Convento de N. Sra. da Saudação
Implantado em terrenos contíguos à medieva muralha da vila alentejana de Montemor-o-Novo, junto à Porta de Santarém, o Convento de N. Sra. da Saudação foi fundado em 1506 por uma fidalga e viúva de D. Nuno de Castro, D. Mécia de Moura, sob licença régia de D. Manuel I.
Este convento feminino foi habitado por monjas da Ordem de S. Domingos de Gusmão, tendo no seio da sua comunidade algumas das mais nobres senhoras do Alentejo, o que contribuiu para o grande enriquecimento do cenóbio. As obras prosseguiram no século XVI e introduziram, ao primitivo perfil do gótico final, uma nota de sabor renascentista. Remodelações no século XVII modificaram parte da sua imensa volumetria.
Em 1876 morre a sua última prioresa e, consequentemente, o edifício conventual seria anexado pelo estado português. Secularizado, parte das suas dependências foram adaptadas para acolherem o Asilo da Infância Desvalida, administrado, a partir de 1963, pelas irmãs franciscanas Missionárias de Maria. Dado o seu adiantado estado de ruína em 1973, esta instituição foi transferida para outras instalações próximas da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo.
A volumetria do convento montemorense é extensa e apresenta uma grande simplicidade, conservando em algumas das fachadas heráldica decorativa manuelina e ainda alguns elementos arquitetónicos coevos, como é o caso da antiga portaria que comunica com o claustro. Na empena dessa fachada foi levantada a torre sineira.
Mais baixa em relação ao alçado das dependências conventuais e levantada na face sul, a igreja dominicana é uma obra da 2.ª metade do século XVI. Na sóbria fachada lateral abre-se o Portal das Freiras, entrada externa do templo feminino constituída por ombreiras e verga de mármore, sobrepujado no seu tímpano com a esfera armilar manuelina.
O corpo da igreja é formado por uma só nave, capela-mor e ainda um longo coro baixo.
A nave é coberta por abóbada de meio-canhão preenchida por caixotões de estuque, ornamentados por pinturas seiscentistas esgrafitadas, decoração que se nota igualmente na cimalha, realçada ainda mais pelo desenho de fantásticos animais. As paredes são integralmente revestidas com silhar de azulejos de tapete com motivos florais, obra cerâmica dos meados de Seiscentos.
Flanqueando a entrada da capela-mor estão os dois altares colaterais, readaptados nos meados de Setecentos, de invocação a N. Sra. da Apresentação e aos Santíssimos Corações. Nos frontais de altar foram colocados painéis de azulejos seiscentistas, de padrão idêntico ao dos que forram as paredes da nave. No pavimento do templo são visíveis diversas campas rasas com inscrições.
A capela-mor apresenta uma planta retangular e grande altura, coberta por abóbada de berço pintada por frescos dourados, com a figuração de anjos músicos e serafins, além de uma variedade de motivos zoomórficos e fitomórficos, de cariz barroquizante, que rodeavam um desaparecido medalhão que seguramente figurava uma representação da Virgem Maria. As paredes da ousia são forradas por azulejos seiscentistas de tapete, com três distintos motivos policromáticos e pinturas murais da 2.ª metade do século XVII. Magnífico é o trabalho do retábulo-mor, em talha dourada do último quartel do século XVII, conservando no seu tímpano um painel de talha policroma sobre a Anunciação. O descomunal e riquíssimo sacrário possui um raro alto-relevo na sua porta, com a representação da Ressurreição de Cristo. Nas suas mísulas estão esculturas de santos, peças do século XVII de madeira estofada e dourada.
A sacristia é um compartimento retangular pouco largo e comprido, coberto por teto de caixotões, intercalando molduras de linhas barroquizantes.
O coro é uma obra dos finais do século XVI, de planta retangular, estando coberta por abóbada de berço seccionada por cinco arcos torais, notando-se nas paredes deste uma série diversificadas de frescos e pinturas retabulares com temas sagrados, empreitada que terá sido concretizada no 1.º quartel do século XVII. Quer o banco corrido, quer o silhar parietal que lhe serve de espaldar, estão forrados por seiscentistas azulejos enxaquetados, em tonalidades de azul e verde.
Das diversas dependências conventuais, o destaque vai para o claustro e a sala do capítulo. O claustro desenha uma planta trapezoidal, apresentando equilibradas e sóbrias formas clássicas do século XVI. É formado por dois pisos, sendo as galerias inferiores constituídas por dupla arcaria de volta perfeita sustentada por colunata da ordem toscana, enquanto o superior abre em varanda alpendrada, assente em arquitrave sustentada por colunas simples.
Aberta para a galeria inferior está a quinhentista Capela de N. Sra. da Boa Morte, quadrada e com abóbada nervurada, enriquecida por pinturas murais de motivos fitomórficos e ainda painéis cerâmicos barroquizantes dos meados do século XVIII, revestimento de azulejos historiados que contam os episódios do Nascimento e da Anunciação da Virgem. No retábulo da mesma época expõe-se uma escultura de N. Sra. da Apresentação deitada no leito da morte, peça de madeira estofada e dos meados de Seiscentos.
Próximo está outro belo compartimento que dá para a parte baixa do claustro: a sala do capítulo. Retangular, o espaço é coberto por abóbada de nervuras seccionada em dois tramos, os quais estão pintados com frescos e heráldica manuelina e da Ordem de S. Domingos.
Este convento feminino foi habitado por monjas da Ordem de S. Domingos de Gusmão, tendo no seio da sua comunidade algumas das mais nobres senhoras do Alentejo, o que contribuiu para o grande enriquecimento do cenóbio. As obras prosseguiram no século XVI e introduziram, ao primitivo perfil do gótico final, uma nota de sabor renascentista. Remodelações no século XVII modificaram parte da sua imensa volumetria.
Em 1876 morre a sua última prioresa e, consequentemente, o edifício conventual seria anexado pelo estado português. Secularizado, parte das suas dependências foram adaptadas para acolherem o Asilo da Infância Desvalida, administrado, a partir de 1963, pelas irmãs franciscanas Missionárias de Maria. Dado o seu adiantado estado de ruína em 1973, esta instituição foi transferida para outras instalações próximas da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo.
A volumetria do convento montemorense é extensa e apresenta uma grande simplicidade, conservando em algumas das fachadas heráldica decorativa manuelina e ainda alguns elementos arquitetónicos coevos, como é o caso da antiga portaria que comunica com o claustro. Na empena dessa fachada foi levantada a torre sineira.
Mais baixa em relação ao alçado das dependências conventuais e levantada na face sul, a igreja dominicana é uma obra da 2.ª metade do século XVI. Na sóbria fachada lateral abre-se o Portal das Freiras, entrada externa do templo feminino constituída por ombreiras e verga de mármore, sobrepujado no seu tímpano com a esfera armilar manuelina.
O corpo da igreja é formado por uma só nave, capela-mor e ainda um longo coro baixo.
A nave é coberta por abóbada de meio-canhão preenchida por caixotões de estuque, ornamentados por pinturas seiscentistas esgrafitadas, decoração que se nota igualmente na cimalha, realçada ainda mais pelo desenho de fantásticos animais. As paredes são integralmente revestidas com silhar de azulejos de tapete com motivos florais, obra cerâmica dos meados de Seiscentos.
Flanqueando a entrada da capela-mor estão os dois altares colaterais, readaptados nos meados de Setecentos, de invocação a N. Sra. da Apresentação e aos Santíssimos Corações. Nos frontais de altar foram colocados painéis de azulejos seiscentistas, de padrão idêntico ao dos que forram as paredes da nave. No pavimento do templo são visíveis diversas campas rasas com inscrições.
A capela-mor apresenta uma planta retangular e grande altura, coberta por abóbada de berço pintada por frescos dourados, com a figuração de anjos músicos e serafins, além de uma variedade de motivos zoomórficos e fitomórficos, de cariz barroquizante, que rodeavam um desaparecido medalhão que seguramente figurava uma representação da Virgem Maria. As paredes da ousia são forradas por azulejos seiscentistas de tapete, com três distintos motivos policromáticos e pinturas murais da 2.ª metade do século XVII. Magnífico é o trabalho do retábulo-mor, em talha dourada do último quartel do século XVII, conservando no seu tímpano um painel de talha policroma sobre a Anunciação. O descomunal e riquíssimo sacrário possui um raro alto-relevo na sua porta, com a representação da Ressurreição de Cristo. Nas suas mísulas estão esculturas de santos, peças do século XVII de madeira estofada e dourada.
A sacristia é um compartimento retangular pouco largo e comprido, coberto por teto de caixotões, intercalando molduras de linhas barroquizantes.
O coro é uma obra dos finais do século XVI, de planta retangular, estando coberta por abóbada de berço seccionada por cinco arcos torais, notando-se nas paredes deste uma série diversificadas de frescos e pinturas retabulares com temas sagrados, empreitada que terá sido concretizada no 1.º quartel do século XVII. Quer o banco corrido, quer o silhar parietal que lhe serve de espaldar, estão forrados por seiscentistas azulejos enxaquetados, em tonalidades de azul e verde.
Das diversas dependências conventuais, o destaque vai para o claustro e a sala do capítulo. O claustro desenha uma planta trapezoidal, apresentando equilibradas e sóbrias formas clássicas do século XVI. É formado por dois pisos, sendo as galerias inferiores constituídas por dupla arcaria de volta perfeita sustentada por colunata da ordem toscana, enquanto o superior abre em varanda alpendrada, assente em arquitrave sustentada por colunas simples.
Aberta para a galeria inferior está a quinhentista Capela de N. Sra. da Boa Morte, quadrada e com abóbada nervurada, enriquecida por pinturas murais de motivos fitomórficos e ainda painéis cerâmicos barroquizantes dos meados do século XVIII, revestimento de azulejos historiados que contam os episódios do Nascimento e da Anunciação da Virgem. No retábulo da mesma época expõe-se uma escultura de N. Sra. da Apresentação deitada no leito da morte, peça de madeira estofada e dos meados de Seiscentos.
Próximo está outro belo compartimento que dá para a parte baixa do claustro: a sala do capítulo. Retangular, o espaço é coberto por abóbada de nervuras seccionada em dois tramos, os quais estão pintados com frescos e heráldica manuelina e da Ordem de S. Domingos.
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Como referenciar
Porto Editora – Convento de N. Sra. da Saudação na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-19 09:14:08]. Disponível em
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