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Descobrimento dos Açores
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O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da Madeira, é uma das questões mais controversas da história da navegação portuguesa do século XV. Existem várias teorias sobre este facto. Algumas assentam na apreciação de vários mapas genoveses produzidos desde 1351, os quais levam os historiadores a afirmar que já se conheceriam aquelas ilhas aquando do regresso das expedições às ilhas Canárias realizadas cerca de 1340-1345, no reinado de D. Afonso IV.

Outras teorias referem que o descobrimento das primeiras ilhas (S. Miguel, S. Maria, Terceira) foi efetuado por marinheiros ao serviço do Infante D. Henrique, mas não há qualquer documento escrito que por si só confirme e comprove tal facto. A apoiar esta versão existe apenas um conjunto de escritos posteriores baseados na tradição oral que se criara na primeira metade do século XV. Algumas teses mais arrojadas consideram, no entanto, que a descoberta das primeiras ilhas ocorreu no tempo de D. Afonso IV e que as viagens feitas no tempo de D. Henrique não passaram de meros reconhecimentos.

Lagoa das Sete Cidades, ilha de São Miguel, Açores
Gonçalo Velho Cabral (desenho de Martins Barata)
Zona da erupção vulcânica, nos Capelinhos, ilha do Faial
Paisagem natural nos Açores
O que se sabe concretamente é que Gonçalo Velho chegou à ilha de Santa Maria em 1431, decorrendo nos anos seguintes o (re)descobrimento - ou reconhecimento - das restantes ilhas do arquipélago dos Açores, no sentido de progressão de leste para oeste. Uma carta do Infante D. Henrique, datada de 2 de julho de 1439, ao seu irmão D. Pedro, é a primeira referência segura sobre a exploração do arquipélago. Nesta altura, as ilhas das Flores e do Corvo ainda não tinham sido descobertas, o que aconteceria apenas cerca de 1450, por obra de Diogo de Teive. D. Henrique, com o apoio da sua irmã D. Isabel, povoou a ilha de Santa Maria.

No processo do povoamento das restantes ilhas, principalmente do Faial, Pico, Flores e S. Jorge, faz-se notar a presença de um número alargado de flamengos, cuja presença se veio a refletir na produção artística e nos costumes e modos de exploração das terras. De recordar o nome de Josse van Huerter, capitão flamengo, a quem foi confiado o povoamento de parte da ilha do Faial: a cidade da Horta, dizem alguns estudiosos, do seu patronímico poderá ter recebido a sua designação toponímica. Existe ainda uma freguesia da Horta chamada "Flamengos", para além dos moinhos e dos modelos da exploração agrária.

Tal como no arquipélago da Madeira, a administração das ilhas açorianas foi feita através do sistema de capitanias, à frente das quais estava um capitão-donatário. As primeiras capitanias constituíram-se nas ilhas de São Miguel e de Santa Maria. Em 1450, na sequência da progressão ocidental do descobrimento das ilhas, foi criada uma outra capitania na Ilha Terceira: a administração desta ilha foi atribuída também a um flamengo, de seu nome Jacóme de Bruges. As restantes ilhas também se encontravam sob administração de capitanias.

A administração e assistência espiritual das ilhas ficou subordinada à Ordem de Cristo, que detinha também o senhorio temporal das ilhas, mas a presença de outras ordens religiosas não deixou de se fazer notar no processo de povoamento desde o início, como no caso dos Franciscanos em Santa Maria e Terceira desde a década de 40 do século XV.

O clima do arquipélago açoriano é menos quente quando comparado com o do arquipélago da Madeira. Para que os colonos pudessem cultivar as terras foi necessário desbastar densos arvoredos que proporcionavam matéria-prima para exportação, para produção escultórica (cedro) e para a construção naval. O cultivo de cereais e a criação de gado foram as atividades predominantes, com o trigo a registar uma produção considerável. A produção de pastel e a sua industrialização para exportação destinada a tinturaria também desempenhou um papel relevante na economia do arquipélago.

A exploração do pastel e da urzela, esta também para tinturaria, atingiu o seu auge precisamente quando a produção de cana-de-açúcar (tentada mas sem grandes resultados económicos) e de trigo entraram em decadência. No século XVII, também as matérias-primas tintureiras sofreriam uma recessão, sendo substituídas pelo linho e laranjas, que, por seu lado, registaram um impulso extraordinário. Nesta altura, foi introduzida a produção de milho, sendo esta significativa para as melhorias alimentares da população e também como apoio à pecuária.

A primeira exportação de laranjas surgiu no século XVIII, numa altura em que foi também introduzida a cultura da batata. Em finais de Setecentos, regista-se o início de uma das mais expressivas e emblemáticas atividades económicas açorianas: a caça ao cachalote e a outros cetáceos.

Na Ilha de S. Miguel, tanto a produção de chá como a produção do tabaco, revelar-se-iam muito importantes para a economia da ilha.

 

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Como referenciar
Porto Editora – Descobrimento dos Açores na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-20 20:26:50]. Disponível em

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