no interior do subterrâneo, saindo apenas ao meio-dia ou à meia-noite.
Economia
O setor terciário constitui o mais importante setor de atividade económica do concelho de Albufeira. Este setor está relacionado com o turismo, destacando-se as atividades ligadas aos desportos náuticos - nomeadamente windsurf, vela, mergulho, esqui aquático e surf, natação e motas de água -, hipismo e golfe.
A área agrícola ocupa cerca de 49,6% da área do concelho, preponderando o cultivo de frutos secos, citrinos e outros frutos frescos, o pousio, o olival e a vinha. No que diz respeito à pecuária, as aves, os ovinos e os bovinos destacam-se como as principais espécies criadas. Este concelho tem uma baixa área florestal, na ordem dos 73 hectares, o que corresponde a 1,7% da área do concelho, salientando-se as matas e florestas de sobreiros e oliveiras.
O setor secundário é constituído essencialmente pelas indústrias de conserva de peixe.
O concelho de Albufeira do distrito de Faro situa-se na região do Algarve (NUT II) e no Algarve (NUT III). É limitado pelos seguintes concelhos: a oeste Silves, a este e norte Loulé, a sul o oceano Atlântico, ocupando uma superfície de 140,7 km2, distribuída por cinco freguesias: Albufeira, Guia, Paderne, Olhos de Água e Ferreiras.
Em 2021, o concelho apresentava 44 158 habitantes.
O natural ou habitante de Albufeira denomina-se albufeirense.
Apresenta um clima marcadamente mediterrânico: verões quentes e secos e invernos amenos, com uma pluviosidade reduzida, sobretudo entre os meses de outubro e março, e com uma temperatura média anual a rondar os 17,5 °C.
Existem alguns recursos hídricos, nomeadamente a ribeira de Quarteira e a ribeira de Alcantarilha.
O relevo é pouco acidentado e a costa, de arriba, é recortada por praias, destacando-se a Ponta do Castelo, a Ponta Grande, a Ponta Pequena e a Ponta da Baleeira.
História e Monumentos
Albufeira, designada de "Al-buhera" pelos Árabes, é de origem desconhecida. No entanto, pensa-se que remonta ao período neolítico face às inúmeras grutas que foram encontradas. A localização do povoado efetuou-se, inicialmente, numa colina anteriormente ocupada por uma fortificação romana responsável pelo seu nome - Baltum -, pelo desenvolvimento da atividade agrícola e de algumas infraestruturas, como aquedutos, estradas e pontes.
Mais tarde, foi invadida pelos Árabes que a designaram de "Al-buhera", o que originou Albufeira. Este povo fortificou a região e desenvolveu a agricultura com a introdução de novas técnicas e culturas. Os Árabes usavam a charrua e o adubo, as noras e outros sistemas de irrigação, como os açudes e levadas.
No reinado de D. Afonso III, Albufeira foi conquistada aos Mouros e doada à Ordem de Avis. A 20 de agosto de 1504, D. Manuel I concedeu-lhe foral.
Aquando do terramoto de 1755, Albufeira ficou bastante danificada.
Em 1833, durante a guerra civil entre absolutistas e liberais, Albufeira foi cercada e atacada pelos soldados do Remexido, um chefe popular absolutista que destruiu a vila, executando grande número dos seus habitantes.
Entre 1930 e 1960, Albufeira atravessou tempos de decadência: as armações de pesca arruinaram-se, as fábricas faliram, as embarcações desapareceram e muitas casas foram abandonadas. A população ficou reduzida a metade e a pesca tornou-se uma atividade de subsistência.
A partir de 1960, o turismo começou a desenvolver-se. Hoje em dia, esta atividade desempenha um papel económico muito importante no concelho.
Do património arquitetónico do concelho de Albufeira destacam-se:
- a Capela da Misericórdia de Albufeira, inicialmente uma mesquita árabe transformada em capela em 1499. Ficou danificada após o terramoto de 1755 e, posteriormente, sofreu trabalhos de restauro, embora conserve a edificação gótica (século XV), o portal, o arco triunfal e a abside;
- a Capela da Nossa Senhora da Orada, típica ermida rural, que acolhe no adro dois túmulos de vítimas das lutas constitucionais (século XIX);
- o Castelo de Paderne, do qual ainda subsistem partes da muralha, o torreão da entrada e, no seu interior, ruínas de uma igreja com vestígios gótico e manuelino;
- a Igreja de Sant'Ana, com formas arquitetónicas de inspiração popular (século XVIII), o altar-mor e o púlpito de talha no estilo "rocaille" (século XVIII); a Porta de Sant'Ana, que constitui uma das três portas do castelo, assim designada por dar acesso à capela do mesmo nome, desaparecida no terramoto de 1755. A partir dos finais do século XVIII, o culto a Sant'Ana passou a realizar-se na atual capela;
- a Igreja de S. Sebastião, um edifício do século XVIII, de feição popular, com o portal principal em decoração barroca e o portal lateral manuelino;
- a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída nos finais do século XVIII.
- o Santuário de Nossa Senhora da Orada, de cuja construção, embora se desconheça a data precisa da ermida, apenas se sabe que é anterior ao século XV e que o retábulo da capela-mor pertence ao século XVIII.
- a Torre da Medronheira, que data do século XVII, implantada na antiga cadeia comarcã e que se destaca pela decoração em ferro forjado para suportar o sino e a torre do relógio.
- a estátua de S. Vicente de Albufeira, monumento ao Frei Vicente de Sto. António, situada no Largo Jacinto d'Ayet.
Tradições, Lendas e Curiosidades
Neste concelho realizam-se várias festas, destacando-se a festa dos Passos (no terceiro domingo de Quaresma), os festejos de verão (em julho e agosto), as comemorações do Dia do Município (a 20 de agosto) e a festa do Beato Vicente (no dia 3 de setembro).
Albufeira é também palco de inúmeras feiras, nomeadamente o Mercado de São Pedro (a 29 de junho), a Feira de Artesanato de Albufeira (durante 9 dias, em julho), a Feira de Santiago em Paderne (a 25 de julho), a Feira da Nossa Senhora da Orada (no dia 15 de agosto) e a Feira Anual na Quarteira (a 24 de setembro).
Do artesanato da região, destacam-se os trabalhos em cerâmica e olaria, cestos em palma, cestos e capachos de esparto, capachos em carapetas de milho, ferro forjado, trabalhos em madeira, albardas e carroças, cabedais, sapatos de ourelo, pintura em gessos, porcelanas, tecidos e madeiras, rendas, bonecas de serapilheira e ourivesaria primitiva.
Ao concelho está associado o nome de Vicente de Carvalho, que nasceu em 1590, na Vila de Albufeira. Aquando do seu batismo, a mãe ofereceu-o a Nossa Senhora da Orada. Mais tarde, tornou-se sacerdote e, em seguida, partiu para o México, onde ingressou na Ordem de Santo Agostinho. Depois de muitas dificuldades, conseguiu realizar o sonho de pregar a Fé de Cristo no Japão. Foi martirizado em 1632, está beatificado e é o padroeiro de Albufeira.
Em Albufeira, entre várias lendas, conta-se a das mouras do Castelo de Paderne:
Certo dia, enquanto as mouras se banhavam nas proximidades do castelo de Paderne, os seus filhos, que brincavam nas redondezas, avisaram as mães de que os montes estavam a correr na sua direção. As mouras, apercebendo-se que se tratava de um ataque dos cristãos que corriam disfarçados com a vegetação, correram para se esconderem no subterrâneo do castelo. Diz-se que, desde esse dia, as mouras e os seus filhos permanecem no interior do subterrâneo, saindo apenas ao meio-dia ou à meia-noite.
O setor terciário constitui o mais importante setor de atividade económica do concelho de Albufeira. Este setor está relacionado com o turismo, destacando-se as atividades ligadas aos desportos náuticos - nomeadamente windsurf, vela, mergulho, esqui aquático e surf, natação e motas de água -, hipismo e golfe.
A área agrícola ocupa cerca de 49,6% da área do concelho, preponderando o cultivo de frutos secos, citrinos e outros frutos frescos, o pousio, o olival e a vinha. No que diz respeito à pecuária, as aves, os ovinos e os bovinos destacam-se como as principais espécies criadas. Este concelho tem uma baixa área florestal, na ordem dos 73 hectares, o que corresponde a 1,7% da área do concelho, salientando-se as matas e florestas de sobreiros e oliveiras.
O setor secundário é constituído essencialmente pelas indústrias de conserva de peixe.
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Porto Editora – Albufeira na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-23 16:41:34]. Disponível em
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