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Convento de S. Gonçalo de Amarante
Gonçalo era um frade dominicano nascido na segunda metade do século XIII e que ficaria intimamente ligado à cidade de Amarante, quer pela sua ação evangelizadora, quer ainda pela sua atividade como construtor da antiga ponte medieval que atravessava o Rio Tâmega nessa localidade nortenha. Após a sua morte, recebeu sepultura numa pequena ermida nas margens do Tâmega, vindo a ser venerado por fervoroso culto popular a partir do século XVI, altura em que seria consagrado oficialmente como santo.
D. João III autorizou a construção da Igreja e Convento de S. Gonçalo de Amarante, corria o ano de 1540. A sua edificação seria terminada cerca de 80 anos mais tarde. A autoria do projeto coube ao arquiteto dominicano frei Julião Romero, mas a sua planta original sofreria modificações no século XVII.
Edificado na vigência da arquitetura maneirista, S. Gonçalo de Amarante recebeu igualmente influências do austero Barroco seiscentista. A frontaria principal do templo é formada por galilé de arcos de volta perfeita, assentes em desadornados e poderosos pilares. A galilé é sobrepujada por uma rosácea e dois janelões, aberturas que estabelecem a iluminação interna do templo. A altaneira torre dos sinos é uma construção do Barroco setecentista.
A fachada lateral possui um magnífico portal retabular e uma galeria superior, denominada Varanda dos Reis. O soberbo portal é delineado numa dupla linguagem artística, estabelecida entre o Maneirismo e o Barroco.
O edifício encontra-se dividido em três pisos, de maiores dimensões o térreo face aos restantes. O piso térreo abre-se em arco de volta perfeita, ladeado por medalhões figurativos e delimitado por pares de colunas coríntias que assentam em elevados pedestais. Nesta zona encontram-se dois nichos, abrigando as imagens de vulto de S. Francisco de Assis e de S. Domingos de Gusmão.
O segundo piso é ritmado por seis colunas com caneluras, enquadrando três nichos com graníticas imagens de S. Gonçalo, S. Pedro e S. Tomás de Aquino.
O último piso, contaminado pela decoração barroca, apresenta colunas pseudo-salomónicas e um nicho central com a estátua de N. S. do Rosário com o Menino, ladeado por movimentados ornatos de volutas e pináculos. Encima-o um frontão curvo interrompido pelas armas reais, apresentando ainda o tímpano preenchido por ondulantes volutas.
A Loggia ou Varanda dos Reis é formada por cinco arcos de volta perfeita apoiados em robustos pilares, onde se incluem quatro estátuas assentes em mísulas - representando os quatro reis que patrocinaram este monumento: D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e D. Filipe II de Espanha. Esta varanda real é encimada por seis pináculos.
Acima da cobertura do templo ergue-se um belo zimbório circular, rematado por elegante lanternim decorado por azulejos seiscentistas. Destacando-se e marcando a empena da capela-mor e da fachada sul da igreja estão duas graníticas imagens de S. Gonçalo de Amarante.
Interiormente, a igreja desenha um corpo de três naves divididas por arcos de volta perfeita e assentes em pilares, com a nave central apresentando cobertura de reboco e as laterais abóbadas de caixotões. O arco cruzeiro é delimitado por duas colunas encimadas pelas imagens de S. Pedro e S. Paulo.
Acede-se à capela-mor, bem como às colaterais, por uma escadaria. Destaca-se a colateral do Evangelho, onde se localiza a sepultura de S. Gonçalo, podendo observar-se a estátua jacente e a iconografia a ele associada - a ponte medieval de Amarante, de dois arcos. O retábulo-mor é uma bela composição de talha dourada, onde se abrigam as barrocas imagens de S. Domingos de Gusmão e S. Francisco de Assis.
A sacristia é coberta por teto de caixotões pintados, contendo ainda soberbo lavabo da Renascença (com a data de 1554) e belo mobiliário, para além de pinturas entalhadas narrando episódios da vida de S. Gonçalo e outras séries hagiográficas.
Das restantes dependências conventuais, merece um destaque especial o primeiro dos dois claustros, já que o segundo foi parcialmente destruído para se construir a Câmara Municipal de Amarante. O claustro primacial, dividido em dois andares, apresenta-se com o piso térreo ritmado por uma série de arcos de volta perfeita, assentes em pilares da ordem jónica e sustentando cobertura de abóbadas artesoadas.
O andar superior é constituído por galeria corrida de colunas, apoiando uma cobertura de abóbada de nervuras múltiplas. No centro do pátio claustral ergue-se uma monumental e formosa fonte.
D. João III autorizou a construção da Igreja e Convento de S. Gonçalo de Amarante, corria o ano de 1540. A sua edificação seria terminada cerca de 80 anos mais tarde. A autoria do projeto coube ao arquiteto dominicano frei Julião Romero, mas a sua planta original sofreria modificações no século XVII.
Edificado na vigência da arquitetura maneirista, S. Gonçalo de Amarante recebeu igualmente influências do austero Barroco seiscentista. A frontaria principal do templo é formada por galilé de arcos de volta perfeita, assentes em desadornados e poderosos pilares. A galilé é sobrepujada por uma rosácea e dois janelões, aberturas que estabelecem a iluminação interna do templo. A altaneira torre dos sinos é uma construção do Barroco setecentista.
A fachada lateral possui um magnífico portal retabular e uma galeria superior, denominada Varanda dos Reis. O soberbo portal é delineado numa dupla linguagem artística, estabelecida entre o Maneirismo e o Barroco.
O edifício encontra-se dividido em três pisos, de maiores dimensões o térreo face aos restantes. O piso térreo abre-se em arco de volta perfeita, ladeado por medalhões figurativos e delimitado por pares de colunas coríntias que assentam em elevados pedestais. Nesta zona encontram-se dois nichos, abrigando as imagens de vulto de S. Francisco de Assis e de S. Domingos de Gusmão.
O segundo piso é ritmado por seis colunas com caneluras, enquadrando três nichos com graníticas imagens de S. Gonçalo, S. Pedro e S. Tomás de Aquino.
O último piso, contaminado pela decoração barroca, apresenta colunas pseudo-salomónicas e um nicho central com a estátua de N. S. do Rosário com o Menino, ladeado por movimentados ornatos de volutas e pináculos. Encima-o um frontão curvo interrompido pelas armas reais, apresentando ainda o tímpano preenchido por ondulantes volutas.
A Loggia ou Varanda dos Reis é formada por cinco arcos de volta perfeita apoiados em robustos pilares, onde se incluem quatro estátuas assentes em mísulas - representando os quatro reis que patrocinaram este monumento: D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e D. Filipe II de Espanha. Esta varanda real é encimada por seis pináculos.
Acima da cobertura do templo ergue-se um belo zimbório circular, rematado por elegante lanternim decorado por azulejos seiscentistas. Destacando-se e marcando a empena da capela-mor e da fachada sul da igreja estão duas graníticas imagens de S. Gonçalo de Amarante.
Interiormente, a igreja desenha um corpo de três naves divididas por arcos de volta perfeita e assentes em pilares, com a nave central apresentando cobertura de reboco e as laterais abóbadas de caixotões. O arco cruzeiro é delimitado por duas colunas encimadas pelas imagens de S. Pedro e S. Paulo.
Acede-se à capela-mor, bem como às colaterais, por uma escadaria. Destaca-se a colateral do Evangelho, onde se localiza a sepultura de S. Gonçalo, podendo observar-se a estátua jacente e a iconografia a ele associada - a ponte medieval de Amarante, de dois arcos. O retábulo-mor é uma bela composição de talha dourada, onde se abrigam as barrocas imagens de S. Domingos de Gusmão e S. Francisco de Assis.
A sacristia é coberta por teto de caixotões pintados, contendo ainda soberbo lavabo da Renascença (com a data de 1554) e belo mobiliário, para além de pinturas entalhadas narrando episódios da vida de S. Gonçalo e outras séries hagiográficas.
Das restantes dependências conventuais, merece um destaque especial o primeiro dos dois claustros, já que o segundo foi parcialmente destruído para se construir a Câmara Municipal de Amarante. O claustro primacial, dividido em dois andares, apresenta-se com o piso térreo ritmado por uma série de arcos de volta perfeita, assentes em pilares da ordem jónica e sustentando cobertura de abóbadas artesoadas.
O andar superior é constituído por galeria corrida de colunas, apoiando uma cobertura de abóbada de nervuras múltiplas. No centro do pátio claustral ergue-se uma monumental e formosa fonte.
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Como referenciar
Porto Editora – Convento de S. Gonçalo de Amarante na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-03 12:26:33]. Disponível em
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