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consoante
Em fonética e fonologia, as consoantes representam uma das três categorias de sons com que se classificam todas as línguas do mundo, ao lado das vogais e das semivogais (ou glides).
Do ponto de vista da fonética articulatória, as consoantes são produzidas através de uma obstrução ou estreitamento de uma certa região entre a glote e os lábios, o que provoca um bloqueio à passagem do ar que sai dos pulmões e que é responsável pela produção acústica de um ruído, ou seja, de um som aperiódico. As características acústicas desse ruído variam de acordo com dois parâmetros: o modo de articulação (forma como é feita a obstrução) e o ponto de articulação das consoantes (ou região onde é feita a obstrução). Cada língua seleciona um conjunto de consoantes que utiliza para fazer distinções fonológicas (ou de significado) entre palavras.
Assim, quanto ao modo de articulação, as consoantes do português europeu são assim classificadas:
• Oclusivas: produzidas com uma constrição total e momentânea no trato bucal seguida de explosão - [p], [t], [k], [b], [d], [g], [m], [n] e [N ].
• Fricativas: produzidas com uma constrição parcial no trato bucal, permitindo o escoamento contínuo do ar e produzindo assim um ruído de fricção - [f], [v], [s], [z], [S ], [Z ].
• Laterais: produzidas com uma obstrução completa no meio do trato bucal, mas permitindo ao mesmo tempo que o ar se escape pelos lados da língua - [l], [L ], [ï ] (esta última designada por lateral velarizada, por possuir uma articulação).
• Vibrantes: produzidas mediante a vibração de um articulador, que pode ser a coroa da língua para a articulação do [r] ou a úvula para a articulação de [R ].
No que diz respeito ao ponto de articulação, as consoantes do português europeu podem ser:
• Bilabiais: produzidas com uma obstrução feita ao nível dos lábios - [p], [b], [m].
• Labio-dentais: produzidas com uma elevação do lábio inferior que se aproxima dos incisivos superiores - [f], [v].
• Alveolares (ápico-alveolares e pré-dorso-alveolares): produzidas com a elevação da região anterior da língua em direção aos alvéolos dos incisivos superiores [t], [d], [n], [s], [z], [r], [l].
• Palatais (pré-dorso-pré-palatais e dorso-palatais): produzidas com a elevação da região central da língua em direção ao palato duro [S ], [Z ], [N ], [L ].
• Pós-dorso-velares: produzidas com a elevação da região posterior da língua em direção ao palato mole ou véu palatino [k], [g].
• Pós-dorso- uvulares: produzida com vibrações sucessivas da úvula em direção à parede da faringe [R ].
Além do modo e do ponto de articulação, as consoantes podem ser nasais ou orais. Em português, o traço fonológico distintivo da nasalidade verifica-se apenas ao nível das consoantes oclusivas, que podem ser nasais, se o véu palatino estiver baixado, permitindo a saída do ar simultaneamente pelas cavidades nasal e bucal; ou orais, se pelo contrário o véu palatino estiver levantado, tapando a cavidade nasal e fazendo com que o ar se escape apenas pela cavidade bucal. São oclusivas nasais as consoantes [m], [n] e [N ]. São, por outro lado, oclusivas orais as consoantes [p], [t], [k], [b], [d], [g].
Existe ainda outra característica acústico-articulatória que distingue as consoantes em português: o vozeamento e o não-vozeamento. Esta característica processa-se ao nível da glote, região localizada na laringe que contém as cordas vocais. Ao pronunciar uma fricativa [s] o ar passa livremente pelas cordas vocais que se mantêm distendidas à sua passagem, gerando um som surdo ou não vozeado. Pelo contrário, quando se produz uma fricativa [z] que está situada no mesmo ponto de articulação que [s], a única característica que se altera é o vozeamento. Ou seja, para produzir esta fricativa, as cordas vocais fecham-se e abrem-se sucessivas vezes provocando pressão do ar que, ao sair, gera ruído glotal. Os sons produzidos por vibração das cordas vocais designam-se assim por sonoros ou vozeados. São consoantes não vozeadas as oclusivas [p], [t], [k] e as fricativas [f], [s], [S ]. São, pelo contrário, vozeadas todas as restantes consoantes.
Além das consoantes descritas, é ainda possível encontrar uma grande variedade de realizações consonânticas, em outros pontos e modos de articulação, nas diversas variantes dialetais, contextuais e socioletais do português europeu, brasileiro e africano. Servem de exemplo as africadas [tS ] e [dZ ] (produzidas por uma oclusão inicial seguida de fricção própria das fricativas), presentes na variante do português do Brasil antes da vogal [i] (ex: <dia> ['dZ ia]; <teatro> [tS i'atru]).
Do ponto de vista fonológico, as consoantes nunca podem servir de núcleo de sílabas, ao contrário das vogais, funcionando apenas como fronteiras de sílaba. Por esta razão, Noam Chomsky e Morris Halle (1968) classificam-nas com os traços fonológicos distintivos de [+ consonântico] e, por consequência, [- silábico], uma vez que um traço fonológico anula o outro. A teoria dos traços distintivos segundo critérios articulatórios, proposta por Chomsky e Halle (1968), reclassifica os sons das línguas segundo traços bipolares [+/-], constituindo a base da fonologia generativa. Contudo, a classificação articulatória descrita em cima que é usada em fonética está na base de qualquer disciplina que tenha a fala por objeto de estudo.
Do ponto de vista da fonética articulatória, as consoantes são produzidas através de uma obstrução ou estreitamento de uma certa região entre a glote e os lábios, o que provoca um bloqueio à passagem do ar que sai dos pulmões e que é responsável pela produção acústica de um ruído, ou seja, de um som aperiódico. As características acústicas desse ruído variam de acordo com dois parâmetros: o modo de articulação (forma como é feita a obstrução) e o ponto de articulação das consoantes (ou região onde é feita a obstrução). Cada língua seleciona um conjunto de consoantes que utiliza para fazer distinções fonológicas (ou de significado) entre palavras.
Assim, quanto ao modo de articulação, as consoantes do português europeu são assim classificadas:
• Fricativas: produzidas com uma constrição parcial no trato bucal, permitindo o escoamento contínuo do ar e produzindo assim um ruído de fricção - [f], [v], [s], [z], [
• Laterais: produzidas com uma obstrução completa no meio do trato bucal, mas permitindo ao mesmo tempo que o ar se escape pelos lados da língua - [l], [
• Vibrantes: produzidas mediante a vibração de um articulador, que pode ser a coroa da língua para a articulação do [r] ou a úvula para a articulação de [
No que diz respeito ao ponto de articulação, as consoantes do português europeu podem ser:
• Bilabiais: produzidas com uma obstrução feita ao nível dos lábios - [p], [b], [m].
• Labio-dentais: produzidas com uma elevação do lábio inferior que se aproxima dos incisivos superiores - [f], [v].
• Alveolares (ápico-alveolares e pré-dorso-alveolares): produzidas com a elevação da região anterior da língua em direção aos alvéolos dos incisivos superiores [t], [d], [n], [s], [z], [r], [l].
• Palatais (pré-dorso-pré-palatais e dorso-palatais): produzidas com a elevação da região central da língua em direção ao palato duro [
• Pós-dorso-velares: produzidas com a elevação da região posterior da língua em direção ao palato mole ou véu palatino [k], [g].
• Pós-dorso- uvulares: produzida com vibrações sucessivas da úvula em direção à parede da faringe [
Além do modo e do ponto de articulação, as consoantes podem ser nasais ou orais. Em português, o traço fonológico distintivo da nasalidade verifica-se apenas ao nível das consoantes oclusivas, que podem ser nasais, se o véu palatino estiver baixado, permitindo a saída do ar simultaneamente pelas cavidades nasal e bucal; ou orais, se pelo contrário o véu palatino estiver levantado, tapando a cavidade nasal e fazendo com que o ar se escape apenas pela cavidade bucal. São oclusivas nasais as consoantes [m], [n] e [
Existe ainda outra característica acústico-articulatória que distingue as consoantes em português: o vozeamento e o não-vozeamento. Esta característica processa-se ao nível da glote, região localizada na laringe que contém as cordas vocais. Ao pronunciar uma fricativa [s] o ar passa livremente pelas cordas vocais que se mantêm distendidas à sua passagem, gerando um som surdo ou não vozeado. Pelo contrário, quando se produz uma fricativa [z] que está situada no mesmo ponto de articulação que [s], a única característica que se altera é o vozeamento. Ou seja, para produzir esta fricativa, as cordas vocais fecham-se e abrem-se sucessivas vezes provocando pressão do ar que, ao sair, gera ruído glotal. Os sons produzidos por vibração das cordas vocais designam-se assim por sonoros ou vozeados. São consoantes não vozeadas as oclusivas [p], [t], [k] e as fricativas [f], [s], [
Além das consoantes descritas, é ainda possível encontrar uma grande variedade de realizações consonânticas, em outros pontos e modos de articulação, nas diversas variantes dialetais, contextuais e socioletais do português europeu, brasileiro e africano. Servem de exemplo as africadas [t
Do ponto de vista fonológico, as consoantes nunca podem servir de núcleo de sílabas, ao contrário das vogais, funcionando apenas como fronteiras de sílaba. Por esta razão, Noam Chomsky e Morris Halle (1968) classificam-nas com os traços fonológicos distintivos de [+ consonântico] e, por consequência, [- silábico], uma vez que um traço fonológico anula o outro. A teoria dos traços distintivos segundo critérios articulatórios, proposta por Chomsky e Halle (1968), reclassifica os sons das línguas segundo traços bipolares [+/-], constituindo a base da fonologia generativa. Contudo, a classificação articulatória descrita em cima que é usada em fonética está na base de qualquer disciplina que tenha a fala por objeto de estudo.
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Como referenciar
Porto Editora – consoante na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-15 22:45:16]. Disponível em
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