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D. Sancho II
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Cognominado "o Rei Capelo", foi o quarto rei de Portugal (1223-1245). Nasceu em Coimbra em 1209 e faleceu em Toledo em 4 de janeiro de 1248. Filho de D. Afonso II e de D. Urraca, subiu ao trono em março de 1223. Era indicado como herdeiro no testamento de D. Afonso II, muito embora a ordem de sucessão fosse já então um facto. Casou, cerca de 1240, com D. Mécia Lopes, neta de Afonso IX de Leão e viúva de Álvaro Peres de Castro. Deste casamento não houve descendência.
Tendo D. Sancho herdado o trono aos 13 anos, o governo do reino esteve primeiramente a cargo de ricos-homens que apressaram o pequeno rei a regularizar as relações com a Igreja. Foi elaborada uma concórdia com a igreja e, finalmente, resolvido o problema com as infantas, irmãs de D. Afonso II. Depois de resolvidas estas questões procurou D. Sancho II dedicar-se à administração do País, concedendo forais a diversas povoações. Iniciou, também, uma nova fase de expansão territorial, que durou todo o seu reinado e terminou apenas com D. Afonso III.
Aproveitando-se das lutas que Afonso IX de Leão mantinha com os Mouros, o monarca iniciou uma campanha no Alentejo em 1226. Entre este ano e 1239 conquistou todo o Alentejo, tendo, para tal, muito contribuído a ação da Ordem de Sant'Iago. Esta Ordem militar recebeu como pagamento dos serviços prestados diversas povoações, tais como Aljustrel, Sesimbra, Aljafar de Pena, Mértola, Aiamonte e Tavira.
D. Sancho II, rei português cognominado "o Capelo"
Apesar desta excelente atuação militar, o rei, no que concerne à administração, revelou-se fraco e indeciso, de tal modo que aquela se tornou desleixada e descuidada. Os nobres abusavam pela sua prepotência de vencedores, os bispos aproveitavam os distúrbios causados por aqueles para se imiscuírem na vida pública e política. A luta entre homens da Igreja e ricos-homens tornou-se quase permanente. Também as ordens monásticas reclamaram dos abusos por parte dos nobres. O bispo do Porto, Martinho Rodrigues, queixou-se ao papa de que o rei usurpava o direito de jurisdição sobre a cidade, que dependia da Sé. O papa admoestou o rei, que pareceu submeter-se. Também o bispo de Lisboa se revoltou contra o rei, acusando-o de ofender as liberdades religiosas. Mais uma vez o papa recorreu a admoestações. Contudo, quando em 1238 outras queixas, do novo bispo do Porto, se levantaram contra o rei, o bispo de Salamanca lançou um interdito que o papa confirmou. Todas estas queixas mostram a desordem que grassava no reino devido às constantes brigas entre nobres e clero, brigas que o rei se mostrava incapaz de sanar.
Todas estas queixas por parte do clero foram ainda agravadas por intrigas alimentadas pelo príncipe D. Afonso, que desde 1238 vivia em Bolonha. No concílio de Lião, prelados e nobres portugueses descreviam a desordem do reino em termos tais que deles se pode inferir a deposição do rei. A resposta por parte do papa foi uma bula onde dizia dever incumbir-se da restauração do reino alguém ativo e prudente, e que esse alguém só poderia ser D. Afonso. Numa assembleia de prelados e nobres portugueses, reunida em Paris, D. Afonso jurou que guardaria e faria guardar todos os privilégios, foros e costumes dos municípios, cavaleiros, peões, religiosos e clérigos seculares do reino. Em finais de 1245 ou nos princípios do ano seguinte, o conde de Bolonha desembarcou em Lisboa. Da luta entre partidários do rei e de D. Afonso saiu vitoriosa a fação de D. Afonso. D. Sancho II retirou-se para Toledo, onde viria a falecer pouco tempo depois.
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Como referenciar
Porto Editora – D. Sancho II na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-10 05:05:33]. Disponível em

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