2 min
Camera Work
Camera Work foi o nome dado a uma revista trimestral influente que apareceu em 1903, aquando da formação do movimento Photo-Secession. Tratava-se de uma publicação dedicada às artes em geral, embora com uma especial incidência sobre a fotografia. Alfred Stieglitz foi o responsável pela sua edição e entre os muitos participantes neste projeto estavam Frank Eugene, Clarence White e Edward Steichen.
Era uma revista magnificamente produzida: apresentava imagens com uma excelente qualidade de impressão, fotografias impressas em papel de seda japonês e coladas à mão, com um design muito cuidado. Todos estes pormenores conferiam-lhe um toque e qualidades únicas, mas que se traduziam em custos de produção muito elevados. Muitos dos artigos eram da autoria de fotógrafos de renome, enquanto outros eram críticas controversas sobre a arte da fotografia e sobre a arte em geral. No fundo, esta publicação funcionou na época como um espaço de debate e reflexão.
A Camera Work publicou também alguns trabalhos de pintores e escultores. Foi através dela que muita gente contactou pela primeira vez com trabalhos de Matisse, de Picasso e de Rodin, assim como com trabalhos de muitos fotógrafos contemporâneos ou já falecidos. Aliás, o número 32 desta revista chegou inclusivamente a provocar um enorme escândalo na época ao publicar os nus de Matisse, em outubro de 1910.
A publicação foi bem recebida um pouco por toda a parte tendo, ao todo, sido publicadas 50 edições. Os últimos três números debruçaram-se predominantemente sobre o trabalho de Paul Strand e sobre a sua passagem do pictorialismo para o modernismo, mas ao longo da sua existência a revista cobriu o apogeu e queda do pictorialismo, modernismo e ainda da arte contemporânea europeia.
Além de ter sido um elemento muito importante no desenvolvimento da fotografia como forma de arte, a Camera Work foi também uma referência e um meio de comunicação importante entre os amantes da arte.
Com a chegada da Grande Guerra Mundial, a qualidade da impressão ficou comprometida, porque grande parte das fotogravuras eram feitas em Berlim e na Grã- Bretanha. Com a recessão, os assinantes começaram a cancelar as assinaturas. A revista, que tinha começado por ter uma tiragem de mil exemplares, estava reduzida a menos de metade.
A edição da Camera Work terminou em junho de 1917, altura em que o Photo-Secession começou a desmantelar-se.
Já em 1930, e depois de se assegurar que grandes instituições como a Royal Photographic Society ou a New York Public Library possuíam coleções completas da revista, Alfred Stieglitz destruiu os cerca de mil exemplares soltos que ainda possuía.
A Camera Work permanece como referência inigualável. Em 1998, a editora Taschen publicou uma obra de 800 páginas com todas as fotografias e ilustrações desta publicação - um verdadeiro tesouro fotográfico.
Era uma revista magnificamente produzida: apresentava imagens com uma excelente qualidade de impressão, fotografias impressas em papel de seda japonês e coladas à mão, com um design muito cuidado. Todos estes pormenores conferiam-lhe um toque e qualidades únicas, mas que se traduziam em custos de produção muito elevados. Muitos dos artigos eram da autoria de fotógrafos de renome, enquanto outros eram críticas controversas sobre a arte da fotografia e sobre a arte em geral. No fundo, esta publicação funcionou na época como um espaço de debate e reflexão.
A Camera Work publicou também alguns trabalhos de pintores e escultores. Foi através dela que muita gente contactou pela primeira vez com trabalhos de Matisse, de Picasso e de Rodin, assim como com trabalhos de muitos fotógrafos contemporâneos ou já falecidos. Aliás, o número 32 desta revista chegou inclusivamente a provocar um enorme escândalo na época ao publicar os nus de Matisse, em outubro de 1910.
A publicação foi bem recebida um pouco por toda a parte tendo, ao todo, sido publicadas 50 edições. Os últimos três números debruçaram-se predominantemente sobre o trabalho de Paul Strand e sobre a sua passagem do pictorialismo para o modernismo, mas ao longo da sua existência a revista cobriu o apogeu e queda do pictorialismo, modernismo e ainda da arte contemporânea europeia.
Além de ter sido um elemento muito importante no desenvolvimento da fotografia como forma de arte, a Camera Work foi também uma referência e um meio de comunicação importante entre os amantes da arte.
Com a chegada da Grande Guerra Mundial, a qualidade da impressão ficou comprometida, porque grande parte das fotogravuras eram feitas em Berlim e na Grã- Bretanha. Com a recessão, os assinantes começaram a cancelar as assinaturas. A revista, que tinha começado por ter uma tiragem de mil exemplares, estava reduzida a menos de metade.
A edição da Camera Work terminou em junho de 1917, altura em que o Photo-Secession começou a desmantelar-se.
Já em 1930, e depois de se assegurar que grandes instituições como a Royal Photographic Society ou a New York Public Library possuíam coleções completas da revista, Alfred Stieglitz destruiu os cerca de mil exemplares soltos que ainda possuía.
A Camera Work permanece como referência inigualável. Em 1998, a editora Taschen publicou uma obra de 800 páginas com todas as fotografias e ilustrações desta publicação - um verdadeiro tesouro fotográfico.
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Como referenciar
Porto Editora – Camera Work na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-20 08:35:58]. Disponível em
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