Athena. Revista de arte
Revista dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz, publicada em Lisboa, da qual só saíram cinco números, entre outubro de 1924 e fevereiro de 1925.
Surgindo no seguimento da linha de orientação do Orpheu, constituiu um símbolo do Modernismo português, devendo-se o seu interesse literário maioritariamente aos textos de Pessoa.
Em entrevista ao Diário de Lisboa, em novembro de 1924, Fernando Pessoa explicava que o objetivo da publicação era "Dar ao público português, tanto quanto possível, uma revista puramente de arte, isto é, nem de ocasião e início como o Orpheu, nem quase de pura decoração como a admirável Contemporânea." Tratava-se, assim, de uma alternativa no campo da revista literária, que não pretendia promover um projeto cultural, nem acionar um movimento, nem ser apreciada apenas pelo seu aspeto estético, mas sim ser um espaço de reflexão teórica, de balanço do itinerário percorrido desde Orpheu e de apresentação de novas vias para o modernismo.
A par de alguns modernistas, como Almada, Mily Posoz, Lino António, Luiz de Montalvor, Raul Leal, Mário Saa ou Mário de Sá-Carneiro (a quem é consagrado o n.° 2), a colaboração literária foi em grande parte assegurada por Fernando Pessoa e pelos seus heterónimos: desde Ricardo Reis, cujo Livro I das Odes é publicado no n.° 1, a Álvaro de Campos, que nos n.os 2, 3 e 4 publica textos teóricos, com destaque para os "Apontamentos para uma estética não-aristotélica", à publicação, nos n.os 4 e 5, de poemas de Alberto Caeiro, até Fernando Pessoa ortónimo, com poemas, textos de reflexão estética e tradução.
É nessa medida que Teresa Sousa de Almeida (prefácio à ed. fac-sim. de Athena, Lisboa, Contexto, 1983) vê na criação de Athena uma encenação do escritor que planeadamente estabelece uma relação intertextual entre textos teóricos e produções dos heterónimos. Deste modo, o editorial que abre o n.° 1, da autoria de Fernando Pessoa, explicando o título da publicação e o tipo de arte que preconiza, serve também de introdução à afirmação da modernidade do classicismo de Ricardo Reis: "[Os Gregos] Figuraram em a deusa Atena a união da arte e da ciência, em cujo efeito a arte (como também a ciência) tem origem como perfeição [...] é pois ao nível da abstração que a arte e a ciência, ambas se alçando, se conjugam, como dois caminhos no píncaro para que ambos tendam. É este o império de Athena, cuja ação é a harmonia.
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