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crioulo
Língua falada por uma comunidade multilingue que perdeu parte dos laços culturais e linguísticos dos seus antepassados devido à colonização europeia e ao tráfico de escravos. O crioulo é um estádio linguístico posterior à formação de uma língua pidgin em que, devido ao seu uso prolongado, se começam a estabilizar certas soluções linguísticas, recolhidas quer na língua de superestrato (a língua europeia do colonizador) quer na(s) língua(s) de substrato (as línguas nativas das comunidades colonizadas).
Costumam considerar-se dois tipos de línguas crioulas: as línguas crioulas de plantação ou línguas exógenas, formadas por grupos de pessoas que foram desenraizadas geográfica e culturalmente pelo colonizador e levadas para outro local para fundar uma nova comunidade; e as línguas crioulas de fortaleza ou línguas endógenas, resultantes da situação em que um grupo economicamente forte penetra num território que já possuía uma sociedade organizada, no qual estabelece uma sociedade nova. A diferença principal entre os dois tipos de crioulizações reside no facto de que, no primeiro caso, a população deslocada deixa de falar a sua língua de origem (até porque muitas vezes são muitas as línguas de origem), enquanto que no segundo caso, as línguas indígenas continuam a ser faladas.
São exemplos de línguas crioulas de plantação, o crioulo francês do Haiti, o papiamentu (crioulo castelhano das Antilhas Holandesas), o crioulo inglês da Jamaica e os crioulos portugueses de Cabo Verde, de S. Tomé e Príncipe e da Guiné Bissau. São exemplos de línguas crioulas de fortaleza os crioulos portugueses da Ásia (como o crioulo sino-português de Macau, o crioulo indo-português de Goa e de Damão e o crioulo de Timor Leste, entre muitos já extintos).
Linguisticamente, existem alguns traços estruturais comuns a todas as línguas crioulas, dos quais se destacam os seguintes:
• o tempo, o modo e o aspeto são traduzidos por um sistema de partículas pré-verbais bem definidas
• existência de orações relativas sem relativizador
• a partícula de negação ocupa a posição pré-verbal
• a «existência» e a «posse» são expressas por um mesmo lexema verbal
• ausência de verbo copulativo
• orações interrogativas e declarativas têm a mesma estrutura
• inexistência da passiva
• possibilidade de um verbo adquirir a função de preposição
No domínio dos crioulos de base portuguesa, o crioulo cabo-verdiano é a língua que tem recebido maior atenção por parte de linguistas, escritores e artistas, encontrando-se por isso mais sistematizado e estudado, além de constituir um património cultural definidor da identidade do povo cabo-verdiano.
Costumam considerar-se dois tipos de línguas crioulas: as línguas crioulas de plantação ou línguas exógenas, formadas por grupos de pessoas que foram desenraizadas geográfica e culturalmente pelo colonizador e levadas para outro local para fundar uma nova comunidade; e as línguas crioulas de fortaleza ou línguas endógenas, resultantes da situação em que um grupo economicamente forte penetra num território que já possuía uma sociedade organizada, no qual estabelece uma sociedade nova. A diferença principal entre os dois tipos de crioulizações reside no facto de que, no primeiro caso, a população deslocada deixa de falar a sua língua de origem (até porque muitas vezes são muitas as línguas de origem), enquanto que no segundo caso, as línguas indígenas continuam a ser faladas.
São exemplos de línguas crioulas de plantação, o crioulo francês do Haiti, o papiamentu (crioulo castelhano das Antilhas Holandesas), o crioulo inglês da Jamaica e os crioulos portugueses de Cabo Verde, de S. Tomé e Príncipe e da Guiné Bissau. São exemplos de línguas crioulas de fortaleza os crioulos portugueses da Ásia (como o crioulo sino-português de Macau, o crioulo indo-português de Goa e de Damão e o crioulo de Timor Leste, entre muitos já extintos).
Linguisticamente, existem alguns traços estruturais comuns a todas as línguas crioulas, dos quais se destacam os seguintes:
• o tempo, o modo e o aspeto são traduzidos por um sistema de partículas pré-verbais bem definidas
• existência de orações relativas sem relativizador
• a partícula de negação ocupa a posição pré-verbal
• a «existência» e a «posse» são expressas por um mesmo lexema verbal
• ausência de verbo copulativo
• orações interrogativas e declarativas têm a mesma estrutura
• inexistência da passiva
• possibilidade de um verbo adquirir a função de preposição
No domínio dos crioulos de base portuguesa, o crioulo cabo-verdiano é a língua que tem recebido maior atenção por parte de linguistas, escritores e artistas, encontrando-se por isso mais sistematizado e estudado, além de constituir um património cultural definidor da identidade do povo cabo-verdiano.
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Como referenciar
Porto Editora – crioulo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-08 10:19:56]. Disponível em
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