António Menano
Fadista e compositor, António Paulo Menano nasceu a 5 de maio de 1895, em Fornos de Algodres (Serra da Estrela), e faleceu a 11 de setembro de 1969, em Lisboa. É o mais popular e o mais importante cantor de fados de Coimbra depois de Augusto Hilário.
Aos onze anos já cantava ao fado e aos treze já compunha. Foi um autêntico menino-prodígio. Matriculou-se em Coimbra, onde tirou o curso de Medicina. Na altura, quase 20 anos depois da morte de Augusto Hilário, o fado em Coimbra atravessava um período de relativa discrição. Era essencialmente um fenómeno local. António Menano e seus companheiros eliminaram esse estigma, e devolveram a dimensão nacional à música daquela cidade. Menano foi o principal protagonista da chamada década de oiro.
O nome Menano já tinha grandes tradições na Academia. Os seus parentes João Paulo e Paulo da Costa Menano haviam-se distinguido pelas suas récitas, no final do século XIX. E os seus irmãos, Francisco, Horácio e Alberto, foram também notáveis intérpretes na altura. Mas nenhum tão auspicioso como António Menano.
A sua estreia deu-se em 1915, num sarau, em Aveiro. Impressionou de tal forma que foi logo convidado para solista e ensaiador do Orfeon Académico, então regido por Elias de Aguiar. Nesse mesmo ano, surpreendeu tudo e todos ao interpretar um excerto d'Os Lusíadas numa festa de homenagem a Luís de Camões. E em 1918, passou a integrar a direção do Orfeon.
O sucesso de António Menano ultrapassou os limites de Coimbra. Deu recitais e concertos um pouco por todo o país, acompanhado ora pelas tradicionais guitarras ora ao piano. Também atuou no estrangeiro. Em 1923, participou, com o Orfeon, na digressão por Espanha, passando por Salamanca, Madrid e Valhadolid. Em 1924, a digressão realizou-se em França, em cidades como Toulouse, Bordéus, Baiona e Paris, sendo Menano acompanhado por Artur Paredes. Em 1929, foi o cantor escolhido para atuar num festival oferecido aos reis de Espanha, por ocasião da Exposição Ibero-Americana de Sevilha.
António Menano editou cerca de quatro dezenas de discos, gravados em Berlim, Paris e Lisboa. As gravações de Paris, que melhor sobreviveram ao tempo, encontram-se reunidas num CD da Tradisom, Arquivos do Fado, vol. V. António Menano escreveu dezenas de canções que se tornaram peças-chave do repertório do fado de Coimbra. Entre outras, "Fado da Sé Velha", "Fado Serenata", "Fado dos Passarinhos" ou "Fado das Trincheiras".
Em 1923, António Menano acabou o curso e regressou à sua terra natal, na Serra da Estrela, onde exerceu medicina. Contudo nunca abandonou a música, nem a Academia. Mesmo quando, em 1933, se mudou para Moçambique, onde abriu uma clínica, regressando a Lisboa apenas em 1961. No dia 25 de junho de 1967 recebeu a Ordem de Santiago, pelo Governo português, num concerto em Coimbra. E, apesar de abrandar o ritmo, continuou a cantar praticamente até ao fim da vida.
Aos onze anos já cantava ao fado e aos treze já compunha. Foi um autêntico menino-prodígio. Matriculou-se em Coimbra, onde tirou o curso de Medicina. Na altura, quase 20 anos depois da morte de Augusto Hilário, o fado em Coimbra atravessava um período de relativa discrição. Era essencialmente um fenómeno local. António Menano e seus companheiros eliminaram esse estigma, e devolveram a dimensão nacional à música daquela cidade. Menano foi o principal protagonista da chamada década de oiro.
O nome Menano já tinha grandes tradições na Academia. Os seus parentes João Paulo e Paulo da Costa Menano haviam-se distinguido pelas suas récitas, no final do século XIX. E os seus irmãos, Francisco, Horácio e Alberto, foram também notáveis intérpretes na altura. Mas nenhum tão auspicioso como António Menano.
A sua estreia deu-se em 1915, num sarau, em Aveiro. Impressionou de tal forma que foi logo convidado para solista e ensaiador do Orfeon Académico, então regido por Elias de Aguiar. Nesse mesmo ano, surpreendeu tudo e todos ao interpretar um excerto d'Os Lusíadas numa festa de homenagem a Luís de Camões. E em 1918, passou a integrar a direção do Orfeon.
O sucesso de António Menano ultrapassou os limites de Coimbra. Deu recitais e concertos um pouco por todo o país, acompanhado ora pelas tradicionais guitarras ora ao piano. Também atuou no estrangeiro. Em 1923, participou, com o Orfeon, na digressão por Espanha, passando por Salamanca, Madrid e Valhadolid. Em 1924, a digressão realizou-se em França, em cidades como Toulouse, Bordéus, Baiona e Paris, sendo Menano acompanhado por Artur Paredes. Em 1929, foi o cantor escolhido para atuar num festival oferecido aos reis de Espanha, por ocasião da Exposição Ibero-Americana de Sevilha.
António Menano editou cerca de quatro dezenas de discos, gravados em Berlim, Paris e Lisboa. As gravações de Paris, que melhor sobreviveram ao tempo, encontram-se reunidas num CD da Tradisom, Arquivos do Fado, vol. V. António Menano escreveu dezenas de canções que se tornaram peças-chave do repertório do fado de Coimbra. Entre outras, "Fado da Sé Velha", "Fado Serenata", "Fado dos Passarinhos" ou "Fado das Trincheiras".
Em 1923, António Menano acabou o curso e regressou à sua terra natal, na Serra da Estrela, onde exerceu medicina. Contudo nunca abandonou a música, nem a Academia. Mesmo quando, em 1933, se mudou para Moçambique, onde abriu uma clínica, regressando a Lisboa apenas em 1961. No dia 25 de junho de 1967 recebeu a Ordem de Santiago, pelo Governo português, num concerto em Coimbra. E, apesar de abrandar o ritmo, continuou a cantar praticamente até ao fim da vida.
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Como referenciar
Porto Editora – António Menano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-16 23:12:38]. Disponível em
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