Castro Marim
Aspetos Geográficos
O concelho de Castro Marim, do distrito de Faro, na Região do Algarve (NUT II e NUT III), é limitado a este por Ayamonte (Espanha), a norte e a oeste pelo concelho de Alcoutim, a sudoeste pelo de Tavira e a sul pelo de Vila Real de Santo António. Ocupa uma superfície de 300 km2, distribuída por quatro freguesias: Azinhal, Castro Marim, Odeleite e Altura.
Em 2021, o concelho de Castro Marim apresentava 6 434 habitantes.
O natural ou habitante de Castro Marim denomina-se castro-marinense.
O concelho apresenta um clima temperado mediterrânico, com verões quentes e secos e invernos suaves; a precipitação distribui-se de forma irregular ao longo do ano, concentrando-se nas estações do outono e da primavera.
Tem como recursos hídricos a ribeira de Odeleite, a ribeira Foupana e o rio Guadiana.
A nível de relevo são de destacar a Azinhosa (346 m) e o vale Covo (415 m).
O concelho de Castro Marim está englobado na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim-Vila Real de Sto. António, de grande interesse biológico, sob múltiplos aspetos: ecológico, botânico, ornitológico e ictiológico. É uma zona influenciada por fatores económicos regionais: pesca, exploração de salinas e turismo. Os concelhos abrangidos pela reserva são Castro Marim e Vila Real de Santo António. Estende-se ao longo do rio Guadiana, a sul de Castro Marim.
História e Monumentos
Pensa-se que o concelho de Castro Marim teria sido habitado por Fenícios, atraídos pelo cobre e pelo estanho. Posteriormente, foi também de domínio árabe, até 1242. Em 1319, tornou-se o quartel-general dos Cavaleiros de Cristo, ordem militar de grande importância nas primeiras viagens dos Descobrimentos. Em inícios do século XV, o Infante D. Henrique, o Navegador, foi nomeado Governador da Ordem e residiu no Castelo de Castro Marim, mandado construir no século XIII por D. Afonso III.
No século XVII, consequência das guerras da Restauração, D. João IV mandou restaurar e ampliar o castelo com novas fortificações, como o Forte de São Sebastião.
Em XVIII, o terramoto ocorrido em 1755 destruiu grande parte da vila e respetivas muralhas.
A nível do património arquitetónico e monumental destacam-se:
- o Castelo de Castro Marim e a muralha exterior, de forma semicircular, que continha a povoação e o chamado Castelo Velho. Hoje existem apenas vestígios do castelo, com quatro torreões e uma porta, as ruínas da Igreja de São Tiago (século XIV), o Palácio dos Alcaides e moradias;
- a Ermida de Santo António-Castro Marim, situada no alto de uma colina, onde se pode ver um retábulo de sete tábuas com os milagres do santo;
- o Forte de S. Sebastião, que consistia numa estrutura defensiva construída no século XVII e que se integrava no conjunto de muralhas que envolviam a vila, do qual se veem alguns troços por entre o casario;
- a Igreja da Misericórdia de Castro Marim que, com um exterior modesto, guarda um retábulo do altar-mor, do século XVII, com sete painéis em tábua, e um núcleo de imagens do século XVIII;
- a Igreja Matriz de Castro Marim, que é um edifício datado dos séculos XVIII e XIX e que foi adotado de uma ermida. Na capela-mor e nas capelas laterais, merecem realce as imagens do arcanjo São Gabriel (século XV), com restos de policromia, de Nossa Senhora da Encarnação e dos Mártires (século XVI), e de Santa Luzia (século XVIII). Em 1960, um incêndio destruiu parte significativa do seu património;
- o Santuário de Nossa Senhora dos Mártires, que inspira o culto dos "Mártires" (segundo a tradição, teriam sido os cristãos caídos nesta localidade fronteiriça na época da Reconquista), realizado, provavelmente, desde o século VI. O templo apresenta uma galilé e capitéis de inspiração manuelina e uma escultura gótica do arcanjo São Gabriel.
Tradições, Lendas e Curiosidades
O feriado municipal de Castro Marim é celebrado a 24 de junho.
Das diversas festividades que se realizam no concelho são de salientar: a Festa de Nossa Senhora dos Mártires (a 15 de agosto, em Castro Marim), a Festa do Imaculado Coração de Maria (no segundo sábado a seguir ao Dia do Corpo de Deus, em Altura), a Festa da Nossa Senhora da Visitação (a 31 de agosto, em Odeleite) e a Festa do Caracol (no mês de maio, em Castro Marim).
A nível de artesanato destacam-se os trabalhos em rendas de bilros, os chapéus, os capachos coloridos que revestem o chão, as vassouras e os pincéis tradicionais feitos de folhas de palmeira, os cestos e o calçado tradicional.
Economia
O setor de atividade com maior peso na economia do concelho é o primário. Castro Marim é um concelho essencialmente rural, em que a área agrícola ocupa cerca de 58,5% da área do concelho, predominando o cultivo de frutos secos e frescos, o pousio, os prados temporários, as culturas forrageiras, o olival, os prados e as pastagens permanentes. No que diz respeito à pecuária, aves, ovinos e caprinos destacam-se como as principais espécies criadas. Este concelho tem uma baixa densidade florestal, da ordem dos 2,6% da superfície agrícola útil, que corresponde a 3004 hectares.
O concelho de Castro Marim, do distrito de Faro, na Região do Algarve (NUT II e NUT III), é limitado a este por Ayamonte (Espanha), a norte e a oeste pelo concelho de Alcoutim, a sudoeste pelo de Tavira e a sul pelo de Vila Real de Santo António. Ocupa uma superfície de 300 km2, distribuída por quatro freguesias: Azinhal, Castro Marim, Odeleite e Altura.
Em 2021, o concelho de Castro Marim apresentava 6 434 habitantes.
O natural ou habitante de Castro Marim denomina-se castro-marinense.
O concelho apresenta um clima temperado mediterrânico, com verões quentes e secos e invernos suaves; a precipitação distribui-se de forma irregular ao longo do ano, concentrando-se nas estações do outono e da primavera.
Tem como recursos hídricos a ribeira de Odeleite, a ribeira Foupana e o rio Guadiana.
A nível de relevo são de destacar a Azinhosa (346 m) e o vale Covo (415 m).
O concelho de Castro Marim está englobado na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim-Vila Real de Sto. António, de grande interesse biológico, sob múltiplos aspetos: ecológico, botânico, ornitológico e ictiológico. É uma zona influenciada por fatores económicos regionais: pesca, exploração de salinas e turismo. Os concelhos abrangidos pela reserva são Castro Marim e Vila Real de Santo António. Estende-se ao longo do rio Guadiana, a sul de Castro Marim.
História e Monumentos
Pensa-se que o concelho de Castro Marim teria sido habitado por Fenícios, atraídos pelo cobre e pelo estanho. Posteriormente, foi também de domínio árabe, até 1242. Em 1319, tornou-se o quartel-general dos Cavaleiros de Cristo, ordem militar de grande importância nas primeiras viagens dos Descobrimentos. Em inícios do século XV, o Infante D. Henrique, o Navegador, foi nomeado Governador da Ordem e residiu no Castelo de Castro Marim, mandado construir no século XIII por D. Afonso III.
No século XVII, consequência das guerras da Restauração, D. João IV mandou restaurar e ampliar o castelo com novas fortificações, como o Forte de São Sebastião.
Em XVIII, o terramoto ocorrido em 1755 destruiu grande parte da vila e respetivas muralhas.
A nível do património arquitetónico e monumental destacam-se:
- o Castelo de Castro Marim e a muralha exterior, de forma semicircular, que continha a povoação e o chamado Castelo Velho. Hoje existem apenas vestígios do castelo, com quatro torreões e uma porta, as ruínas da Igreja de São Tiago (século XIV), o Palácio dos Alcaides e moradias;
- a Ermida de Santo António-Castro Marim, situada no alto de uma colina, onde se pode ver um retábulo de sete tábuas com os milagres do santo;
- o Forte de S. Sebastião, que consistia numa estrutura defensiva construída no século XVII e que se integrava no conjunto de muralhas que envolviam a vila, do qual se veem alguns troços por entre o casario;
- a Igreja da Misericórdia de Castro Marim que, com um exterior modesto, guarda um retábulo do altar-mor, do século XVII, com sete painéis em tábua, e um núcleo de imagens do século XVIII;
- a Igreja Matriz de Castro Marim, que é um edifício datado dos séculos XVIII e XIX e que foi adotado de uma ermida. Na capela-mor e nas capelas laterais, merecem realce as imagens do arcanjo São Gabriel (século XV), com restos de policromia, de Nossa Senhora da Encarnação e dos Mártires (século XVI), e de Santa Luzia (século XVIII). Em 1960, um incêndio destruiu parte significativa do seu património;
- o Santuário de Nossa Senhora dos Mártires, que inspira o culto dos "Mártires" (segundo a tradição, teriam sido os cristãos caídos nesta localidade fronteiriça na época da Reconquista), realizado, provavelmente, desde o século VI. O templo apresenta uma galilé e capitéis de inspiração manuelina e uma escultura gótica do arcanjo São Gabriel.
O feriado municipal de Castro Marim é celebrado a 24 de junho.
Das diversas festividades que se realizam no concelho são de salientar: a Festa de Nossa Senhora dos Mártires (a 15 de agosto, em Castro Marim), a Festa do Imaculado Coração de Maria (no segundo sábado a seguir ao Dia do Corpo de Deus, em Altura), a Festa da Nossa Senhora da Visitação (a 31 de agosto, em Odeleite) e a Festa do Caracol (no mês de maio, em Castro Marim).
A nível de artesanato destacam-se os trabalhos em rendas de bilros, os chapéus, os capachos coloridos que revestem o chão, as vassouras e os pincéis tradicionais feitos de folhas de palmeira, os cestos e o calçado tradicional.
Economia
O setor de atividade com maior peso na economia do concelho é o primário. Castro Marim é um concelho essencialmente rural, em que a área agrícola ocupa cerca de 58,5% da área do concelho, predominando o cultivo de frutos secos e frescos, o pousio, os prados temporários, as culturas forrageiras, o olival, os prados e as pastagens permanentes. No que diz respeito à pecuária, aves, ovinos e caprinos destacam-se como as principais espécies criadas. Este concelho tem uma baixa densidade florestal, da ordem dos 2,6% da superfície agrícola útil, que corresponde a 3004 hectares.
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Como referenciar
Porto Editora – Castro Marim na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-22 20:08:09]. Disponível em
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