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Ana Moura
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Fadista, Ana Cristina Moura nasceu a 17 de setembro de 1979, em Santarém. É uma das mais vigorosas vozes da nova geração.

O fado surgiu tardiamente na sua carreira, apesar de os pais cedo a fazerem tomar contacto com este género musical. Ainda em criança, saiu da capital ribatejana e foi para Coruche, também no Ribatejo, onde fez os seus estudos.

No final da adolescência, formou uma banda de pop-rock, os Sexto Sentido, e começou a tocar em bares. Frequentou também aulas de canto lírico. Certo dia, num bar de Carcavelos desafiaram-na a cantar o fado e ela interpretou os poucos fados que sabia, todos do repertório de Dulce Pontes, que eram os únicos que conhecia. A sua voz convenceu e passou cantar o fado regularmente. Até que o guitarrista António Parreira a convidou para uma festa na famosa casa de fados Sr. Vinho e, ao ouvi-la cantar, a proprietária, Maria da Fé, convidou-a para integrar o elenco fixo. Foi assim que abandonou os Sexto Sentido, que se preparavam para gravar o álbum de estreia, para enveredar pela carreira de fadista. No Sr. Vinho conheceu Jorge Fernando que viria a ser o seu produtor.

O primeiro disco aconteceu também por um role de coincidências. Participou, por convite de António Pinto Basto, no programa Fados de Portugal (da RTP Internacional). Miguel Esteves Cardoso ouviu-a cantar e escreveu uma crítica muito elogiosa no semanário O Independente. Tal despertou a curiosidade de Tozé Brito, diretor da Universal Portuguesa, que foi ouvi-la ao vivo, no Sr. Vinho. Ficou selado o contrato para Guarda-me a vida na mão, que inclui um tema do próprio Tozé Brito: Não hesitava um Segundo.

Lançado em 2003, este álbum tem a forte presença de Jorge Fernando, que, além de o produzir e acompanhar à viola, é autor de sete letras e duas melodias. Ana Moura também é acompanhada por Mário Pacheco (guitarra portuguesa) e Filipe Larsen (viola baixo). O disco divide-se entre originais e versões, incluindo clássicos do repertório de Amália Rodrigues. Pedro Ayres de Magalhães, líder dos Madredeus, oferece-lhe a música Às Vezes. E Pedro Joia, guitarrista de flamenco, tem uma participação muito especial nos temas Vou dar de Beber à Dor e Preso entre o Sonho e o Sono. E vários elementos da família de Ana Moura, incluindo a avó, participam nos coros de Lavava no Rio Lavava.

O álbum foi muito bem-sucedido e Ana Moura alcançou projeção nacional e internacional - já deu concertos em países como Holanda, Espanha, Itália, Bélgica e Estados Unidos.

Em 2004, lançou um novo álbum, Aconteceu (Universal). Com um conceito muito especial: um álbum duplo que separa em dois discos os fados tradicionais dos fados-canção. Assim, num deles encontra-se o repertório clássico com melodias base do fado, como "Fado Meia-noite", "Fado Franklin", "Fado Corrido", "Fado Alberto" ou "Fado Acácio".

No outro encontram-se 'novas' composições. Mais uma vez Jorge Fernando tem um papel preponderante, produzindo o disco (juntamente com André Déquech) e escrevendo vários temas. Mas conta também com algumas participações menos esperadas: João Pedro Pais escreve o "Fado de Pessoa"; Tiago Bettencourt (dos Toranja) escreve a letra "Dentro da Tempestade"; e Miguel Guedes, dos Blind Zero, "Nada que Devas Saber".

Ana Moura é acompanhada por José Manuel Neto, Jorge Fernando e Filipe Larsen. Tem como convidados especiais o guitarrista José Elmiro Nunes e o violoncelista David Zaccaria.

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Porto Editora – Ana Moura na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-12 16:41:05]. Disponível em
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