2 min
Alice
Filme dramático português realizado em 2005 por Marco Martins e interpretado por Nuno Lopes, Beatriz Batarda, Miguel Guilherme e Ana Bustorff, entre outros. A produção foi de Paulo Branco e o argumento foi da autoria do realizador, inspirando-se no caso real do desaparecimento do menino Rui Pedro, em 1998, de 11 anos. Aliás, o filme é dedicado à mãe do Rui Pedro, Filomena, que colaborou ativamente com o realizador.
A ação desenrola-se no momento em que passam 193 dias sobre o desaparecimento da pequena Alice, de 4 anos. O pai, Mário (Nuno Lopes), ator de teatro, passa todo o seu tempo livre a entregar folhetos sobre o desaparecimento da filha e a visionar cassetes de vídeo com filmagens das ruas de Lisboa na tentativa de apanhar algum sinal que o conduza ao paradeiro de Alice. A mãe, Luísa (Beatriz Batarda), não tem a mesma força, rendendo-se a uma funda melancolia. Mas o centro do filme é mesmo a figura paterna: Mário entrega-se todos os dias a um ritual obsessivo que o impede de cair na depressão. Levanta-se, faz o mesmo percurso que fez quando levou Alice pela última vez ao infantário, vai entregar panfletos com a fotografia da filha e o número de telefone, depois vai substituir as cassetes das câmaras que tem instaladas em diversos locais da cidade (alguns só possíveis com generosas cumplicidades). À noite, depois de representar a peça ironicamente cómica em que trabalha, instala-se em casa em frente a um painel de monitores perscrutando algum sinal da sua Alice no meio da multidão anónima que passa nas ruas. Um dia, através do reconhecimento de um casaco azul igual ao que Alice tinha vestido quando desapareceu, pensa ter encontrado um sinal do seu paradeiro. Coloca-se então outro dia no mesmo local em que filmou essa criança, mas depois de a seguir acaba por deixá-la escapar sem conseguir chamá-la. A situação repete-se, mas a criança não se revela a sua filha.
Obra de estreia do seu realizador, Alice é pungente e retrata uma realidade muito dolorosa dos nossos dias. Filmado em tons azuis, que acentuam o anonimato e a mecanização do território urbano, o filme contou com excelentes interpretações de Nuno Lopes (indicado para representar Portugal nos "Shooting Stars" - iniciativa europeia destinada a promover as revelações ao nível da interpretação cinematográfica) e Beatriz Batarda, assim como com uma belíssima banda sonora da autoria de Bernardo Sassetti.
Muito elogiado pela crítica, venceu, entre diversas outras distinções o Prémio Regards Jeunes, da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2005; foi nomeado para o Prémio Fassbinder de Revelação nos Prémios do Cinema Europeu; ganhou o Prémio da Crítica Internacional, atribuído pela Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, e o Prémio de Melhor Fotografia concedido pela Associação Argentina de Autores de Fotografia Cinematográfica; e ainda o Prémio para Melhor Filme, atribuído na XIII edição do Festival Caminhos do Cinema Português, em abril de 2006.
A ação desenrola-se no momento em que passam 193 dias sobre o desaparecimento da pequena Alice, de 4 anos. O pai, Mário (Nuno Lopes), ator de teatro, passa todo o seu tempo livre a entregar folhetos sobre o desaparecimento da filha e a visionar cassetes de vídeo com filmagens das ruas de Lisboa na tentativa de apanhar algum sinal que o conduza ao paradeiro de Alice. A mãe, Luísa (Beatriz Batarda), não tem a mesma força, rendendo-se a uma funda melancolia. Mas o centro do filme é mesmo a figura paterna: Mário entrega-se todos os dias a um ritual obsessivo que o impede de cair na depressão. Levanta-se, faz o mesmo percurso que fez quando levou Alice pela última vez ao infantário, vai entregar panfletos com a fotografia da filha e o número de telefone, depois vai substituir as cassetes das câmaras que tem instaladas em diversos locais da cidade (alguns só possíveis com generosas cumplicidades). À noite, depois de representar a peça ironicamente cómica em que trabalha, instala-se em casa em frente a um painel de monitores perscrutando algum sinal da sua Alice no meio da multidão anónima que passa nas ruas. Um dia, através do reconhecimento de um casaco azul igual ao que Alice tinha vestido quando desapareceu, pensa ter encontrado um sinal do seu paradeiro. Coloca-se então outro dia no mesmo local em que filmou essa criança, mas depois de a seguir acaba por deixá-la escapar sem conseguir chamá-la. A situação repete-se, mas a criança não se revela a sua filha.
Obra de estreia do seu realizador, Alice é pungente e retrata uma realidade muito dolorosa dos nossos dias. Filmado em tons azuis, que acentuam o anonimato e a mecanização do território urbano, o filme contou com excelentes interpretações de Nuno Lopes (indicado para representar Portugal nos "Shooting Stars" - iniciativa europeia destinada a promover as revelações ao nível da interpretação cinematográfica) e Beatriz Batarda, assim como com uma belíssima banda sonora da autoria de Bernardo Sassetti.
Muito elogiado pela crítica, venceu, entre diversas outras distinções o Prémio Regards Jeunes, da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2005; foi nomeado para o Prémio Fassbinder de Revelação nos Prémios do Cinema Europeu; ganhou o Prémio da Crítica Internacional, atribuído pela Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, e o Prémio de Melhor Fotografia concedido pela Associação Argentina de Autores de Fotografia Cinematográfica; e ainda o Prémio para Melhor Filme, atribuído na XIII edição do Festival Caminhos do Cinema Português, em abril de 2006.
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Como referenciar
Porto Editora – Alice na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-22 10:39:37]. Disponível em
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