3 min
D. João III
Filho de D. Manuel I e de D. Maria de Castela, nasceu em 1503 em Lisboa, onde faleceu em 1557. Décimo quinto rei de Portugal (1521-1557), é conhecido pelo cognome de "o Piedoso". Casou, em 1525, com D. Catarina de Áustria, irmã da rainha D. Leonor e de Carlos V. D. João III teve uma educação esmerada, a cargo de humanistas, físicos e cosmógrafos de nomeada. Em 1517, estava para casar com a princesa D. Leonor de Áustria, mas esta veio a casar com D. Manuel I, que entretanto enviuvara.
Quando D. João III sobe ao trono, Portugal estava no apogeu da expansão ultramarina por vários continentes, mas também com problemas de uma grande complexidade.
A nível interno, o monarca continuou a política centralizadora e absolutista dos seus antecessores. Convocou Cortes apenas três vezes e em períodos bem espaçados: 1525, em Torres Novas; 1535, em Évora; e 1544, em Almeirim. Procurou reestruturar a vida administrativa e judicial.
No seu reinado começam a sentir-se enormes dificuldades, com crises económicas graves que obrigaram ao recurso a empréstimos estrangeiros. Agrava-se o défice comercial. Surgem fomes e epidemias. Na política ultramarina, a extensão e dispersão do império eram um obstáculo à administração, que tinha custos enormes. Nos primeiros anos do seu reinado vão prosseguir as explorações no Extremo Oriente, chegando-se à China e ao Japão. Mas os problemas na Índia acentuam-se, com avanços e recuos. Os Turcos acentuam a sua pressão e os ataques ao monopólio comercial português. Os encargos são enormes. Assim, D. João III toma como resolução o abandono das praças de Safim, Azamor, Alcácer Ceguer e Arzila, no Norte de África. Para contrabalançar estas perdas D. João III vai avançar com a exploração e o povoamento do Brasil, primeiro pelo sistema de capitanias. Mais tarde, para melhor poder resistir aos ataques exteriores e para garantir uma melhor administração de todo o território, nomeia Tomé de Sousa governador geral. Nas relações com países estrangeiros, o reinado de D. João III foi de uma intensa atividade diplomática. Com a Espanha, faz alianças de casamentos (D. João III com D. Catarina; D. Isabel com Carlos V; D. Maria com Filipe II, entre outros), que asseguram a paz entre os dois povos. Quanto à França, D. João III manteve-se neutral na luta entre a Espanha e a França mas firme na luta contra os ataques dos corsários franceses. Com Roma, dá-se um fortalecimento de relações com a introdução da Inquisição em Portugal, já pedida por D. João I e com a adesão do clero português à Contrarreforma. Com a Inglaterra, intensificam-se as relações comerciais, o mesmo acontecendo com os países do Báltico e a Flandres. No plano cultural é significativa a adesão e o apoio de D. João III à cultura humanista. Nas Letras sobressaem Gil Vicente (aquando do nascimento de D. João é representado na câmara da rainha o Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro), Garcia de Resende, Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, João de Barros e sobretudo Luís de Camões. Nas Ciências, Pedro Nunes e Garcia de Orta. O monarca atribui bolsas de estudo em países estrangeiros; transfere definitivamente a Universidade para Coimbra, funda colégios, alarga o ensino pelo país, apoiando os Jesuítas, que são admitidos em Portugal. Apoia também a missionação pelos vários continentes, processo em que sobressaem São Francisco Xavier no Oriente e o padre Manuel da Nóbrega no Brasil. Um dos grandes problemas do reinado de D. João III tem a ver com a sucessão dinástica. Apesar de ter tido vários filhos, eles foram morrendo precocemente, o que punha em causa a sucessão ao trono. A partir de 1539, o sucessor era o príncipe D. João, que casa com D. Joana, filha de Carlos V. Mas o príncipe D. João vem a falecer quando a princesa estava prestes a dar à luz D. Sebastião, que nasce em janeiro de 1554. Quando D. João III morre, em 1557, o herdeiro é o neto D. Sebastião, que tem apenas três anos de idade. D. João III está sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
Quando D. João III sobe ao trono, Portugal estava no apogeu da expansão ultramarina por vários continentes, mas também com problemas de uma grande complexidade.
A nível interno, o monarca continuou a política centralizadora e absolutista dos seus antecessores. Convocou Cortes apenas três vezes e em períodos bem espaçados: 1525, em Torres Novas; 1535, em Évora; e 1544, em Almeirim. Procurou reestruturar a vida administrativa e judicial.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – D. João III na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-13 11:04:24]. Disponível em
Outros artigos
-
Mosteiro dos JerónimosUm dos mais belos e imponentes monumentos da arquitetura manuelina, consagrado a Santa Maria de Belé...
-
BrasilGeografia País da América do Sul. A República Federativa do Brasil tem 26 estados e um Distrito Fede...
-
São Francisco XavierSão Francisco Xavier, jesuíta e apóstolo do Oriente, nasceu a 7 de abril de 1506, no castelo de Xavi...
-
Garcia de OrtaMédico e naturalista português, nasceu provavelmente em 1500, em Castelo de Vide, e faleceu em 1568,...
-
CamõesPoema lírico-narrativo, datado do primeiro exílio de Garrett, considerado a primeira obra romântica ...
-
Sá de MirandaFrancisco Sá de Miranda nasceu em 28 de Agosto de 1481 na cidade de Coimbra. Filho de Gonçalo Mendes...
-
Garcia de ResendeEscritor português, nasceu em Évora por volta de 1470, de uma família nobre, a que pertencem dois hu...
-
Gil VicenteNão há dados exatos quanto à data e local do nascimento de Gil Vicente. Contudo, e de acordo com Jac...
-
FlandresRegião do Noroeste da Europa famosa pela sua importância económica, histórica e cultural. Tem uma ex...
-
ContrarreformaEsta expressão designa a atividade da Igreja e das várias nações católicas no sentido de proceder a ...
ver+
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – D. João III na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-13 11:04:24]. Disponível em