Alcácer do Sal
Aspetos Geográficos
O concelho de Alcácer do Sal, do distrito de Setúbal, situa-se na Região do Alentejo (NUT II), no Alentejo Central (NUT III). Ocupa uma área de 1502,3 km2 e abrange seis freguesias: Santa Maria Castelo, Santa Susana, Santiago, Torrão, São Martinho e Comporta.
Este concelho apresentava, em 2021, um total de 11 125 habitantes.
O natural ou habitante de Alcácer do Sal denomina-se alcacerense ou salaciano.
O concelho encontra-se limitado a norte por Vendas Novas e Montemor-o Novo do distrito de Évora, a noroeste pelos concelhos de Palmela e Setúbal, a sul e a oeste por Grândola, a este por Montemor-o-Novo e Viana do Alentejo, ambos no distrito de Évora e a sudeste por Ferreira do Alentejo e Alvito, ambos do distrito de Beja.
Possui um clima mediterrânico, com um período seco de cerca de 80 a 100 dias, durante o verão, em que a temperatura média varia entre os 23 °C e os 29 °C. No inverno, as temperaturas são amenas. Neste concelho existem algumas diferenças climáticas entre o litoral e o interior.
A sua morfologia é bastante plana, destacando-se somente como áreas de maior altitude a de Carrascais (105 m) e a da Cordoeira (149 m).
Os recursos hídricos são bastante abundantes, sendo de referir o rio Sobrena, o rio Sado, o rio Xarrama, a ribeira do Areão, a ribeira Algalé, a ribeira da Ursa e a ribeira de São Domingos. Destaca-se ainda a barragem de Vale de Gaio e a barragem do Pego do Altar.
As terras deste concelho fazem parte da Reserva Natural do Estuário do Sado, dado possuírem uma grande riqueza de vida animal e várias atividades económicas tradicionais, tais como pesca, atividade salineira, resinosa e corticeira. A Reserva Natural do Estuário do Sado abrange uma grande área de zona húmida que inclui o rio, zonas de lodo e sapais. Outros recursos de interesse desta área natural são os vestígios arqueológicos e as dunas de Troia.
História e Monumentos
Nas terras deste concelho existem vestígios anteriores à ocupação romana (anta de S. Fausto). O romano Plínio faz-lhe referência no século II a. C., elogiando a sua abundância de trigo e vinho.
Em 715, foi conquistada pelos Árabes, que a ocuparam durante 400 anos sendo a capital da província de Al-Kassar. Com a ocupação árabe a denominação destas terras passou a ser Alcácer e porque foi outrora um grande centro produtor de sal, hoje é designada Alcácer do Sal.
Em 997 terá sido aqui preparada a grande armada que apoiou Almançor no seu avanço terrestre em direção a Compostela, saindo destas terras para aportar em Portucale (Porto), onde desembarcaram os efetivos militares e respetivos armamentos, reunindo-se todos antes do último avanço para o Norte.
Estas terras foram tomadas definitivamente aos árabes pelo rei D. Afonso II, a 21 de outubro de 1219.
Já havia recebido foral por D. Afonso II e, em 1516, foi-lhe outorgado novo foral por D. Manuel I.
Em 1220, Alcácer ficou ligada à Ordem de Santiago, pois passou a ser a localidade sede da Ordem, que mais tarde foi transferida para Mértola.
Ao nível do património arquitetónico, destacam-se o castelo de Alcácer do Sal (de Taipa), do qual subsistem alguns panos de muralha de taipa e alvenaria que circundam parte da vila. A alcáçova foi adaptada a convento; as ruínas do convento e a Igreja de Santa Maria do Castelo, de estilo romano-gótico do século XIII, foram integralmente recuperadas e adaptadas a pousada de luxo pela ENATUR.
Merecem referência, também, a Igreja de Santiago, do século XVIII, de estilo barroco; a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, do século XVI, de estilo manuelino, reconstruída no século XVII em estilo barroco e a Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo de Alcácer do Sal, dos séculos XII-XIII, de estilo românico.
Tradições, Lendas e Curiosidades
São muitas as manifestações populares e culturais do concelho: a festa de S. João, realizada a 24 de junho; a festa de S. Martinho a 11 de novembro; a festa dos Santos Populares, de quatro em quatro anos, durante a qual decorre também uma feira de atividades económicas, e a Feira Nova, de promoção económica e cultural, no primeiro sábado de outubro.
No artesanato merecem destaque os carachos e esteiras em tábua, as miniaturas em cortiça e em madeira, o ferro forjado, as rendas, os bordados e a cestaria.
Como figuras ilustres naturais do concelho, destaca-se Pedro Nunes (1502-1578), notável matemático e inventor do nónio; e Bernardim Ribeiro, novelista e poeta, nascido na vila do Torrão, no século XVI.
Como curiosidade, de referir que a povoação teria a designação de Salacia na época dos Romanos, passando a Alcácer por influência árabe e, mais tarde, Alcácer do Sal, dado a riqueza e importância da exploração de salinas.
Economia
No concelho predominam as atividades ligadas ao setor primário, seguidas do secundário, nas áreas de serralharia mecânica, carpintaria, serração de madeira, marcenaria, panificação e construção civil, e só depois o terciário. A economia do concelho ainda se encontra dependente das atividades agrícolas, contudo nos últimos anos tem-se verificado um decréscimo na importância do setor primário em detrimento dos setores secundário e terciário.
Na agricultura predominam os cultivos de cereais para grão, prados temporários e culturas forrageiras, culturas industriais, pousio, olival, prados e pastagens permanentes. A pecuária é também uma atividade forte, nomeadamente na criação de suínos, ovinos e bovinos.
Cerca de 34,9% do território do concelho corresponde a área agrícola e 21 151 ha correspondem a área de floresta.
O concelho de Alcácer do Sal, do distrito de Setúbal, situa-se na Região do Alentejo (NUT II), no Alentejo Central (NUT III). Ocupa uma área de 1502,3 km2 e abrange seis freguesias: Santa Maria Castelo, Santa Susana, Santiago, Torrão, São Martinho e Comporta.
Este concelho apresentava, em 2021, um total de 11 125 habitantes.
O natural ou habitante de Alcácer do Sal denomina-se alcacerense ou salaciano.
O concelho encontra-se limitado a norte por Vendas Novas e Montemor-o Novo do distrito de Évora, a noroeste pelos concelhos de Palmela e Setúbal, a sul e a oeste por Grândola, a este por Montemor-o-Novo e Viana do Alentejo, ambos no distrito de Évora e a sudeste por Ferreira do Alentejo e Alvito, ambos do distrito de Beja.
Possui um clima mediterrânico, com um período seco de cerca de 80 a 100 dias, durante o verão, em que a temperatura média varia entre os 23 °C e os 29 °C. No inverno, as temperaturas são amenas. Neste concelho existem algumas diferenças climáticas entre o litoral e o interior.
A sua morfologia é bastante plana, destacando-se somente como áreas de maior altitude a de Carrascais (105 m) e a da Cordoeira (149 m).
Os recursos hídricos são bastante abundantes, sendo de referir o rio Sobrena, o rio Sado, o rio Xarrama, a ribeira do Areão, a ribeira Algalé, a ribeira da Ursa e a ribeira de São Domingos. Destaca-se ainda a barragem de Vale de Gaio e a barragem do Pego do Altar.
As terras deste concelho fazem parte da Reserva Natural do Estuário do Sado, dado possuírem uma grande riqueza de vida animal e várias atividades económicas tradicionais, tais como pesca, atividade salineira, resinosa e corticeira. A Reserva Natural do Estuário do Sado abrange uma grande área de zona húmida que inclui o rio, zonas de lodo e sapais. Outros recursos de interesse desta área natural são os vestígios arqueológicos e as dunas de Troia.
História e Monumentos
Nas terras deste concelho existem vestígios anteriores à ocupação romana (anta de S. Fausto). O romano Plínio faz-lhe referência no século II a. C., elogiando a sua abundância de trigo e vinho.
Em 715, foi conquistada pelos Árabes, que a ocuparam durante 400 anos sendo a capital da província de Al-Kassar. Com a ocupação árabe a denominação destas terras passou a ser Alcácer e porque foi outrora um grande centro produtor de sal, hoje é designada Alcácer do Sal.
Em 997 terá sido aqui preparada a grande armada que apoiou Almançor no seu avanço terrestre em direção a Compostela, saindo destas terras para aportar em Portucale (Porto), onde desembarcaram os efetivos militares e respetivos armamentos, reunindo-se todos antes do último avanço para o Norte.
Estas terras foram tomadas definitivamente aos árabes pelo rei D. Afonso II, a 21 de outubro de 1219.
Já havia recebido foral por D. Afonso II e, em 1516, foi-lhe outorgado novo foral por D. Manuel I.
Em 1220, Alcácer ficou ligada à Ordem de Santiago, pois passou a ser a localidade sede da Ordem, que mais tarde foi transferida para Mértola.
Ao nível do património arquitetónico, destacam-se o castelo de Alcácer do Sal (de Taipa), do qual subsistem alguns panos de muralha de taipa e alvenaria que circundam parte da vila. A alcáçova foi adaptada a convento; as ruínas do convento e a Igreja de Santa Maria do Castelo, de estilo romano-gótico do século XIII, foram integralmente recuperadas e adaptadas a pousada de luxo pela ENATUR.
Merecem referência, também, a Igreja de Santiago, do século XVIII, de estilo barroco; a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, do século XVI, de estilo manuelino, reconstruída no século XVII em estilo barroco e a Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo de Alcácer do Sal, dos séculos XII-XIII, de estilo românico.
São muitas as manifestações populares e culturais do concelho: a festa de S. João, realizada a 24 de junho; a festa de S. Martinho a 11 de novembro; a festa dos Santos Populares, de quatro em quatro anos, durante a qual decorre também uma feira de atividades económicas, e a Feira Nova, de promoção económica e cultural, no primeiro sábado de outubro.
No artesanato merecem destaque os carachos e esteiras em tábua, as miniaturas em cortiça e em madeira, o ferro forjado, as rendas, os bordados e a cestaria.
Como figuras ilustres naturais do concelho, destaca-se Pedro Nunes (1502-1578), notável matemático e inventor do nónio; e Bernardim Ribeiro, novelista e poeta, nascido na vila do Torrão, no século XVI.
Como curiosidade, de referir que a povoação teria a designação de Salacia na época dos Romanos, passando a Alcácer por influência árabe e, mais tarde, Alcácer do Sal, dado a riqueza e importância da exploração de salinas.
Economia
No concelho predominam as atividades ligadas ao setor primário, seguidas do secundário, nas áreas de serralharia mecânica, carpintaria, serração de madeira, marcenaria, panificação e construção civil, e só depois o terciário. A economia do concelho ainda se encontra dependente das atividades agrícolas, contudo nos últimos anos tem-se verificado um decréscimo na importância do setor primário em detrimento dos setores secundário e terciário.
Na agricultura predominam os cultivos de cereais para grão, prados temporários e culturas forrageiras, culturas industriais, pousio, olival, prados e pastagens permanentes. A pecuária é também uma atividade forte, nomeadamente na criação de suínos, ovinos e bovinos.
Cerca de 34,9% do território do concelho corresponde a área agrícola e 21 151 ha correspondem a área de floresta.
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Como referenciar
Porto Editora – Alcácer do Sal na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-26 12:02:30]. Disponível em
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