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Corsino Fortes
Escritor cabo-verdiano, Corsino Fortes nasceu em 1933, na ilha de S. Vicente, em Cabo Verde, e desde cedo foi considerado uma esperança da poesia cabo-verdiana. Licenciado em Direito em 1966, foi, depois da independência do seu país, embaixador e membro do Governo por diversas vezes.
No seu poema mais conhecido, Pão & Fonema, de 1974, Corsino Fortes proclama o povo cabo-verdiano como detentor de uma identidade própria.
O poema, que suscita múltiplas análises e interpretações, encontra-se dividido em três Cantos. Nele se evoca a odisseia dos cabo-verdianos, perdidos numa terra pouco fértil mas com uma poderosa força de viver, que os leva frequentemente à emigração e à adoção de costumes que não são genuinamente seus. É um libelo à esperança e à capacidade de resistência perante a adversidade.
A linguagem usada na construção do poema é desde logo testemunho da originalidade do poeta no domínio da literatura cabo-verdiana. Foi o primeiro a fazer a fusão entre o português, língua oficial do território, e o crioulo, particularmente o usado na sua ilha natal. Fusão que é característica, não só da literatura, mas do próprio devir da cultura caboverdiana, profundamente marcada pela mestiçagem e pela emigração.
Assim, a poesia de Corsino Fortes é enriquecida pela adoção de inúmeras palavras crioulas, da qual resultam associações de imagens altamente sugestivas pela sua referência direta à terra de Cabo Verde. Tudo sem que se percam as referências de um povo pobre, em busca de dias melhores. «Das colinas de colmo / com portas de sol / Descem crianças / nuas e magras / como violas / As costeletas dentro das cordas / Todas / primogénitas / do mesmo ventre / E filhas / Do mesmo vulcão E da mesma viola / Da mesma rocha E do mesmo grito».
Outra obra digna de registo é Árvore e Tambor, publicada em 1986.
No seu poema mais conhecido, Pão & Fonema, de 1974, Corsino Fortes proclama o povo cabo-verdiano como detentor de uma identidade própria.
O poema, que suscita múltiplas análises e interpretações, encontra-se dividido em três Cantos. Nele se evoca a odisseia dos cabo-verdianos, perdidos numa terra pouco fértil mas com uma poderosa força de viver, que os leva frequentemente à emigração e à adoção de costumes que não são genuinamente seus. É um libelo à esperança e à capacidade de resistência perante a adversidade.
Assim, a poesia de Corsino Fortes é enriquecida pela adoção de inúmeras palavras crioulas, da qual resultam associações de imagens altamente sugestivas pela sua referência direta à terra de Cabo Verde. Tudo sem que se percam as referências de um povo pobre, em busca de dias melhores. «Das colinas de colmo / com portas de sol / Descem crianças / nuas e magras / como violas / As costeletas dentro das cordas / Todas / primogénitas / do mesmo ventre / E filhas / Do mesmo vulcão E da mesma viola / Da mesma rocha E do mesmo grito».
Outra obra digna de registo é Árvore e Tambor, publicada em 1986.
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Como referenciar
Porto Editora – Corsino Fortes na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-06 11:34:12]. Disponível em
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