Castro do Zambujal
Um dos mais importantes povoados fortificados do Calcolítico (3000-2000 a. C.) localizava-se na bacia hidrográfica do Rio Sizandro, próximo da cidade estremenha de Torres Vedras - o denominado Castro do Zambujal.
Este povoado implantou-se num amplo planalto da Serra de Montejunto, vigiando atentamente a Ribeira de Pedrulhos. A sua descoberta ocorreu em 1963, verificando-se entre 1966 e 1973 várias campanhas de escavações integradas por equipas de arqueólogos portugueses e estrangeiros. Estes trabalhos arqueológicos identificaram a existência de diversos períodos de ocupação repartidos por cinco fases principais.
A primeira fase corresponde à génese do povoado e remonta aos inícios do terceiro milénio a. C. Nessa altura ergueu-se a fortaleza principal, protegida por panos de muralha em pedra e reforçados por maciças torres cilíndricas e semicilíndricas que atingiam os 4 metros de altura. Os seus habitantes desenvolviam a metalurgia do cobre, possivelmente importando esta matéria-prima do Sul de Portugal. Vestígios da sua cultura material indicam a existência de nova forma cerâmica fina - consubstanciada na forma do copo e, com frequência, decorada por caneluras.
Na segunda fase do povoado, nova muralha protege a barbacã da fortaleza, dotando-se esta linha defensiva com aberturas que se estenderam também aos muros contíguos.
A terceira fase revela o entulhamento do espaço nuclear da barbacã e de outros pequenos espaços, o que deu origem a enormes e maciças estruturas construtivas e a uma nova cidadela.
Nos meados do terceiro milénio, a fortaleza foi renovada com a construção de novas torres que eram ocas por dentro. Ao mesmo tempo, esta quarta fase do povoado registava alterações substanciais em termos da sua cultura material. Foi introduzida a cerâmica campaniforme, de que subsistem raros exemplares - assim denominada pela sua forma em campânula. Inicialmente, esta cerâmica apresentava-se decorada por faixas paralelas pontilhadas. Posteriormente, foram realizadas outras formas cerâmicas, como as taças com decoração incisa, igualmente raras no Zambujal. A metalurgia do cobre continuava em plena laboração.
Próximo do final do terceiro milénio a. C., o Castro do Zambujal terá sofrido uma catástrofe natural que o destruiu, reaparecendo este povoado em plena Idade do Bronze (1500-1000 a. C.) - o que corresponde à sua quinta e última fase. A sua nota mais saliente prende-se com a restrição da área circundada pelo sistema defensivo, com a consequente diminuição populacional. Para a sua menor importância, contribuíram decisivamente as pequenas comunidades circunvizinhas do Vale do Sizandro.
Dispersos um pouco pelo espaço do Castro do Zambujal surgem vestígios materiais de algumas habitações. Estas apresentam uma planta subcircular, atingindo um diâmetro na ordem dos 5 a 7 metros. Os seus materiais de construção revelam a provável utilização de pedra, barro e matérias vegetais.
Com efeito, as sucessivas campanhas arqueológicas realizadas no povoado calcolítico do Zambujal revelaram a existência de variadas formas de proteger o castro, ao mesmo tempo que documentaram a sua vocação como centro metalúrgico e de produção cerâmica.
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