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D. Luís (1838-1889)
Segundo filho da rainha D. Maria II e de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, nasceu em Lisboa em 31 de outubro de 1838 e morreu em Cascais em 19 de outubro de 1889. Trigésimo segundo rei de Portugal (1861-1889), ficou conhecido pelo cognome de "o Popular".
Assume o trono a 14 de outubro de 1861, por morte de seu irmão D. Pedro V. No dia seguinte, ratifica o juramento feito perante as cortes e é aclamado a 22 de dezembro. Casou em 27 de setembro de 1862 com D. Maria Pia de Saboia, filha de Vítor Manuel, rei do Piemonte e da Sardenha. Foi um homem de profunda instrução e cultura, sendo disso exemplos as suas traduções de Shakespeare.
Personalidade de grande bonomia e tolerância, D. Luís consegue transformar os seus vinte e oito anos de reinado num período de certa acalmia política, não alcançando evitar, no entanto, algumas perturbações. Em 1862 houve em Braga um levantamento de tropas contra o aumento de impostos. Eclodiu, no fim de janeiro de 1867 e em janeiro de 1868, o movimento conhecido pela Janeirinha no Norte do reino, que também teve como causa razões de ordem tributária e fez cair o Ministério de Joaquim António de Aguiar. Maior gravidade teve o incidente provocado pelo marechal duque de Saldanha em maio de 1870, na altura ministro de Portugal em Paris. Em 1869, encontrando-se em Lisboa, o marechal propôs ao rei a sua nomeação para comandante-chefe do exército. O Ministério recusou e ordenou a Saldanha que ocupasse o seu posto de ministro, determinação a que este não obedeceu, respondendo com uma carta, que publicou e cujo tom vaticinava o pronunciamento que, na noite de 18 para 19 de maio de 1870, ia fazer junto do rei, a quem impõe a demissão do Governo, em nome das tropas que o apoiavam. D. Luís obedece e Saldanha preside ao novo Ministério. D. Luís, perante tudo isto, manteve sempre uma posição de moderador sereno.
D. Luís enfrentou ainda perturbações de âmbito cultural, com a fecunda polémica da "Questão Coimbrã" em 1865-66 e com a suspensão pelo Governo das Conferências Democráticas do Casino em 1871.
Em 1876, pelo pacto da Granja, foi fundado o Partido Progressista, fruto da fusão entre os Partidos Histórico e Reformista, entrando-se numa fase de rotativismo governativo entre aquele partido e o Regenerador. A cena política encontra-se ainda marcada pelo facto de se situar no reinado de D. Luís o período áureo das Obras Públicas do fontismo.
As expedições africanas receberam um forte impulso durante o seu reinado. Em 1877, o major Serpa Pinto foi de Benguela ao Bié. No ano seguinte, atingiu o Zambeze e daí seguiu até à colónia de Natal. Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens exploraram o sertão de Benguela e, em 1884, atravessaram África de Luanda a Tete. Outras expedições ainda se seguiram.
Ao mesmo tempo, foi um reinado de forte implantação do republicanismo. Em 1878 toma assento na Câmara o primeiro deputado republicano, eleito pelo Porto. No fim do seu reinado, o Partido Republicano já não era uma mera tendência mas uma força política que ganhara raízes.
Assume o trono a 14 de outubro de 1861, por morte de seu irmão D. Pedro V. No dia seguinte, ratifica o juramento feito perante as cortes e é aclamado a 22 de dezembro. Casou em 27 de setembro de 1862 com D. Maria Pia de Saboia, filha de Vítor Manuel, rei do Piemonte e da Sardenha. Foi um homem de profunda instrução e cultura, sendo disso exemplos as suas traduções de Shakespeare.
Personalidade de grande bonomia e tolerância, D. Luís consegue transformar os seus vinte e oito anos de reinado num período de certa acalmia política, não alcançando evitar, no entanto, algumas perturbações. Em 1862 houve em Braga um levantamento de tropas contra o aumento de impostos. Eclodiu, no fim de janeiro de 1867 e em janeiro de 1868, o movimento conhecido pela Janeirinha no Norte do reino, que também teve como causa razões de ordem tributária e fez cair o Ministério de Joaquim António de Aguiar. Maior gravidade teve o incidente provocado pelo marechal duque de Saldanha em maio de 1870, na altura ministro de Portugal em Paris. Em 1869, encontrando-se em Lisboa, o marechal propôs ao rei a sua nomeação para comandante-chefe do exército. O Ministério recusou e ordenou a Saldanha que ocupasse o seu posto de ministro, determinação a que este não obedeceu, respondendo com uma carta, que publicou e cujo tom vaticinava o pronunciamento que, na noite de 18 para 19 de maio de 1870, ia fazer junto do rei, a quem impõe a demissão do Governo, em nome das tropas que o apoiavam. D. Luís obedece e Saldanha preside ao novo Ministério. D. Luís, perante tudo isto, manteve sempre uma posição de moderador sereno.
Em 1876, pelo pacto da Granja, foi fundado o Partido Progressista, fruto da fusão entre os Partidos Histórico e Reformista, entrando-se numa fase de rotativismo governativo entre aquele partido e o Regenerador. A cena política encontra-se ainda marcada pelo facto de se situar no reinado de D. Luís o período áureo das Obras Públicas do fontismo.
As expedições africanas receberam um forte impulso durante o seu reinado. Em 1877, o major Serpa Pinto foi de Benguela ao Bié. No ano seguinte, atingiu o Zambeze e daí seguiu até à colónia de Natal. Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens exploraram o sertão de Benguela e, em 1884, atravessaram África de Luanda a Tete. Outras expedições ainda se seguiram.
Ao mesmo tempo, foi um reinado de forte implantação do republicanismo. Em 1878 toma assento na Câmara o primeiro deputado republicano, eleito pelo Porto. No fim do seu reinado, o Partido Republicano já não era uma mera tendência mas uma força política que ganhara raízes.
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Como referenciar
Porto Editora – D. Luís (1838-1889) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-26 05:49:16]. Disponível em
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