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Capela dos Ossos
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No Convento de S. Francisco de Évora, o antigo dormitório dos frades franciscanos foi readaptado no século XVII a "casa dos ossos", dependência devocional particular desta ordem mendicante. De facto, a denominada Capela dos Ossos correspondia à sala de meditação e de recolhimento dos franciscanos, constituindo-se, presentemente, como uma curiosa e macabra atração turística.

Os esqueletos, espetros do outro mundo que revestem quase integralmente as paredes e colunas desta dependência conventual, são uma alusão simbólica à efémera e frágil existência humana - inscrevendo-se no universo espiritual de celebração da morte que foi marcante durante a época barroca.
Aspeto do interior da capela
Ossadas humanas constituem o revestimento interior da capela

Com efeito, a cenografia fúnebre, que preenche o espaço da Capela dos Ossos, afirma enfaticamente o gosto do homem barroco pelo macabro e pela necrofilia. Ao mesmo tempo, traduz a necessidade de meditação sobre a transitoriedade do mundo material - simbolismo reforçado pela visualização das ossadas e das caveiras dos defuntos.

Este misticismo funéreo plasma-se com maior projeção no Sul do país, onde existem outros exemplares de capelas de ossos, nomeadamente em Campo Maior, Monforte e Faro.


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Como referenciar
Porto Editora – Capela dos Ossos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-24 22:06:23]. Disponível em

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