Arte Tang
A dinastia Tang foi fundada por Li Yuan em 618 e durou até 907.
Neste período, o budismo influenciou toda a China, sofrendo as figuras dos budas uma mudança causada pela influência do estilo escultórico hindu gupta, talvez em consequência da viagem do monge chinês Hiang-tson à Índia, em 644.
Assim, às figuras com roupagens da época anterior sucedem-se os nus de corpo contorcido. É nesta altura que aparecem as estátuas dos génios guardiães dos templos - lokapala e Dvarapala -, de atitudes violentas e movimentadas. Ao mesmo tempo, a iconografia dos bodhisattvas, nomeadamente de Maitreia e Kuan-yin, figuras do budismo da Sabedoria e da Misericórdia, tornou-se mais diversificada.
Na arquitetura, aparecem os primeiros pagodes de forma cúbica ou poliédrica, com o objetivo de servirem como "cofres-fortes" para guardar relíquias ou demarcar um local santo.
Nas esculturas em terracota, descobertas nos sepulcros desta época, encontram-se cavalos, camelos, iaques, bem como muitas personagens e seres fantásticos. A característica mais marcante desta escultura funerária é o naturalismo, dotado de uma rica paleta cromática.
A escultura em pedra e mármore dos séculos VII e VIII é de grande qualidade plástica. O carácter monumental, testemunhado, por exemplo, nos cavalos Tang, dá-nos conta de uma observação cuidadosa do modelo.
Típico desta época é também o vidrado que utiliza os tons de pérola, já aplicados na dinastia Han, sendo-lhes acrescentado o verde, o amarelo, o castanho e o azul. Foi durante esta dinastia que se descobriu a porcelana, que atingiu a perfeição na época Song, com formas elegantes sob o vidrado branco.
Acabamentos em porcelana branca, olaria e figurinos em três cores, trabalhos em pedra com um rico vidrado em preto e um tipo de cerâmica celadon foram alguns aspetos desta arte desenvolvidos pelos oleiros Tang.
O trabalho do metal e a joalharia deste período incluíam muito trabalho em prata. Muito típicos da época Tang eram os vasos ou recipientes em prata ou ouro, de uma delicadeza extrema, principalmente os que se destinavam a servir bebidas. Também os espelhos de bronze eram muito populares.
Quanto aos baixos-relevos de pedra, como é o caso da sepultura de Tai Tsung, segundo imperador Tang, demonstram a magnificência do classicismo deste período.
A dinastia Tang foi ainda célebre pela invenção e desenvolvimento da arte de imprimir. A caligrafia, enquanto meio de expressão das virtudes morais e intelectuais dos letrados, levou ao desenvolvimento da pintura em seda ou papel. São de destacar nesta área os trabalhos de Li Tchao-tao, paisagista, e os de Yeu-Li-pan, retratista de pessoas importantes, cujo estilo se caracteriza pelo uso de sombreados e de vários tons, com o intuito de realçar as delicadezas do desenho. É o caso das folhas de papel e rolos de seda que se encontraram nos sepulcros das grutas de Tuen Huang. Aqui são representadas figuras da mais alta estirpe, acompanhadas dos seus cavalos ricamente adornados, onde se nota a nitidez dos contornos e a aplicação do verde e do vermelho, que conferem um carácter gracioso às composições.
No fundo, a dinastia Tang atraiu à sua corte pintores de grande nome, os quais eram também poetas, músicos, letrados ou caligrafistas.
No entanto, as obras deste período são escassas.
As grandes composições místicas, como o mundo de Buda, com cenas familiares, e as cenas de grande movimento são muito características desta época.
O período da dinastia Tang foi igualmente marcado pelo paisagismo. Wu-tao-tseu (c. 680-760) foi considerado o maior artista desse género do seu tempo, caracterizado por um desenho cheio de vida, onde são visíveis os planos em andares, com água, montanhas e árvores, simbolizando a grandiosidade das forças naturais. Pintou mais de trezentas pinturas nas paredes de templos, em Lo-yang e em Ch'ang-an.
Segundo a historiografia chinesa, distinguem-se duas tendências na pintura, durante a dinastia Tang: a do Norte, de traços vigorosos, de execução perfeita dos pormenores, com cores brilhantes, e a do Sul, de linhas e tonalidades esbatidas, destacando-se as obras de Wang Wei, do século VIII. Este era um paisagista, apesar de ser também um oficial na corte da capital ocidental, Ch'ang-an. As pinturas da fase final da dinastia Tang mostram todo um espetáculo imperial com desempenho dos vários figurantes. A pintura desempenhava um papel muito importante na cultura desta era e os pintores eram figuras muito importantes da corte. É o caso de Yen Li-pen, um dos ministros da dinastia Tang, que era mais conhecido como pintor do que como homem de Estado.
No fundo, todas as expressões artísticas da época Tang são caracterizadas pela estilização e ritmo, manifestando uma imensa vida.
Os anos da dinastia Tang foram tempos brilhantes para as artes e para a cultura. As cerimónias de gala imperiais renasceram e a atuação das orquestras e companhias de dançarinos da corte era uma constante.
Nas tabernas da capital ocidental, Ch'ang-an (Xian), músicas ocidentais e danças eram executadas para acompanhamento dos músicos ocidentais, que tocavam instrumentos estranhos. Grupos exóticos de dançarinas tornaram-se o objeto de variadíssimas pinturas. A música estrangeira passou a ser, assim, a terceira categoria musical a juntar à música de corte e tradicional.
A poesia foi, contudo, talvez a grande glória deste período.
A olaria também deu um grande passo, depois da esterilidade do período das Seis Dinastias.
Apesar da dinastia Tang, tal como todas as outras, ter crescido envolvida em assassinatos, o que levou a uma anarquia, no seu auge, no início do século VIII, o esplendor das suas artes tornou-a num modelo para o Mundo.
Neste período, o budismo influenciou toda a China, sofrendo as figuras dos budas uma mudança causada pela influência do estilo escultórico hindu gupta, talvez em consequência da viagem do monge chinês Hiang-tson à Índia, em 644.
Assim, às figuras com roupagens da época anterior sucedem-se os nus de corpo contorcido. É nesta altura que aparecem as estátuas dos génios guardiães dos templos - lokapala e Dvarapala -, de atitudes violentas e movimentadas. Ao mesmo tempo, a iconografia dos bodhisattvas, nomeadamente de Maitreia e Kuan-yin, figuras do budismo da Sabedoria e da Misericórdia, tornou-se mais diversificada.
Nas esculturas em terracota, descobertas nos sepulcros desta época, encontram-se cavalos, camelos, iaques, bem como muitas personagens e seres fantásticos. A característica mais marcante desta escultura funerária é o naturalismo, dotado de uma rica paleta cromática.
A escultura em pedra e mármore dos séculos VII e VIII é de grande qualidade plástica. O carácter monumental, testemunhado, por exemplo, nos cavalos Tang, dá-nos conta de uma observação cuidadosa do modelo.
Típico desta época é também o vidrado que utiliza os tons de pérola, já aplicados na dinastia Han, sendo-lhes acrescentado o verde, o amarelo, o castanho e o azul. Foi durante esta dinastia que se descobriu a porcelana, que atingiu a perfeição na época Song, com formas elegantes sob o vidrado branco.
Acabamentos em porcelana branca, olaria e figurinos em três cores, trabalhos em pedra com um rico vidrado em preto e um tipo de cerâmica celadon foram alguns aspetos desta arte desenvolvidos pelos oleiros Tang.
O trabalho do metal e a joalharia deste período incluíam muito trabalho em prata. Muito típicos da época Tang eram os vasos ou recipientes em prata ou ouro, de uma delicadeza extrema, principalmente os que se destinavam a servir bebidas. Também os espelhos de bronze eram muito populares.
Quanto aos baixos-relevos de pedra, como é o caso da sepultura de Tai Tsung, segundo imperador Tang, demonstram a magnificência do classicismo deste período.
A dinastia Tang foi ainda célebre pela invenção e desenvolvimento da arte de imprimir. A caligrafia, enquanto meio de expressão das virtudes morais e intelectuais dos letrados, levou ao desenvolvimento da pintura em seda ou papel. São de destacar nesta área os trabalhos de Li Tchao-tao, paisagista, e os de Yeu-Li-pan, retratista de pessoas importantes, cujo estilo se caracteriza pelo uso de sombreados e de vários tons, com o intuito de realçar as delicadezas do desenho. É o caso das folhas de papel e rolos de seda que se encontraram nos sepulcros das grutas de Tuen Huang. Aqui são representadas figuras da mais alta estirpe, acompanhadas dos seus cavalos ricamente adornados, onde se nota a nitidez dos contornos e a aplicação do verde e do vermelho, que conferem um carácter gracioso às composições.
No fundo, a dinastia Tang atraiu à sua corte pintores de grande nome, os quais eram também poetas, músicos, letrados ou caligrafistas.
No entanto, as obras deste período são escassas.
As grandes composições místicas, como o mundo de Buda, com cenas familiares, e as cenas de grande movimento são muito características desta época.
O período da dinastia Tang foi igualmente marcado pelo paisagismo. Wu-tao-tseu (c. 680-760) foi considerado o maior artista desse género do seu tempo, caracterizado por um desenho cheio de vida, onde são visíveis os planos em andares, com água, montanhas e árvores, simbolizando a grandiosidade das forças naturais. Pintou mais de trezentas pinturas nas paredes de templos, em Lo-yang e em Ch'ang-an.
Segundo a historiografia chinesa, distinguem-se duas tendências na pintura, durante a dinastia Tang: a do Norte, de traços vigorosos, de execução perfeita dos pormenores, com cores brilhantes, e a do Sul, de linhas e tonalidades esbatidas, destacando-se as obras de Wang Wei, do século VIII. Este era um paisagista, apesar de ser também um oficial na corte da capital ocidental, Ch'ang-an. As pinturas da fase final da dinastia Tang mostram todo um espetáculo imperial com desempenho dos vários figurantes. A pintura desempenhava um papel muito importante na cultura desta era e os pintores eram figuras muito importantes da corte. É o caso de Yen Li-pen, um dos ministros da dinastia Tang, que era mais conhecido como pintor do que como homem de Estado.
No fundo, todas as expressões artísticas da época Tang são caracterizadas pela estilização e ritmo, manifestando uma imensa vida.
Os anos da dinastia Tang foram tempos brilhantes para as artes e para a cultura. As cerimónias de gala imperiais renasceram e a atuação das orquestras e companhias de dançarinos da corte era uma constante.
Nas tabernas da capital ocidental, Ch'ang-an (Xian), músicas ocidentais e danças eram executadas para acompanhamento dos músicos ocidentais, que tocavam instrumentos estranhos. Grupos exóticos de dançarinas tornaram-se o objeto de variadíssimas pinturas. A música estrangeira passou a ser, assim, a terceira categoria musical a juntar à música de corte e tradicional.
A poesia foi, contudo, talvez a grande glória deste período.
A olaria também deu um grande passo, depois da esterilidade do período das Seis Dinastias.
Apesar da dinastia Tang, tal como todas as outras, ter crescido envolvida em assassinatos, o que levou a uma anarquia, no seu auge, no início do século VIII, o esplendor das suas artes tornou-a num modelo para o Mundo.
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Como referenciar
Porto Editora – Arte Tang na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-21 02:15:16]. Disponível em
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