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Crise Comercial (sécs. XVII e XVIII)
No século XVII viveu-se uma profunda crise comercial entre as décadas de '50 e '60, uma vez que os anos de 1651, 1661 e 1667, entre outros, foram extremamente danosos para a produção de géneros agrícolas. Esta crise prolongou-se pelo século seguinte, pois já em 1709 a especulação provocou a subida dos preços dos produtos da agricultura e dois anos depois verificou-se uma carência de trigo no Alentejo, região esta que experimentou também em 1734 a miséria decorrente de complicações no aprovisionamento (que aliás eram cíclicas em diversas zonas do país). Entretanto, vinte anos antes, tinha-se já iniciado a queda da economia do Brasil, grande sustentáculo da portuguesa, tendo-se agravado sobremaneira em 1765 e mergulhando então Portugal nas consequências económicas e sociais da deficiente administração das riquezas minerais brasileiras.
Variados testemunhos atestam que nestes dois séculos se agravou gradualmente o desemprego e a emigração para as colónias portuguesas aumentou drasticamente, devido aos maus-tratos infligidos pelos senhores latifundiários aos agricultores. A crescente dimensão das propriedades das mais poderosas casas senhoriais de Portugal e a ordem inversa de trabalhadores que realmente agricultava as terras férteis originou uma situação de carência e dificuldade económica, pois grande parte dos terrenos não era cultivada. Acresce a este negro quadro a introdução em Portugal de metais nobres como a prata e o ouro provenientes do Brasil nos finais de 1500 e início de 1600, seguida pela dos diamantes, cuja abundância provocou a desvalorização da moeda e o aumento dos preços. O advento em 1687 do papel-moeda teve um efeito similar, provocando a descida do valor da moeda feita em metal, assim como em 1797/98 o lançamento de apólices de dívida pública cujo valor ascendia aos doze milhões de cruzados, que por sua vez relegou para segundo plano o papel-moeda.
Variados testemunhos atestam que nestes dois séculos se agravou gradualmente o desemprego e a emigração para as colónias portuguesas aumentou drasticamente, devido aos maus-tratos infligidos pelos senhores latifundiários aos agricultores. A crescente dimensão das propriedades das mais poderosas casas senhoriais de Portugal e a ordem inversa de trabalhadores que realmente agricultava as terras férteis originou uma situação de carência e dificuldade económica, pois grande parte dos terrenos não era cultivada. Acresce a este negro quadro a introdução em Portugal de metais nobres como a prata e o ouro provenientes do Brasil nos finais de 1500 e início de 1600, seguida pela dos diamantes, cuja abundância provocou a desvalorização da moeda e o aumento dos preços. O advento em 1687 do papel-moeda teve um efeito similar, provocando a descida do valor da moeda feita em metal, assim como em 1797/98 o lançamento de apólices de dívida pública cujo valor ascendia aos doze milhões de cruzados, que por sua vez relegou para segundo plano o papel-moeda.
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Porto Editora – Crise Comercial (sécs. XVII e XVIII) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-11-15 04:50:40]. Disponível em
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