Ali Khan
Músico e cantor popular paquistanês, Nusrat Fateh Ali Khan nasceu a 13 de outubro de 1948, em Lyallpur, cidade que mais tarde foi denominada Faisalabad, no Paquistão. A sua predisposição para a música cedo se manifestou, conquistando o subcontinente indiano e transformando-se num dos cantores mais populares dessa região. Na sua terra natal, Ali Khan era distinguido e reconhecido como um mestre e guia espiritual da música islâmica. Gravou mais de 100 álbuns e nas suas atuações fixava as audiências, monopolizando-as dada a qualidade meditativa, hipnótica e transcendental da sua música.
O estilo de música desenvolvido por Khan era predominantemente de origem Qawwali - música mística devota ao Sofismo. Todavia, incorporava outros estilos de música no seu repertório, como a música clássica tradicional Khyal, de forma a produzir um estilo único que seduzisse os praticantes de todas as religiões. As suas primeiras atuações foram com os Party, um grupo de músicos profissionais paquistaneses, entre os quais havia familiares do próprio Khan.
Em 1971, Ali Khan substitui o seu pai (Ustad Fateh Ali Khan) na liderança dos Party, após sucessivos sonhos em que o músico se visionava a atuar no famoso santuário muçulmano de Hazratja Khawaja Moid-Ud-Din Christie, localizado em Ajmer, na Índia. O sonho tornou-se realidade oito anos depois.
Durante as décadas de 70 e de 80, os êxitos musicais de Ali Khan, em paralelo com a vibrante indústria de filmes da Índia e do Paquistão, conquistaram uma imensa legião de admiradores. Tal era a popularidade do músico nos meios cinematográficos que, em 1979, Ali Khan foi convidado para cantar no casamento de Rishi, filho do ator/realizador de cinema Raj Kapoor, atuando perante os membros mais proeminentes da indústria de filmes de Bombaim.
A admiração e veneração de Peter Gabriel pelas performances de Ali Khan levou-o a trabalhar intensivamente com o músico paquistanês em vários projetos que incluíram um álbum de compilações, várias atuações ao vivo e o lançamento de registos para a companhia discográfica Virgin/Real World Records, gravados nos estúdios de Inglaterra.
O primeiro dos álbuns teve o título de Shahen-Shah assim designado por inspiração da alcunha paquistanesa de Ali Khan - Shahen-Shah-e-Quawwali (A Estrela Mais Brilhante Em Qawwali). No álbum Mustt Mustt, Ali Khan trabalhou com o compositor experimental Michael Brook, numa clara tentativa de conferir à sua música uma orientação mais virada para o Ocidente. A simbiose conseguida entre os sons tradicionais e os de batida mais contemporânea levou a uma bem-sucedida colaboração com músicos como os Massive Attack e Eddie Vedder, dos Pearl Jam. Com o álbum Shahbaaz - continha quatro melodias tradicionais do Qawalli, louvando o Divino - o músico paquistanês regressou às suas origens musicais e religiosas.
Apesar de ter problemas frequentes de saúde, devidos à sua obesidade, a carreira de Ali Khan teve um trajeto fulgurante. A numerosa quantidade de trabalhos que compõem o legado de Ali Khan é díficil de ordenar cronologicamente; a sua primeira gravação data de 1973 e, desde então, há registo de imensos trabalhos, invariavelmente não datados e numerosos, inclusivamente perdidos em cassetes esparsas, normalmente associadas à congénere EMI do Paquistão. Foi assim que em 20 anos, de 1973 a 1993, gravou mais de 50 álbuns, para editoras paquistanesas, britânicas, americanas, europeias e nipónicas. A esta saturação do mercado ocidental corresponde uma quantidade abismal de gravações nos mercados orientais, estimando-se que o músico tenha editado mais de uma centena de discos. Juntamente com a editora Virgin, Khan realizou a fusão entre as influências musicais ocidentais e as do Qawalli.
Em 1996, Ali Khan foi duplamente nomeado e contemplado com os prémios Grammy, com o álbum Night Song, para Melhor Álbum do Ano, e com Intoxicated Spirit, na categoria de Melhor Álbum de Música Folk. Em 1997, a banda sonora do filme Dead Man Walking, composta por Ali Khan, foi extremamente aclamada pelo público e pela crítica mundial. Em simultâneo, à medida que Ali Khan se tornava mais conhecido nos mercados ocidentais, multiplicavam-se as edições de remixes da sua obra, apenas algumas autorizadas, massificando a divulgação de uma visão distorcida do seu trabalho, dando origem a um som de fusão que não mostrava em rigor o virtuosismo do músico.
Em 16 de agosto de 1997, em Londres, a morte levou Nusrat Fateh Ali Khan, vítima de súbita doença cardiovascular, quando o músico estava no apogeu do seu reconhecimento internacional, muito além das fronteiras do mundo indiano.
O estilo de música desenvolvido por Khan era predominantemente de origem Qawwali - música mística devota ao Sofismo. Todavia, incorporava outros estilos de música no seu repertório, como a música clássica tradicional Khyal, de forma a produzir um estilo único que seduzisse os praticantes de todas as religiões. As suas primeiras atuações foram com os Party, um grupo de músicos profissionais paquistaneses, entre os quais havia familiares do próprio Khan.
Em 1971, Ali Khan substitui o seu pai (Ustad Fateh Ali Khan) na liderança dos Party, após sucessivos sonhos em que o músico se visionava a atuar no famoso santuário muçulmano de Hazratja Khawaja Moid-Ud-Din Christie, localizado em Ajmer, na Índia. O sonho tornou-se realidade oito anos depois.
Durante as décadas de 70 e de 80, os êxitos musicais de Ali Khan, em paralelo com a vibrante indústria de filmes da Índia e do Paquistão, conquistaram uma imensa legião de admiradores. Tal era a popularidade do músico nos meios cinematográficos que, em 1979, Ali Khan foi convidado para cantar no casamento de Rishi, filho do ator/realizador de cinema Raj Kapoor, atuando perante os membros mais proeminentes da indústria de filmes de Bombaim.
A admiração e veneração de Peter Gabriel pelas performances de Ali Khan levou-o a trabalhar intensivamente com o músico paquistanês em vários projetos que incluíram um álbum de compilações, várias atuações ao vivo e o lançamento de registos para a companhia discográfica Virgin/Real World Records, gravados nos estúdios de Inglaterra.
O primeiro dos álbuns teve o título de Shahen-Shah assim designado por inspiração da alcunha paquistanesa de Ali Khan - Shahen-Shah-e-Quawwali (A Estrela Mais Brilhante Em Qawwali). No álbum Mustt Mustt, Ali Khan trabalhou com o compositor experimental Michael Brook, numa clara tentativa de conferir à sua música uma orientação mais virada para o Ocidente. A simbiose conseguida entre os sons tradicionais e os de batida mais contemporânea levou a uma bem-sucedida colaboração com músicos como os Massive Attack e Eddie Vedder, dos Pearl Jam. Com o álbum Shahbaaz - continha quatro melodias tradicionais do Qawalli, louvando o Divino - o músico paquistanês regressou às suas origens musicais e religiosas.
Apesar de ter problemas frequentes de saúde, devidos à sua obesidade, a carreira de Ali Khan teve um trajeto fulgurante. A numerosa quantidade de trabalhos que compõem o legado de Ali Khan é díficil de ordenar cronologicamente; a sua primeira gravação data de 1973 e, desde então, há registo de imensos trabalhos, invariavelmente não datados e numerosos, inclusivamente perdidos em cassetes esparsas, normalmente associadas à congénere EMI do Paquistão. Foi assim que em 20 anos, de 1973 a 1993, gravou mais de 50 álbuns, para editoras paquistanesas, britânicas, americanas, europeias e nipónicas. A esta saturação do mercado ocidental corresponde uma quantidade abismal de gravações nos mercados orientais, estimando-se que o músico tenha editado mais de uma centena de discos. Juntamente com a editora Virgin, Khan realizou a fusão entre as influências musicais ocidentais e as do Qawalli.
Em 1996, Ali Khan foi duplamente nomeado e contemplado com os prémios Grammy, com o álbum Night Song, para Melhor Álbum do Ano, e com Intoxicated Spirit, na categoria de Melhor Álbum de Música Folk. Em 1997, a banda sonora do filme Dead Man Walking, composta por Ali Khan, foi extremamente aclamada pelo público e pela crítica mundial. Em simultâneo, à medida que Ali Khan se tornava mais conhecido nos mercados ocidentais, multiplicavam-se as edições de remixes da sua obra, apenas algumas autorizadas, massificando a divulgação de uma visão distorcida do seu trabalho, dando origem a um som de fusão que não mostrava em rigor o virtuosismo do músico.
Em 16 de agosto de 1997, em Londres, a morte levou Nusrat Fateh Ali Khan, vítima de súbita doença cardiovascular, quando o músico estava no apogeu do seu reconhecimento internacional, muito além das fronteiras do mundo indiano.
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Como referenciar
Porto Editora – Ali Khan na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-20 11:18:39]. Disponível em
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