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conhecimento
Do latim cognitio, designa ação de aprender. Atividade pela qual o homem toma consciência dos dados da experiência e procura compreendê-los ou explicá-los. Corresponde ao ato do pensamento entrar em contacto com um objeto que lhe é exterior. O conhecimento estabelece uma relação entre o sujeito pensante e o objeto pensado, correspondendo à aquisição de dados de algo que não se possui antes através de um contacto direto entre o sujeito e o objeto. Na constituição do conhecimento pode-se utilizar uma fórmula: forma mais matéria.
Podem ser considerado três níveis de conhecimento:
- Senso comum - é o saber superficial, o conhecimento aparente e sem rigor;
- Ciência - é o estudo e a investigação. Através da observação e experimentação chegam-se a leis científicas;
- Filosofia - é o saber que complementa a ciência, a razão é o local onde a investigação filosófica se vai resolver e exige trabalho e investigação. A crítica é a interrogação na Filosofia, a valorização do conhecimento filosófico.
A primeira problemática do conhecimento que se coloca é simplesmente "É possível conhecer?".
O ceticismo diz-nos que não é possível conhecer, pois utilizam uma dúvida sistemática, a sofística. Existe ainda a dúvida provisória de Descartes, que nos diz que também não é possível conhecer. Através do dogmatismo com a sua verdade indiscutível que é possível conhecer. Sócrates investiga e procura a verdade do conhecimento.
A segunda problemática do conhecimento é a da sua origem:
- No campo do sujeito, através do racionalismo com as ideias inatas e a razão de Descartes e Platão, através da construção de esquemas mentais;
- No campo do objeto, através do empirismo, ou seja, do conhecimento da experiência feita, o conhecimento adquirido de Locke. Existe ainda o empirico-racionalismo de Aristóteles, que consiste no conceito de que nascemos com ideias, mas modificamo-las com a experiência. O conhecimento parte da experiência.
A terceira problemática do conhecimento tem a ver com a sua natureza: Com o realismo de Aristóteles, o conhecimento é dado pelo objeto e o sujeito adapta-se; com o idealismo de Platão, o conhecimento vem das ideias do sujeito.
O problema geral da origem do conhecimento foi estudado a partir de Platão e é resolvido de um modo diferente por duas teorias opostas: pelo inatismo, de Descartes, onde os elementos primeiros da consciência existem no nosso espírito como "sementes da verdade", e são reconhecidos por uma evidência imediata; e pelo empirismo, de Locke e Hume, onde não há ideias inatas, o espírito é uma "tábua rasa" e todo o conhecimento provém da experiência e dos dados da sensação.
Para Platão, conhecer consistia em ultrapassar as aparências das coisas. Segundo Platão, existem quatro tipos de conhecimento:
- Episteme - Noésis (conhecimento intuitivo);
Dianoia (conhecimento discursivo);
- Doxa - Pistis (crença);
Gikasia (imaginação).
A episteme (ciência) é o conhecimento do mundo inteligível das ideias, o mundo do ser verdadeiro. Tem um grau inicial, a dianoia, que é o conhecimento das relações hipotéticas, e a ciência ou sabedoria verdadeira, a noésis é o conhecimento imediato ou intuitivo das coisas inteligíveis e das relações essenciais, o Bem, o centro de todo o ser. A Doxa (opinião), ou conhecimento vulgar, tem por objeto o mundo sensível, o mundo das imagens. Compreende dois graus, a eikasia, conhecimento das sombras ou imagens dos corpos, e a pistis, conhecimento dos corpos e das suas propriedades.
Na teoria da reminiscência, o conhecimento é definido como reconhecimento, esforço para recordar aquilo que a alma já sabia antes de habitar no corpo. As nossas almas existiam antes de encarnar uma forma humana e eram dotadas de entendimento. Antes, o conhecimento era um dado, tal como o objeto. Platão admite uma adequação relativamente simples entre o conhecimento e o seu objeto.
Para Descartes, há uma contradição no racionalismo, já que a autonomia da razão não é absoluta, porque a razão perde perante Deus, que para Descartes é essencial.
Ao conhecimento pertencem dois elementos, o conceito pelo qual o objeto é pensado, a categoria, e o conceito pelo qual o objeto chega até nós pelo conhecimento, pela experiência possível, os conteúdos da intuição empírica. Kant critica o empirismo e diz que todo o conhecimento começa com a experiência, mas não quer dizer que nasça da experiência. A experiência é apenas a matéria do conhecimento. Para que essa matéria se torne objeto do conhecimento, é preciso organizá-la, o que apenas se pode fazer graças às estruturas a priori da razão humana que tornam possível o conhecimento. O conhecimento é então concebido como uma construção elaborada pela inteligência, a partir de materiais sensíveis.
Para Kant, não conhecemos as coisas em si mesmas, os "númenos", mas somente os "fenómenos". Os objetos metafísicos não são cognoscíveis: Deus, Alma, Liberdade.
Podem ser considerado três níveis de conhecimento:
- Senso comum - é o saber superficial, o conhecimento aparente e sem rigor;
- Ciência - é o estudo e a investigação. Através da observação e experimentação chegam-se a leis científicas;
- Filosofia - é o saber que complementa a ciência, a razão é o local onde a investigação filosófica se vai resolver e exige trabalho e investigação. A crítica é a interrogação na Filosofia, a valorização do conhecimento filosófico.
O ceticismo diz-nos que não é possível conhecer, pois utilizam uma dúvida sistemática, a sofística. Existe ainda a dúvida provisória de Descartes, que nos diz que também não é possível conhecer. Através do dogmatismo com a sua verdade indiscutível que é possível conhecer. Sócrates investiga e procura a verdade do conhecimento.
A segunda problemática do conhecimento é a da sua origem:
- No campo do sujeito, através do racionalismo com as ideias inatas e a razão de Descartes e Platão, através da construção de esquemas mentais;
- No campo do objeto, através do empirismo, ou seja, do conhecimento da experiência feita, o conhecimento adquirido de Locke. Existe ainda o empirico-racionalismo de Aristóteles, que consiste no conceito de que nascemos com ideias, mas modificamo-las com a experiência. O conhecimento parte da experiência.
A terceira problemática do conhecimento tem a ver com a sua natureza: Com o realismo de Aristóteles, o conhecimento é dado pelo objeto e o sujeito adapta-se; com o idealismo de Platão, o conhecimento vem das ideias do sujeito.
O problema geral da origem do conhecimento foi estudado a partir de Platão e é resolvido de um modo diferente por duas teorias opostas: pelo inatismo, de Descartes, onde os elementos primeiros da consciência existem no nosso espírito como "sementes da verdade", e são reconhecidos por uma evidência imediata; e pelo empirismo, de Locke e Hume, onde não há ideias inatas, o espírito é uma "tábua rasa" e todo o conhecimento provém da experiência e dos dados da sensação.
Para Platão, conhecer consistia em ultrapassar as aparências das coisas. Segundo Platão, existem quatro tipos de conhecimento:
- Episteme - Noésis (conhecimento intuitivo);
Dianoia (conhecimento discursivo);
- Doxa - Pistis (crença);
Gikasia (imaginação).
A episteme (ciência) é o conhecimento do mundo inteligível das ideias, o mundo do ser verdadeiro. Tem um grau inicial, a dianoia, que é o conhecimento das relações hipotéticas, e a ciência ou sabedoria verdadeira, a noésis é o conhecimento imediato ou intuitivo das coisas inteligíveis e das relações essenciais, o Bem, o centro de todo o ser. A Doxa (opinião), ou conhecimento vulgar, tem por objeto o mundo sensível, o mundo das imagens. Compreende dois graus, a eikasia, conhecimento das sombras ou imagens dos corpos, e a pistis, conhecimento dos corpos e das suas propriedades.
Na teoria da reminiscência, o conhecimento é definido como reconhecimento, esforço para recordar aquilo que a alma já sabia antes de habitar no corpo. As nossas almas existiam antes de encarnar uma forma humana e eram dotadas de entendimento. Antes, o conhecimento era um dado, tal como o objeto. Platão admite uma adequação relativamente simples entre o conhecimento e o seu objeto.
Para Descartes, há uma contradição no racionalismo, já que a autonomia da razão não é absoluta, porque a razão perde perante Deus, que para Descartes é essencial.
Ao conhecimento pertencem dois elementos, o conceito pelo qual o objeto é pensado, a categoria, e o conceito pelo qual o objeto chega até nós pelo conhecimento, pela experiência possível, os conteúdos da intuição empírica. Kant critica o empirismo e diz que todo o conhecimento começa com a experiência, mas não quer dizer que nasça da experiência. A experiência é apenas a matéria do conhecimento. Para que essa matéria se torne objeto do conhecimento, é preciso organizá-la, o que apenas se pode fazer graças às estruturas a priori da razão humana que tornam possível o conhecimento. O conhecimento é então concebido como uma construção elaborada pela inteligência, a partir de materiais sensíveis.
Para Kant, não conhecemos as coisas em si mesmas, os "númenos", mas somente os "fenómenos". Os objetos metafísicos não são cognoscíveis: Deus, Alma, Liberdade.
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Como referenciar
Porto Editora – conhecimento na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-23 14:58:23]. Disponível em
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