2 min
Crise dos Valores Tradicionais
Em pleno século XXI, quase toda a sociedade considera que existe uma crise de valores, ou pelo menos a falência dos tradicionais. Mas desde sempre esta consciência de crise de valores existiu, numa perspetiva geográfica mais restrita e sem as dimensões de generalização como sucede hoje. A globalização económica e o neoliberalismo, o individualismo e o relativismo, a par do progresso tecnológico, aceleraram a toma de consciência de crise de valores por parte da população. Por um lado esbateram-se ou já não existem mesmo critérios seguros para distinção do bem e do mal, do justo e do injusto, entre outras categorias morais e pessoais, imperando pois a subjetividade e o relativismo. Radicalmente, alguns vão mais longe e afirmam mesmo que já não existem sequer valores, tudo é circunstancial. O que era antes intemporal e inalterável, é agora volátil ou inconsistente, passando-se do relativismo à descrença niilista absoluta.
As principais causas para a crise de valores são:
- a desvalorização da tradição, quer através do marxismo, que tudo subjuga à história e ao plano social, desvalorizando os valores antigos, da burguesia, dos opressores, que substitui pelos do povo trabalhador, quer através de Nietzsche e a sua negação dos valores absolutos, ou mesmo com Freud, que tornou os valores morais como produto de mecanismos mentais repressivos.
- a crise na instituição familiar, das suas relações, do próprio modelo de família, primeira fonte de transmissão de valores. O aumento de divórcios, separações, violência doméstica, pressões económicas e stress social das famílias podem prejudicar também a transmissão de valores seguros aos filhos.
- modificações de ordem material, nos aspetos tecnológico e científico, e as sucessivas mutações económicas podem conduzir ao distanciamento cada vez maior da sociedade moderna face aos valores tradicionais.
- menor peso dos bons costumes e da cultura popular na sociedade moderna, visível na descrença nos valores absolutos e na moral social, substituída pela moral autónoma e pelo relativismo.
A sociedade hoje em dia tornou-se mais aberta e plural, mais intercultural, assumindo melhor as diferenças, mas também tornando-se mais insegura, violenta, tendendo para a repressão e até para um individualismo egoísta e esvaziado de valores de relações interpessoais. Para muitos analistas, não existe crise, antes abertura; para outros, a maior crise é a incapacidade humana de enfrentar o problema da crise de valores, pois subsiste a ideia de que nas democracias não há valores impessoais ou suprapessoais, parecendo que cada um escolhe os seus. Alguns autores sugerem que a crise não será apenas de valores mas também de referências estáveis e sólidas.
As principais causas para a crise de valores são:
- a desvalorização da tradição, quer através do marxismo, que tudo subjuga à história e ao plano social, desvalorizando os valores antigos, da burguesia, dos opressores, que substitui pelos do povo trabalhador, quer através de Nietzsche e a sua negação dos valores absolutos, ou mesmo com Freud, que tornou os valores morais como produto de mecanismos mentais repressivos.
- a crise na instituição familiar, das suas relações, do próprio modelo de família, primeira fonte de transmissão de valores. O aumento de divórcios, separações, violência doméstica, pressões económicas e stress social das famílias podem prejudicar também a transmissão de valores seguros aos filhos.
- modificações de ordem material, nos aspetos tecnológico e científico, e as sucessivas mutações económicas podem conduzir ao distanciamento cada vez maior da sociedade moderna face aos valores tradicionais.
- menor peso dos bons costumes e da cultura popular na sociedade moderna, visível na descrença nos valores absolutos e na moral social, substituída pela moral autónoma e pelo relativismo.
A sociedade hoje em dia tornou-se mais aberta e plural, mais intercultural, assumindo melhor as diferenças, mas também tornando-se mais insegura, violenta, tendendo para a repressão e até para um individualismo egoísta e esvaziado de valores de relações interpessoais. Para muitos analistas, não existe crise, antes abertura; para outros, a maior crise é a incapacidade humana de enfrentar o problema da crise de valores, pois subsiste a ideia de que nas democracias não há valores impessoais ou suprapessoais, parecendo que cada um escolhe os seus. Alguns autores sugerem que a crise não será apenas de valores mas também de referências estáveis e sólidas.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Crise dos Valores Tradicionais na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 03:21:58]. Disponível em
Outros artigos
-
neonazismoMovimento político de extrema-direita que se inspira na ideologia nacionalista e, sobretudo, racista
-
NegritudeOs chamados movimentos da Negritude começaram por surgir nas Antilhas, no Brasil e nos EUA, fundamen
-
Os "Notáveis"Foi em França que se deu a instituição de uma assembleia de pessoas alcunhadas de "notáveis", por te
-
obscurantismoObscurantismo significa estado de quem se encontra na escuridão, de quem vive na ignorância. É, a ní
-
NeocolonialismoO neocolonialismo diferencia-se do colonialismo que foi praticado na época da expansão (sécs. XVI-XV
-
NeoclassicismoIntrodução O Neoclassicismo, também designado por estilo neoclássico, foi uma corrente artística des
-
NazismoDoutrina político-social baseada no totalitarismo, no nacionalismo e no imperialismo. Esta doutrina
-
Urbanismo no Século XXDurante o século XX a população que vivia nas cidades empregava-se sobretudo no setor terciário, uma
-
NeoliberalismoO neoliberalismo surgiu após a Segunda Guerra Mundial, tendo tido por base um texto da autoria de Fr
-
Proletariado no Século XIXAs cidades que se industrializaram no século XIX não se tornaram em aglomerados de operários de imed
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Crise dos Valores Tradicionais na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 03:21:58]. Disponível em