Quarenta árvores em discurso directo

António Bagão Félix

As histórias que nos matam

Maria Isaac

O segredo de Tomar

Rui Miguel Pinto

2 min

Claude Nougaro
favoritos

Cantor e poeta francês, Claude Nougaro nasceu a 9 de setembro de 1929, em Toulouse, França.
Filho de um barítono da Ópera de Paris e de uma professora pianista, Claude Nougaro viveu, desde pequeno, com os avós, dado que os pais estavam muitas vezes em tournées. Aos 12 anos, descobriu ao ouvir a TSF não só os artistas Bessie Smith, Louis Armstrong e Glenn Miller, durante as emissões de jazz, como também Charles Trenet, Edith Piaf, entre outros. A sua cultura musical é também alargada pelo ambiente musical paterno: Rossini, Bizet, Verdi, entre outros.
Em 1947, foi aprendiz de jornalista no Journal des Curistes, em Vichy. Em 1950, depois de se libertar das obrigações militares ao colocar-se a serviço da Legião Estrangeira em Marrocos, foi trabalhar para o jornal argelino Echo d'Alger.

No ano seguinte, reencontrou-se com os pais, em Paris, e aí efetuou a sua primeira aparição pública ao ler poemas (às vezes de sua autoria), no cabaré "Lapin Agile", em Montmartre. Em 1954, frequentou o café "Aux Deux Magots", onde contactou com Audiberti, Brassens e Mouloudji. Em 1955, começou a cantar no "Lapin Agile", criou Il y avait une ville, em 1957, a sua primeira canção gravada e, em 1958, lançou o seu primeiro disco, partindo em tournée com Dalila e Marcel Amont. Em seguida, conheceu o compositor e pianista Michel Legrand, com quem gravou um outro disco, mas somente em 1962, com "Une petite fille", Nougaro obteve sucesso discográfico. Nesse ano, casou com Sylvie, de quem teve uma filha, Cécile, dedicando-lhe a canção Cécile, ma fille.

Em 1963, sofreu um grave acidente de viação, o que o obrigou a suspender a sua jovem carreira, atuando, mais tarde, de canadianas, no primeiro "Musicorama" (um espetáculo televisivo), no Olympia. Em 1964, descobriu o Brasil, onde conheceu o guitarrista brasileiro Baden Powell, com quem atuou, durante 5 semanas consecutivas, no Olympia, em 1974. Parte da sua música ficou nitidamente marcada pela cultura brasileira, como se verifica pelas canções Bidonville (1965), Brésilien (1975), Tu verras (1978), esta última inspirada numa canção de Chico Buarque e com a qual recebeu o prémio especial da Academia do Disco. Em 1980, ganhou, com Assez, o Grande Prémio Nacional da Canção e, em 1988, obteve o Grande Prémio da Canção Francesa, atribuído pela Sociedade de Autores, Compositores e Editores de Música (Sacem), pelo conjunto do seu trabalho.

Em 1994, casou com a sua nova companheira Hélène e, em 1995, suspendeu por dois anos a sua carreira, depois de uma difícil operação ao coração.
Claude Nougaro, durante os seus cerca de 50 anos de carreira, manteve uma atividade musical intensa, com diversos concertos e tournées, gravando 20 discos. Destacam-se as canções Ami Chemin, Nougayork, Armstrong, Le Jazz et la Java, Toulouse e Pacifique. Em 2002, anunciou uma paragem como cantor para se dedicar à leitura de textos, em palco, lançando Fables de ma Fontaine. O seu estado de saúde agravou-se e, no início de 2004, foi hospitalizado em Paris.

A 4 de março de 2004, Claude Nougaro faleceu em casa, aos 74 anos. A 8 de março, foi celebrada uma missa na Catedral Nossa Senhora de Paris e, dois dias depois, realizou-se o funeral, em Toulouse, a sua cidade natal.

Partilhar
  • partilhar whatsapp
Como referenciar
Porto Editora – Claude Nougaro na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-23 03:37:55]. Disponível em
Partilhar
  • partilhar whatsapp
Como referenciar
Porto Editora – Claude Nougaro na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-23 03:37:55]. Disponível em

Quarenta árvores em discurso directo

António Bagão Félix

As histórias que nos matam

Maria Isaac

O segredo de Tomar

Rui Miguel Pinto