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conquista
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Com origem no latim conquerere, a conquista é uma forma de deslocação ou migração voluntária de um povo para um território que pretende ocupar e subjugar pela força, através da guerra, ou da ameaça da utilização da força.

A conquista dá frequentemente origem a sociedades plurais em que o invasor, normalmente numericamente inferior ao povo invadido, domina uma maioria através de uma tecnologia militar superior. Este tipo de sociedades dá muitas vezes origem a sociedades governadas por minorias étnicas que utilizam o despotismo para controlar uma grande massa de dominados, os quais mantêm em situações de desigualdade muitas vezes sustentada por legislação.

Este tipo de pluralismo social difere do das sociedades plurais, em que a sociedade dominante é maioritária e acolhe imigrantes voluntários que se dispersam territorialmente e se integram na sociedade de acolhimento. Nas sociedades plurais resultantes de processos de conquista, a divisão étnica é normalmente estável, sem grandes movimentos de integração ou assimilação, já que o grupo dominado se mantém no seu território original com a sua cultura, a sua religião e a sua língua, mesmo se existirem pressões por parte da cultura dominante no sentido da assimilação da sua cultura. Na maior parte dos casos de conquista, não existe sequer tentativas de assimilação e a cultura local mantém-se desde que os tributos económicos e os impostos sejam prestados aos dominantes.

Neste processo de conquista, quanto menos tecnologia detiver o povo invadido ou quanto mais nómada for, mais fácil é a sua deslocalização e muitas vezes a sua progressiva eliminação através das doenças e de políticas mais ou menos assumidas de genocídio: foi este o caso ocorrido na conquista e colonização dos EUA, Canadá e Austrália, em que os conquistadores foram progressivamente deslocalizando os nativos, apoderando-se progressivamente das suas terras pelo facto de estes não se deixarem utilizar como mão de obra escrava. Pelo contrário, quando a população conquistada tem uma tradição de agricultura e está muito ligada aos meios de produção, mais fácil é a utilização desta organização social existente ao serviço do invasor através da exploração. Foi este o processo mais utilizado ao longo da história da conquista, tanto na Europa, como em África, na Ásia e na América pré-colonial dos impérios inca, maia e asteca.
O processo de conquistas antecede historicamente outros processos sociais e económicos de domínio como o colonialismo, a servidão e a escravatura.

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Como referenciar
Porto Editora – conquista na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-29 15:13:04]. Disponível em

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