Averróis
Filósofo, Abû'l-Wâlid Muhammad ibn Muhammad ibn Rushd, conhecido entre os latinos como Averróis, nasceu em 1126, em Córdova, e morreu a 10 de dezembro de 1198, em Marrocos, tendo sido depois os seus restos mortais transferidos para a sua cidade natal. Estudou Direito e Teologia, foi juiz em Sevilha e em Córdova, onde exerceu também medicina, mas ficou conhecido, sobretudo, como filósofo. Comentou profundamente textos de Platão (República) e Porfírio (Isagoge), mas é através dos comentários à obra de Aristóteles que se notabiliza, como profundo conhecedor que era da sua obra, tratando de denunciar alguns elementos neoplatónicos que coexistiam a par do aristotelismo. Influenciou a Idade Média consideravelmente, podendo ser considerado como um precursor do Renascimento. Interessou-se por vastíssimos assuntos, como a filosofia, a religião, o direito, a mística, a poesia e as diferentes ciências naturais.
O objetivo do homem, para Averróis, é o de unir-se a Deus e aos seres divinos. O conhecimento humano, ao contrário do dos seres divinos, está sujeito ao devir, como tudo no mundo sublunar, e vai progredindo desde a sensação, passando pela imaginação, até ao intelecto.
A razão é a via privilegiada de acesso à verdade; mesmo quando no texto sagrado se encontre alguma contradição com ela, há que interpretá-la em consonância com o que a razão indique. O texto sagrado pode ser interpretado exotérica ou esotericamente, quer dizer que há um sentido externo e um sentido interno. Este último cabe apenas à elite dos filósofos que procuram a verdade pela via da razão. O sentido aparente ou literal destina-se à generalidade dos homens, que não o consigam ultrapassar. Devido a esta afirmação de Averróis, inferiu-se na Idade Média que ele defendia uma doutrina tal que faria coexistir duas verdades, no entanto, ele defendeu unicamente que a verdade se exprime e patenteia de modos diversos. Aprofundou mais o método exegético até chegar à ideia de que há três modos de argumentação: o da teologia, que utiliza a retórica, o da filosofia, que utiliza a demonstração, e o da generalidade dos homens, que segue a via da exortação. Averróis faz a distinção, na sua cosmologia, entre mundo criado e mundo eterno. O mundo criado é o modo como o homem recebe a realidade, através da categoria do tempo, temporalizando o eterno. Deste modo, procurou Averróis resolver a oposição entre a tese peripatética (a eternidade do mundo) e a revelação do Corão (a criação).
Relativamente à questão do bem e do mal, defendeu que Deus criou o bem para o mal e o mal para o bem, pois vê-os como um conjunto.
Atribui-se ao averroísmo teses como a da mortalidade da alma e a eternidade do mundo. Em Portugal podemos verificar a presença do averroísmo com Tomás Escoto, a julgar pelo que nos diz Álvaro Pais no Colírio.
A razão é a via privilegiada de acesso à verdade; mesmo quando no texto sagrado se encontre alguma contradição com ela, há que interpretá-la em consonância com o que a razão indique. O texto sagrado pode ser interpretado exotérica ou esotericamente, quer dizer que há um sentido externo e um sentido interno. Este último cabe apenas à elite dos filósofos que procuram a verdade pela via da razão. O sentido aparente ou literal destina-se à generalidade dos homens, que não o consigam ultrapassar. Devido a esta afirmação de Averróis, inferiu-se na Idade Média que ele defendia uma doutrina tal que faria coexistir duas verdades, no entanto, ele defendeu unicamente que a verdade se exprime e patenteia de modos diversos. Aprofundou mais o método exegético até chegar à ideia de que há três modos de argumentação: o da teologia, que utiliza a retórica, o da filosofia, que utiliza a demonstração, e o da generalidade dos homens, que segue a via da exortação. Averróis faz a distinção, na sua cosmologia, entre mundo criado e mundo eterno. O mundo criado é o modo como o homem recebe a realidade, através da categoria do tempo, temporalizando o eterno. Deste modo, procurou Averróis resolver a oposição entre a tese peripatética (a eternidade do mundo) e a revelação do Corão (a criação).
Relativamente à questão do bem e do mal, defendeu que Deus criou o bem para o mal e o mal para o bem, pois vê-os como um conjunto.
Atribui-se ao averroísmo teses como a da mortalidade da alma e a eternidade do mundo. Em Portugal podemos verificar a presença do averroísmo com Tomás Escoto, a julgar pelo que nos diz Álvaro Pais no Colírio.
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Como referenciar
Porto Editora – Averróis na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-18 12:52:22]. Disponível em
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