conjuntivo
O conjuntivo é o modo que exprime a ação (ainda) não realizada, hipotética ou irreal. É o modo através do qual se transmite a incerteza, a dúvida, o desejo pela realização de alguma coisa, a condição, a possibilidade, a eventualidade.
Nas línguas que o possuem, o conjuntivo estabelece, por oposição com o indicativo, valores semânticos muito marcados, que distinguem frases como as que se seguem:
i) Procuro um livro que fale do 25 de abril. (Conjuntivo)
ii) Procuro o livro que fala do 25 de abril. (Indicativo)
Pelo contraste entre as frases i e ii, pode constatar-se que o conjuntivo cria um significado não específico e indeterminado do pronome relativo, reforçado pelo artigo indefinido, enquanto que o indicativo, pelo contrário, apresenta uma referência nominal específica e determinada, a par do uso confirmativo do artigo definido.
Em português, o conjuntivo exprime-se através dos seguintes tempos verbais:
• Presente (goste)
• Pretérito imperfeito (gostasse)
• Pretérito perfeito composto(tenha gostado)
• Pretérito mais-que-perfeito composto (tivesse gostado)
• Futuro (gostar)
• Futuro composto (tiver gostado)
O conjuntivo apresenta ainda valores tradicionalmente associados ao modo imperativo, como a ordem, o pedido ou a sugestão, através do uso do presente que completa as formas pessoais que faltam ao imperativo:
iii) Venha comigo! (você)
iv) Ajudemo-nos uns aos outros. (nós)
Apesar de surgir em algumas frases simples (frases dubitativas e desiderativas - cfr. v, vi) e em algumas orações coordenadas (cfr. vii), o conjuntivo é por excelência o modo da frase subordinada, pedido por conjunções ou locuções conjuncionais, ou por verbos que exprimem dúvida, vontade, necessidade, ordem, obrigação, permissão e proibição, expectativa (cfr. viii-x):
v) Talvez aposte no cavalo branco.
vi) Oxalá me telefonem depressa!
vii) Hei de conhecê-la, quer chova quer faça sol.
viii) Duvido de que ele concorde.
ix) Peço-te que tenhas calma.
x) Espero que entres no curso que queres.
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