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Crónica da Tomada de Ceuta
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A Crónica da Tomada de Ceuta, composta por Gomes Eanes de Zurara entre 1449 e 1450, constitui a terceira parte da Crónica de D. João I, de que Fernão Lopes escreveu as duas primeiras partes. Inicia-se com a firmação das pazes com Castela e com o desejo de D. João I em ordenar seus filhos cavaleiros, para prosseguir com a decisão de tomar Ceuta por ser serviço de Deus e corresponder também à vontade dos Infantes. Continua com a preparação e saída da expedição, a luta com os mouros, centrando a dada altura a narração na ousadia do Infante D. Henrique. Muito imbuída ainda do ascendente de Fernão Lopes, a crónica recria as personagens históricas pelos seus discursos, gestos e ações, nutrindo-se do discurso direto de D. João I, da Rainha, dos Infantes e do vedor da Fazenda João Afonso. O registo historiográfico enriquece-se com a necessidade de justificar o acontecimento histórico e com o interesse atribuído à psicologia das personagens individuais. Estilisticamente opõe-se, por isso, às outras duas crónicas com que Zurara continuará a história da ocupação portuguesa no Norte de África, a Crónica de D. Pedro de Meneses e a Crónica de D. Duarte de Meneses, onde as citações, digressões e adornos retóricos prejudicam a vivacidade e poder de evocação dos acontecimentos que o seu estilo documenta nesta primeira crónica.
Iluminura da "Crónica da Tomada de Ceuta", primeira crónica conhecida de Gomes Eanes de Zurara
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Como referenciar
Porto Editora – Crónica da Tomada de Ceuta na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-13 11:37:57]. Disponível em
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