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Alvoradas
Coletânea de poesias, da autoria de Alexandre Conceição e publicada em 1866, dedicada ao pai do autor. Na composição inicial, "Em vez de prólogo", o autor evoca a contemporânea "luta fecunda dos espíritos,/ que tem por vasta arena a imprensa - um mundo -/ e por meta o ideal", disponibilizando-se a enfileirar "nesta cruzada santa do progresso": "Ó grande humanidade, ó grande Prometeu,/ Por quem anda lutando a terra com o céu!/ E és tu o Gama audaz da Ilíada da história/ Que tens presas ao carro as águias da vitória!" ("Sombras", da segunda edição). Com a vertente de romantismo social, de aspirações humanitárias e democráticas, inspirado em Vítor Hugo, coexiste a temática amorosa, "a cousa santa entre as mais santas" ("Adormecida", "Santelmo"), por vezes vazada em metros tradicionais ("Sonhos", "O rouxinol", "Só", "Pejo"). Entre poesias dedicadas a Custódio José Duarte, Ramalho Ortigão, Pedro de Lima, Dias de Oliveira, Querubino Lagoa, Guilherme Braga, Ernesto Pinto de Almeida e Nogueira Lima - todos eles poetas de A Grinalda - afloram as ideias anticlericais do autor, manifestas na rejeição da autoridade eclesiástica ("Excomungado"), a que se substitui uma religiosidade radicada na figura de Cristo ("Ave Christe!", "Riligio", "No túmulo de uma criança"), imagem do "Deus-bondade" e não do "Deus-rancor", onde se podem notar influências de Chateaubriand.
A posição antimonárquica de Alexandre da Conceição revela-se em composições como "Ao rei", e, na segunda edição, "8 de julho de 1872".A segunda edição revista e ampliada (Porto, 1875) inclui novos poemas, entre os quais o célebre "Orquestra", antecipador do simbolismo no uso do verso alexandrino, nas metáforas sensoriais ("O violoncelo muge, e em sustos o flautim/ Agarra-se a chorar em gritos ao clarim") e nas sinestesias ("Nos violinos passa um zéfiro de sons/ Por sobre tudo uma harpa estende um véu de tons"; "De quando em quando a flauta em límpida volata/ Enrola em torno ao canto uma espiral de prata").
A posição antimonárquica de Alexandre da Conceição revela-se em composições como "Ao rei", e, na segunda edição, "8 de julho de 1872".A segunda edição revista e ampliada (Porto, 1875) inclui novos poemas, entre os quais o célebre "Orquestra", antecipador do simbolismo no uso do verso alexandrino, nas metáforas sensoriais ("O violoncelo muge, e em sustos o flautim/ Agarra-se a chorar em gritos ao clarim") e nas sinestesias ("Nos violinos passa um zéfiro de sons/ Por sobre tudo uma harpa estende um véu de tons"; "De quando em quando a flauta em límpida volata/ Enrola em torno ao canto uma espiral de prata").
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Como referenciar
Porto Editora – Alvoradas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-08 06:47:36]. Disponível em
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