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apóstrofe
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Figura de estilo em que o sujeito enunciador do discurso interpela um interlocutor, real, ficcional ou simbólico, que pode ser o leitor/ouvinte, uma entidade divina ou uma personagem. A apóstrofe, também designada por invocação, é conseguida através do uso do vocativo em discurso direto e destina-se a conferir vivacidade e realismo ao discurso, aproximando-o de uma interação dialógica. Embora mais raramente, pode ocorrer apóstrofe através do discurso indireto. São exemplos de apóstrofe, os excertos seguintes (a negrito), o primeiro invocando o "mar salgado" e o segundo invocando

Deus à semelhança de uma prece:
"Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!"
(Fernando Pessoa, "Mar Português", in A Mensagem)

"Oh rei dos reis, oh árbitro do mundo,
Cuja mão sacrossanta os maus fulmina,
E a cuja voz, terrífica e divina,
Lúcifer treme, no seu caos profundo;
Lava-me as nódoas do pecado imundo,
Que as almas cega, as almas contamina (...)
De mim próprio me livra, oh Deus supremo!
Porque o meu coração propenso ao vício,
É, Senhor, o contrário que mais temo!"
(Bocage, "Afetos de um coração contrito", in Poesias de Bocage, 1992, Lisboa: Ed. Comunicação)

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Como referenciar
Porto Editora – apóstrofe na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-24 21:53:44]. Disponível em

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