Armandinho
Guitarrista e compositor português, Armando Augusto Freire nasceu a 11 de outubro de 1891, em Lisboa, e faleceu a 5 de fevereiro de 1943. É o nome mais importante da guitarra portuguesa na primeira metade do século XX.
Nasceu no Pátio dos Quintalinhos, em plena Alfama. O seu pai era bandolineiro. E Armandinho, desde muito cedo, se deixou fascinar pela música. Aos oito anos já tocava bandolim e aos 10 aprendeu a arte da guitarra. O seu talento era tal e tão precoce que certa vez foi levado a Luís Petroline, um dos grandes guitarristas da época, para aperfeiçoar a técnica. Depois de o ouvir tocar, Petroline verificou que não tinha nada para lhe ensinar.
A sua primeira apresentação ao vivo foi, aos 14 anos, no Teatro das Trinas. Seguiram-se muitas outras. E o seu estilo foi muito elogiado. Quando Borges de Sousa, fadista emérito de Coimbra, o ouviu comentou com António Menano: "Este rapaz é o Schumann da guitarra".
Apesar da crescente fama e do sucesso, Armandinho, que ganhou o cognome de "O Mago da Guitarra", tardou em profissionalizar-se. Foram muitos os seus empregos. Foi meio-oficial sapateiro, moço de bordo, operário da Companhia Nacional de Fósforos, servente do Casão Militar e fiscal do Mercado da Ribeira Nova.
Desenvolveu uma extraordinária carreira. Na época, foi mesmo um raríssimo exemplo de um guitarrista que chegou a subverter a habitual submissão da guitarra à voz. Andou em tournée pela Europa, África e América do Sul. E acompanhou grandes nomes do fado, como Ercília Costa, João da Mata, Estêvão de Amarante, Alberto Reis, Berta Cardoso, Madalena de Melo, Maria do Carmo Torres, Filipe Pinto, Joaquim Pimentel, Eugénio Salvador ou Lina Duval.
Era também um improvisador nato e um compositor de exceção. Enriqueceu sobremaneira o repertório do fado, sendo as suas composições aceites no leque limitado dos fados tradicionais, ou seja, são melodias-base sobre as quais se têm construído, ao longo dos anos, diferentes letras. Entre outras, é autor do Fado do Bacalhau, Fado Cívico e o Fado de S. Miguel. Os seus temas têm sido assim interpretados por quase todos os grandes nomes do fado, incluindo António Menano, Armando Góis, Amália Rodrigues e Ercília Costa. A Tradison editou um CD que inclui as mais famosas guitarradas de Armandinho.
Tocou em inúmeros retiros, em casas particulares, mas também no teatro de revista. Em 1929 foi homenageado no Solar da Alegria. Faleceu em 1943, com o seu mérito plenamente reconhecido. Ao seu talento, Silva Tavares dedicou a seguinte quadra:
"Benditos os dedos seus
Que arrancam assim gemidos.
Tal como se a voz de Deus
Falasse aos nossos ouvidos!
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